epilogue: young forever

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a juventude infinita é um dos maiores mistérios e desejos da humanidade. pagamos custos altos para manter uma aparência saudável e buscamos o tempo inteiro parecer mais jovens do que somos na verdade. maquiagens, cirurgias plásticas, aplicação de botox, photoshop... o quão longe podemos ir por um rostinho de boneca?

então eu digo que não me importo se ficar velho e enferrujado; não me importo se as rugas forem minha identidade no mundo, carimbando minha velhice pela cidade. eu não me importarei se meus cabelos pularem do loiro para o branco, ou sequer ficar sem um único fio deles na cabeça. porque, desde que ele esteja ao meu lado, eu me sentirei jovem eternamente. e a juventude transpirará do meu coração aos pulmões, tornando-se a paixão que aspiro e o ar que inspiro todas as manhãs ao seu lado. nós cruzaremos nossos dedos pregueados e juntos admiraremos a galáxia que se formará com as manchas causadas pelo tempo. e, ainda assim, o seu sorriso continuará sendo o meu preferido e o seu peito continuará sendo o meu travesseiro, que me faz renunciar ao de penas noite e dia. 

com ele, ainda estou no princípio da vida, crescendo, amadurecendo e aprendendo. ainda estou descobrindo o amor e esse sentimento nunca será tão conhecido, porque amá-lo é como viajar todos os dias a todos os países do mundo, descobrindo o que tem a me oferecer. e eu me derreterei sempre no quão doce é a sua voz e no quão melódico o eu te amo que saí de sua boca é. 

e sempre teremos onze anos, dançando na chuva e rindo ao vento. sempre teremos onze anos, se apaixonando e transbordando. sempre teremos doze, entreolhando-nos como se fosse a primeira vez, segurando as mãos e unindo nossos dígitos como se nossas almas tão jovens se guardassem ali, um no outro. 

e talvez fosse assim, porque eu nunca me sinto tão vivo e ardente como quando estou com ele. e se ser jovem é amar, eu serei jovem para sempre ao seu lado. 

agora, eu vejo jungkook, com sua comumente jogger preta e camisa polo branca, pulando a janela do meu quarto, se equilibrando nas telhas para me encontrar sorrindo diretamente para si, reservando o lugar ao meu lado para ninguém mais além dele.

— tem certeza que aqui é seguro? nós podíamos apenas ter sentado na calçada.

— eu sempre subo aqui quando venho visitar a vovó, relaxa. se a gente cair o máximo que teremos é uma fratura no tornozelo.

— e aí seu namorado não vai poder dançar pra você de novo — ele se senta, encostando nossos ombros. 

eu nego com a cabeça antes de segurar seu rosto e selar demoradamente nossos lábios: — vou cuidar para que isso não aconteça. 

eu e jungkook estávamos nas férias de janeiro, indo rumo ao terceiro ano do ensino médio. vovó misoo o adorava tanto que insistiu que eu o trouxesse junto, o que, obviamente, eu achei uma ótima ideia. desde que entramos no ensino médio as coisas se tornaram mais puxadas para todos, a escola exigia mais ainda dos alunos e tínhamos certeza que o terceiro ano seria o próprio caos. apesar de eu ter melhorado muito nos estudos, ainda precisava me esforçar mais se quisesse destaque em alguma universidade e felizmente ele me ajudava nisso. 

mesmo tendo começado a estudar inglês e fazer aulas de dança, jungkook sempre achava um tempo para me ajudar com as matérias mais difíceis e ainda conseguia distrair minha mente quando saíamos de noite para lugar nenhum, apenas andando pelas ruas escuras de busan; e aí ele me prometia silenciosamente, apenas com a sua presença, que seria a estrela que me iluminaria à meia-noite.     

eu e taehyung continuávamos tão próximos quanto antes, ou talvez ainda mais. nós continuávamos indo um a casa do outro e, por causa de sua paixão pelo jogo, me senti no dever de baixar o bendito lol no meu computador para ele. acontece que acabei começando a jogar e fui pegando o jeito. agora é de rotina que joguemos todas as noites antes de dormir, revezando entre league of legends e overwatch. 

children | jikook [revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora