FELIPE
Não aguentava mais esse tipo de conversa com Janaína, cada dia mais exigente com coisas que não importava só julgava o que era necessário financeiramente, não lembrando as necessidades da Maria.
Desliguei o telefone na cara dela, não tinha mais uma forma de interagir a única coisa que me preocupava era a minha filha, sinceramente já questionava se o melhor seria entrar na justiça e tomar a guarda mesmo tendo que enfrentar Michele depois da minha decisão. Enfim, era muita coisa para avaliar, desliguei o telefone disposto a pensar e reavaliar pontos.
Arrumei as coisas para ir embora, todas as pendências que tinha combinado com a Lúcia já estavam prontas, então não havia mais motivos para ficar me demorando no escritório.
Saí correndo pelo corredor quando vi Lúcia entrando no elevador, gritei pedindo que segurasse a porta, parecia que eu e minha chefe não nos separaríamos naquele dia.
Óbvio que ela quando deixou a sala ouviu ou pelo menos percebeu o teor da minha discussão ao telefone e novamente voltou ao tema de que o meu grande problema eram as minhas escolhas erradas, mas nem tudo era assim tão simples, quem nunca deu passos errados? Garanto que ela mesma deveria ter o seu telhado de vidro.
Estava disposto a esclarecermos os pontos quando de repente o elevador travou, era só o que me faltava demoraria ainda mais para chegar em casa, naquele instante o que mais queria era um banho e uma boa noite de sono. Não ficar fechado em um elevador com a minha chefe sarcástica.
Tomei as providências necessárias apertando o botão de emergência que sinalizaria para portaria quando notei que a Lúcia estava muito pálida, deixando-me apreensivo.
- Você está bem? Já acionei a emergência daqui a pouco temos retorno da portaria.
- Daqui a pouco, quando? Perguntou visivelmente ansiosa.
- Alguns minutos. Lúcia você é claustrofóbica? Perguntei, percebendo os seus gestos como, por exemplo, ter aberto dois botões da blusa como se sentisse sufocada.
- Imagina! Só não gosto de lugares fechados! Respondeu com atitudes completamente incoerentes com o que falava.
Quando tentei questioná-la mais um pouco o interfone do elevador acionou, provavelmente os porteiros dando um retorno.
- Boa noite! Aqui é o Lourival. Disse.
- Boa noite Lourival. Sou o Felipe do jurídico, bem estou preso com a minha chefe no elevador, pode nos tirar daqui?
- Tem que nos tirar daqui agora! Gritou Lúcia pegando o interfone da minha mão.
- Acionei a empresa de manutenção, pediram vinte minutos para chegarem aqui. Disse.
- Vinte minutos?! Eu não tenho vinte minutos! O senhor dê um jeito e abra as portas. Continuou gritando e comprovei que ela era realmente claustrofóbica.
- Lúcia, ele já tomou as providências, tem que tentar se acalmar. Disse suavemente tomando o aparelho das suas mãos.
- Felipe, você não está entendendo! Gritou.
- Acho que estou. Respondi mantendo a calma e dizendo a Lourival que aguardávamos o seu retorno com a empresa de manutenção.
- Oh Meu Deus! O ar acabará e morreremos aqui! Disse tirando os sapatos e deixando a bolsa e a pasta no chão.
YOU ARE READING
Quando menos se espera ( RETIRADA DO WATTPAD 31/03)
ContoEles se conheciam! Se viam todos os dias' Ela, sua chefe sarcástica, ele, o funcionário que tinha de obedecê-la se quisesse manter o emprego. Os dois com personalidades bem definidas, maduros e independentes que viviam com as consequências das escol...