09 🍎

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ok, então jungkook estava mesmo gostando de jimin — há muito tempo. mas isso não significava que estava tudo certo, porque pior do que falar que não gosta de alguém é falar que gosta. sim, claro, já facilitava a reciprocidade do outro garotinho, porém tinha uma coisa que o jeon não sabia como começar depois, e na verdade nem para quê servia ao certo: namoro.

quer dizer, jungkook via seus hyungs se beijando e os via trocando carinho, então ele teria que namorar jimin para beijá-lo e lhe fazer um mimo? mas as meninas davam beijos umas nas bochechas das outras e se abraçavam sempre sem namorarem, então não é algo restrito ao relacionamento.

sentado mas arquibancadas da quadra de esportes da escola, jungkook se perguntava muitas dessas coisas em sua cabecinha confusa e foi justamente essa que o fez abrir a boca e perguntar ao menino mais velho que estava ao seu lado.

agora que as interclasses estavam começando, os alunos tinham um tempo reservado durante as aulas para treinar e nisso todas as classes se misturavam e ocorria uma bagunça só: os pequeninos com os grandões. os grandões caçoando os pequeninos e esses gritando desesperados pelo espaço.

jungkook tinha sorte que os seus hyungs não eram desses.

— por que as pessoas namoram? ora... — hoseok pareceu pensar antes de responder. jungkook percebeu que seu olhar tinha pousado em cima do garoto branquelo com roupas de basquete que fazia algumas cestas com a bola. — as pessoas namoram porque estão apaixonadas e se amam.

— e por que elas se amam? — fincou os olhos cheios de curiosidade no mais velho. hoseok pigarreou desconfortável e se ajeitou em seu lugar.

o jung arrumou o topete preto em sua cabeça e voltou a olhar para longe, em silêncio, seguindo novamente os movimentos do namorado algumas arquibancadas abaixo. seus olhos brilhavam e um sorriso oblíquo se formava em seus lábios toda vez que o outro pulava de alegria ao acertar a bola na cesta.

— por que? porque a humanidade precisa de algo que a faça prender os pés no chão ou simplesmente a tirar dele; porque nós precisamos de algo que nos mantenha vivos e unidos, nem que seja de dois em dois. o amor faz isso, jk. o amor é algo que ninguém pode parar, não importa o que. não se pode impedir de acontecer, não se pode destruir. ele sempre permanece e renasce em outras e mais outras gerações de racionais e irracionais. sem ver cor, status ou gênero. em um mundo onde tudo é dividido por categorias, precisamos de algo que as quebre — hoseok olhou para o menino admirado e sorriu com alguma tristeza escondida. — sabe o que é mais irônico? as pessoas fogem do amor, mas vão ao encontro do caos.

jungkook estava tão concentrado nas palavras de hoseok que quis chorar por serem tão bonitas e sábias, mesmo que ele não tivesse entendido sessenta por cento por conta de seu raciocínio lento. seu hyung era o hyung mais esperto que existia e nem o monge da montanha mais alta da índia conseguiria rebater sua inteligência.

depois disso, passou alguns minutos em silêncio e se permitiu observar as vezes em que o amigo pulava do banco e gritava palavras de incentivo para o namorado, batendo palmas por sua vitória. yoongi, com um sorriso doce no rosto, acenava e mandava beijos para o outro.

nesse meio tempo, um garoto baixinho e de bochechas gordas apareceu em seu campo de visão. vestido num uniforme branco e vermelho, jimin caminhou, com taehyung em seu encalço, até as arquibancadas. o coraçãozinho de jungkook batia cada vez mais rápido ao que o menino se aproximava dele. não conseguia sequer desviar os olhos de seu recém-descoberto-amor. e, quando pensou que jimin sentaria ao seu lado, taehyung lhe fez uma careta e guiou o bendito para os bancos mais altos dali, perdendo a chance de olhar pelo menos suas costas.

children | jikook [revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora