23.

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O sino foi tocado e Rafael se lançou contra o dragão.

A luta foi sangrenta e brutal e dentro de segundos tornou-se evidente que eles eram equilibrados. Rafael deu soco após soco em seu adversário, tentando encontrar uma brecha nas defesas do dragão. Todo o tempo o cara fez o mesmo com ele.

Ele manteve sua guarda tanto quanto podia, mas alguns golpes acertaram sua mandíbula, fazendo-o ver estrelas.

Fugindo, tentou dar a volta em Korran e ganhar algum tempo, mas o dragão estava em cima dele como uma erupção vulcânica. Levados à beira da gaiola, ele foi forçado a se lembrar do quão rapidamente as marés em qualquer jogo podiam mudar.

A torcida vibrava por sangue, os punhos de Korran golpeavam duramente o rosto de Rafael novamente e mais uma vez.

Ele tentou cobrir-se, usando os braços para proteger tanto o seu estômago quanto sua cabeça, mas o dragão era implacável.

Ele deu outro soco e Rafael sentiu algumas costelas se quebrarem. Ele prendeu a respiração quando uma dor agonizante correu através do seu peito. Ele mal conseguia respirar, a dor era demasiado intensa.

leão rosnou dentro de si enquanto tentava reverter o embate. Qualquer coisa para fugir e reagrupar-se, porque se ele ficasse aqui por mais tempo, preso entre o chão e a gaiola, ele seria morto. Um grito feminino de pânico chamou sua atenção e ele olhou para cima, através do local.

Bella estava na borda da sua gaiola, medo em seu rosto bonito. Seus olhares se encontraram e por um segundo ofuscante ele conseguiu ver até sua alma. Ele viu tudo. Seu amor, desejo e medo por ele.

Mas através disso, ele viu sua fé. Sua confiança. De alguma forma, apesar das circunstâncias, ela confiava nele para salvá-los.

Ele. Ninguém mais.

Esse único momento mudou fodidamente tudo...

Com um rugido, Rafael ignorou a dor enquanto jogava o dragão a distância..

Korran sorriu, limpando o sangue do canto dos lábios, onde Rafael tinha acertado um soco.

_Pronto para parar o jogo, fracote? Estou ansioso para esfolá-lo e usar sua pele como tapete na minha sala.

Rafael se pôs de pé, fazendo o seu melhor para não desfavorecer seu lado. Se Korran soubesse que sua costela fora machucada, iria incidir sobre ela, na esperança de trazer Rafael para baixo com a dor. Porra, isso não iria acontecer.

Levantando uma mão, ele acenou.

_Pode vir bastardo.- Korran vaiou, com a boca escancarada permitindo que Rafael visse as glândulas na parte de trás da garganta.

Merda, elas pingavam com fluidos escuros, que se transformavam em chamas. Cuspir fogo não era permitido em quaisquer lutas, mas isso não fazia qualquer diferença aqui e Rafael sabia disso.

Se Korran fosse lançar o fogo, ele estava ferrado. O dragão foi para cima dele a sério, o socando e chutando com uma velocidade estonteante.

Rafael virou-se, não só para se proteger, mas para conseguir desferir seus próprios socos. Adrenalina e ódio inflamavam suas veias, a ligação entre ele e seu animal estava inquebrável. Homem e leão estavam trabalhando em perfeita harmonia.

Korran abaixou um golpe, para ajuntar garras sobre seu estômago, mas seu leão antecipou seu movimento.

Rafael disparou uma mão dura e agarrou seu pulso. Os olhos do dragão se arregalaram quando Rafael torceu implacável.

Os ossos do pulso de Korran estalaram se quebrando em um som duro. O dragão urrou, dor torcendo suas feições.

_Você pagara por isso com sua vida, Rafael.- ele sussurrou, agarrando o braço de Rafael com a mão livre e mantendo-o bloqueados juntos.

Abrindo sua boca Korran respirou sobre suas glândulas de fogo e Rafael sabia o que estava por vir. Alguém, Bella pelo som, gritou uma advertência atrás dele, mas ele não prestou atenção.

Assim que Korran começou a expirar, Rafael dirigiu toda a força do seu leão acertando impiedosamente a mandíbula do dragão.

Sua boca se fechou, a mandíbula quebrando no mesmo momento, trancando-a fechada. Rafael empurrou-o para longe, olhando com horror fascinado como os olhos do dragão gritavam com agonia.

Suas bochechas estavam vermelhas de sangue, e em seguida, ele começou a pegar fogo, pelas chamas que seu shiffter preso na forma humana estivera produzindo.

O peito de Korran se sacudiu, ampliando acentuadamente um par de polegadas, então ele caiu, morto aos pés de Rafael.

Ele só olhou para o cadáver, para a trilha de fumaça que subiu e chamas que saiam de seu corpo. Porra, ele tinha conseguido.

Ele realmente tinha feito isso. Tinha vencido o Destruidor e salvado sua mulher.  

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