Propriedade do rei.

22.

Rafael parou em frente às portas duplas que o levaram para a arena e ouviu o barulho de dentro. As portas estavam fechadas, mas o som ainda era um rugido surdo.

O local devia estar lotado até o teto. Todas essas pessoas apareceram para vê-lo ter sua cabeça entregue uma bandeja de prata.

Merda. Tudo porque era o melhor.

Rafael revirou os ombros, movendo o peso de um pé para outro enquanto esperava o sinal para entrar.

Ele foi para um dos clubes da liga, já passando através das portas e andando para o ringue. Ele era o rei. Ele não precisa de bajulação para ganhar. Mas este não era um de seus clubes. Esta não era um liga, e aqui ele não estava no comando.

Dois dos capangas de Santoni estava um de cada lado dele, uma vez que tinha atravessado as portas do local.

_Desse lado o então invicto e autointitulado REI, Rafael Vitti!- O locutor disse seu nome e a multidão foi à loucura.

Um forte empurrão nas costas enviou Rafael através das portas, e ele cerrou os dentes, controlando a vontade de rasgar os dois guardas, porém ele não podia se cansar, ele precisava de toda sua energia para a luta que estava prestes a começar.

Não havia um assento vazio na arena, a multidão estava enlouquecida e gritando enquanto olhava o ringue de aço.

As luzes estavam em seu rosto, metade cegando-o enquanto ele andava, mas estava acostumado com isso.

Puro exibicionismo para o público. Ele teve vislumbres de rostos ao seu redor enquanto uns o aplaudiam e outros o vaiavam.

A maioria o vaiava. O puro ódio em alguns dos rostos o deixou surpreso. Eram rostos que ele reconhecia, lutadores trapaceiros dos quais tinha banido do SFL, fazia sentido que todos tenham se reunido aqui para vê-lo cair.

A ironia de tudo isso o atingiu e ele foi forçado a morder de volta um sorriso triste. Em sua tentativa de limpar os clubes da cidade de pessoas desonestas, ele piorou as coisas, criando um submundo para idiotas como James Santoni prosperar, grande porra.

A escória em torno dele não segurou sua atenção por muito tempo. As luzes não estavam mais em seus olhos quando ele olhou em volta, seu olhar afiado e focado quando procurou a única coisa que realmente importava para ele.

Sua Bella.

Seu corpo inteiro ficou imóvel quanto ele a viu.

Ela estava do outro lado do ringue, um olhar apavorado em seu rosto, e suas mãos nas barras a sua frente.

Uma gaiola. Mais uma vez.

Ele permitiu que seu olhar a estudasse, detalhando tudo sobre sua aparência para ver se estava machucada.

Ela parecia cansada, sombras profundas sob seus olhos, sua roupa enrugada como se tivesse dormido com elas ... instantaneamente, ele sabia que ela tinha.

Sabia que ela tinha ficado na gaiola desde ontem. Um rosnado alto escapou de seus lábios.

Santoni iria pagar caro por isso e tudo mais que sua gatinha teve que suportar. Trocou olhares com ela e quis que ela visse as emoções que enchiam seu coração.

Ele esperava que ela pudesse ver o quanto ele a amava e como estava arrependido da briga

estúpida de ontem. Ele deveria tê-la seguido depois que ela sairá.

Merda, ele não tinha que ter aprendido a lição da última vez que James a tinha sequestrado?

_Eu te amo. - ele mexeu a boca sem som.