M E D E I X E I R
Um nó se formou na minha garganta enquanto eu ouvia a voz avassaladora da Beyoncé invadir os fones que eu usava.
Halo sempre me fazia se lembrar dele. Eu me lembrava de tudo e isso me deixava mais pra baixo ainda.
— Ei, não é assim! — Agatha gruniu irritada tirando um dos meus fones apontando para a prateleira de livros na minha frente.
Agatha era uma garota de dezessete anos, morena de olhos verdes e de uma personalidade extremamente fútil. Ela era a garota mais mimada que eu já havia visto na minha vida. Ela fazia de tudo para ter a atenção do seu pai para ela, coisa que ela nunca tinha.
E era por isso que ela me odiava: o pai dela havia me notado. Ele viu em mim o que faltava nela e agora ela me odeia.
— Seu pai pediu para que eu fizesse assim. — digo baixo guardando meu fone de ouvido no bolso da minha calça jeans.
— Que seja. — revirou seus olhos e voltou para a prateleira atrás de mim e continuou a arrumar os livros enquanto falava ao telefone com a sua amiga.
As duas tagaleravam sobre a noite maravilhosa que Agatha havia tido com um cara.
— Ele foi muito carinhoso mas não deixou de lado o seu lado selvagem. — riu sapeca e eu ouvi a sua amiga rir do outro lado da linha também. — O beijo dele é forte, gostoso, feroz e vermelho.
Espera... eu conhecia esse beijo.
Me virei para a garota e vi um sorriso debochado dançando em seus lábios enquanto ela soletrava as letras com lentidão:
— Harvey Cantwell. — sorriu vitoriosa para mim enquanto eu engolia a seco.
Ela sabia.
Céus, Aiken tinha razão, todos sabiam do meu trágico relacionamento.
Meus olhos marejaram enquanto eu me virava para frente e me escorava na prateleira para não cair. Parecia que o chão estava se movendo abaixo dos meus pais.
Levantei meu olhar e respirei fundo.
Eu iria até a casa dele.
Eu vou acabar com isso agora!
[...]
Bati a porta da minha caminhonete com força enquanto me pus a caminhar em direção a porta de Harvey.
Eu estava tão imersa em meus pensamentos que nem havia notado que já estava apertando a campainha e agora eu suava frio.
Que caralhos eu vim fazer aqui? — me perguntei mentalmente encarando a porta de madeira branca.
— Isso foi uma péssima idéia. — sussurei encolhendo meus ombros e começando a caminhar em direção do meu carro novamente.
— Está fugindo como um ratinho indefeso novamente, anjo?
Sua voz grossa e aveludada fez com que automaticamente meus pés parassem de andar e minha respiração acelerar.
— Eu não estava fugindo. — E mesmo de costas, eu conseguia sentir seu sorrisinho idiota brincar em seus lábios.
Maldito.
— A não? — riu debochado. — E o que estava fazendo então?
Apertei meus olhos com força e me virei para ele quase perdendo o ar quando encontrei seu abdômen exposto. A calça caia preguiçosamente pelo seu quadril e a barra da sua boxer apareceria, assim como as suas entradinhas.
Céus, como ele era tentador.
— Eu vim pedir pra me deixar ir.
Harvey encostou seu corpo no batente da porta e cruzou os braços deixando seus músculos mais visíveis.
Engoli em seco, tentando não perder a sanidade.
— Você sabe que eu nunca vou deixar você ir. — deu alguns passos e ficou bem próximo de mim. Só que diferente das outras vezes eu não me distanciei.
Eu não queria.
Eu necessitava sentir o calor do seu corpo.
— Sabe por que? — soprou e seu hálito quente tocou meu rosto me fazendo estremecer.
— Não.
— Porque eu estou aqui. — tocou minha testa com a ponta do seu dedo.— Aqui. — tocou meus lábios. — E aqui. — tocou meu peito, encima do meu coração.
O ar pareceu sumir e meus pulmões imploravam por ar.
Meus olhos marejaram e eu não me importei de derrubar as lágrimas que estavam me sufocando.
Me afastei, colocando a mão na boca para abafar um soluço e apertei meus olhos com força.
Eu odiava ele. Odiava ele com todas as minhas forças.
— Eu não posso deixar você ir. — abri meus olhos quando ouvi sua voz e soluçei indo para trás. — Você pertence à mim.
— Eu te amo, Harvey! — gritei sentindo minha garganta doer. — Não me machuque mais, por favor. Eu te amo tanto...
— Eu acredito, anjo. — tocou meu queixo e ergueu minha cabeça me fazendo olhar no fundo de seus olhos.— Eu te amo, Brooklin. Mas não podemos ficar juntos.
Meu coração se partiu em mil pedaços quando ele virou as costas para mim, mais uma vez, e bateu a porta com força.
Eu fiquei parada no meio do seu Jardim, chorando como uma verdadeira idiota.
— Me deixe ir, por favor. — sussurrei sozinha.
N O T A S
F I N A I Savassalador.
Eu amo tanto esse capítulo, deus do céu. Ele é meu nenexinho💕
Mas então, gostaram?
Votem e comentem sobre esse casal problema haha.
Xxx
Matt
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Um pedido de socorro •HC•
Roman d'amourQuando se ama alguém, nada mais importa, apenas aquela pessoa é importante. Saber se ela está bem é importante, ser o motivo dos sorrisos bobos dela é importante. Estar ao lado dela é importante. Era assim que Brooklin se sentia em relação a Harvey...