solidão? talvez não mais...

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Suas pernas não estavam tão firmes quanto imaginava que estivesse quando levantou daquela cadeira. Estavam pesadas e ao mesmo tempo frágeis, ou seria seu corpo? Não saberia, sua mente estava conturbada demais para raciocinar sobre o desconforto em seu corpo. Que barulho era esse? Estava chovendo? Seus olhos se focaram nos pingos de chuva que caíam lá fora.

Quando havia começado a chover? Estava absorta demais tentando engolir com tanta cerveja, o desconforto em estar alí naquele momento, ou daquela forma. Estava bêbada demais para entender.

-Oh, ainda bem que eu te estacionei aqui.

Falou com a voz pesada, olhando para seu carro, destravando-o e entrando logo em seguida, se jogando no banco do motorista sentindo-se aliviada por enfim estar só. Jogou a cabeça pra trás soltando um longo suspiro, logo em seguida encostou a testa no volante.

Não, eu preciso chegar em casa. Falou para sí mesma quando fechou os olhos, percebendo que as coisas ao seu redor ficavam mais lentas.

Com muito esforço, ligou o carro e acionou o piloto automático. Por sorte, o GPS já estava programado para um só destino, que era seu apartamento.

Ainda assim, a morena precisava dirigir, e foi o que ela fez, tentando manter seus olhos na estrada, nos sinais de trânsito, na pressão que fazia no acelerador do carro. Ela ainda estava no comando, não poderia colocar a sua vida, ou a de qualquer outra pessoa em risco... Mas o balanço do carro estava lhe deixando tonta. Momentaneamente, soltou o volante e levou as mãos ao rosto, tentando manter a sobriedade que não mais existia.

Lembranças de minutos atrás vieram em sua cabeça.

"Eu preciso ir, me desculpe... Eu... Preciso estar cedo na empresa amanhã"

Um rosto apareceu em sua mente, lhe trazendo para a realidade. Porém seus olhos não conseguiram focar em lugar algum. Não estava escuro, ainda assim não conseguia ver com clareza a estrada. Quando começou a chover tão forte assim desse jeito?

-Deus, eu estou muito bêbada.

Disse para sí mesma, parando o carro em um lugar que parecia ser no canto de alguma rua. Precisava se acalmar, não poderia dirigir assim desse jeito, não poderia deixar o carro lhe levar a qualquer lugar. Estava com medo demais em não saber para onde estava indo caso o carro simplesmente perdesse as coordenadas.

Procurou seu celular sentindo alívio imediato ao avista-lo jogado no banco do carona. Estreitou os olhos para verificar as horas, pareciam ser duas horas e alguma coisa.

-Ok, está tudo bem, Camila. Você não fez nada de errado.

Tentou convencer a sí mesma, mas foi inútil. Estava presa dentro de um carro, com uma torrente de chuva caindo lá fora, e dentro de sí mesma.

"Nós podemos ir para outro lugar se você quiser"

Mais uma vez ela apertou os olhos, se esforçando para não deixar nenhuma lágrima cair ainda que seus olhos estivessem fodidamente ardentes.

Eu não senti nada, nenhum maldito frio na barriga, não senti porra nenhuma.

Ela literalmente não se sentiu bem em sentar ao lado daquela garota, não se sentiu bem em ter seus lábios sobre os dela. Sua boca não ansiou, seu estômago não esfriou naquele frio gostoso, ela não se sentiu entusiasmada, nervosa.

-Mas que inferno.

Bateu no volante enfim permitindo as lágrimas caírem, se amaldiçoando por tais sensações, se amaldiçoando por... Não conseguir tirar a garota do seu pensamento. Lembrando que não levou Hamburg para ela. Querendo estar agora em sua cama em uma noite tranquila de sono depois de ter passado horas conversando com uma adorável menina, ao invés de estar bêbada e solitária, ainda por cima presa dentro de um carro.

Oh My Sweet Baby (lauren G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora