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meudeusseraseaindatemalguemnessecoco

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jungkook estava ficando louco.

ou pelo menos achava. na verdade, ele já não tinha mais certeza de nada. mesmo tendo visto vários artigos que ensinavam a dar um fora em alguém e vários vídeos que o ajudavam com a mesma situação, jeon ainda se sentia com um pé atrás quanto a conversar com jimin sobre seus não-recíprocos-sentimentos.

faziam três dias que ensaiava todo o monólogo em frente ao espelho. às vezes treinava com seus ursinhos, fingindo que eram jimin, mas sempre terminava deitado na cama abraçando-os como se fossem fugir.

toda vez que terminava de falar para o próprio reflexo o que teria que dizer a jimin, jungkook meio que sentia um vazio no que falava, como se aquelas palavras não tivessem o significado que deveriam ter. não tinha certeza se o que dizia era realmente o que sentia, mas como não poderia?

quando falou com os seus hyungs, era numa quinta-feira. tinha passado a sexta e o final de semana apenas pensando no garoto rechonchudinho que o prendia somente com a risada e sorriso. naquela sexta, se permitiu prestar mais atenção em seu admirador agora-não-mais-secreto. o observando, acabou percebendo aspectos de sua personalidade e aparência que o fizeram se xingar por não ter visto antes.

como por exemplo a mania que o park tinha de mexer no cabelo. era engraçado a sua fissura na cabeleira, sempre querendo colocar no lugar. ao mesmo tempo, era bonito vê-lo jogar os cabelos para trás, e dentro do tempo em que fazia isso — milésimos de segundos —, sua face ficava mais exposta. com a franja sendo jogada para trás e possibilitando a visão mais clara de todo o seu rosto, jungkook se pegou admirando as pintinhas na testa de jimin. poxa, elas eram tão adoráveis, quem não ficaria encantado com elas?

outra coisa eram as mãos gordinhas dele. quando pegava no lápis, sua mão ficava tão encolhida e seus pequenos dedos tão juntinhos que jungkook também se pegou achando aquilo a coisa mais engraçadinha de se ver. sem contar também de como as sobrancelhas de jimin ficavam franzidas quando ele escutava o professor explicar a matéria, provavelmente tendo dificuldade para entender.

também se deu a oportunidade de admirar ainda mais o sorriso de jimin — causado noventa por cento das vezes por taehyung, não deixou de notar — e jungkook sempre teve uma fraqueza naquele semblante, mas achou ótimo prestar uma atenção a mais nele. era lindo demais e o jeon quis, por um momento, ser a razão de algo tão belo como aquilo.

agora, a criança curtia seu resto de domingo deitado na cama. olhando para o teto azul cheio de estrelas e planetas fluorescentes, jungkook começou a relembrar todos os momentos ao lado de park. 

era ele quem sempre me chamava — pensou — e na maioria das vezes eu rejeitava por querer ficar com os outros. que coisa! ele sempre me pedia um beijo ou abraço, como não percebi?

amigos nunca pedem tantos beijos a outros amigos. veja bem, jungkook: yoongi hyung pede beijos ao hoseok hyung, namjoon hyung ao jin hyung e mark hyung ao jinyoung hyung. e o que eles são? namorados! e o que namorados sentem um pelo outro?

seus olhos se arregalaram e ele pareceu entrar em estado de desordem mental.

— jimin me ama? — sussurrou para si mesmo, encarando uma estrela em específico, porém nem se dando conta da existência dela em seu campo de visão. seu cérebro se recusava a processar alguma outra imagem que não fosse a de park jimin.

children | jikook [revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora