Não me enche!

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Eu não queria, eu juro, a comida foi mais forte que eu, ela sempre tem sido mais forte que eu, por mais que eu tente, ela sempre volta, mais forte.
Não consegui me conter, aquelas barras de chocolate, salgadinhos, doces e mais doces, tentei me controlar, tentei me trancar, mas isso só fez meu desejo aumentar, e aqui estou eu, sentada no meio da cozinha, com comidas espalhadas por toda a mesa. Muitas vezes me enxergo como um monstro, que acorda a cada um tempo determinado de anos, e devora tudo e todos, eu me via assim, eu me vejo assim.

Minha mãe e Ronnie haviam saído logo quando chegamos, não sei exatamente onde foram, mas sei o que eles vão se tornar, e eu não estou empolgada para isso, acredite, nem um pouco.

...

Limpo toda minha bagunça de cima da mesa, e caminho até o banheiro.
Sabe quando você se machuca para aliviar a dor que está sentindo? minha carma era essa, minha dor era essa, comer como viciada, e para me aliviar uso a água, coloco no mais quente do chuveiro, a água cai sobre minhas costas queimando deixando no mais extremo da cor vermelha, enquanto lágrimas caem do meu rosto, eu tenho que conviver isso.
É uma das formas que eu tenho de esquecer os problemas, não me orgulho, mas foi a única saída que eu encontrei, a comida me alivia, me machucar me alivia, o por que ? Eu não sei.

Saio do banho, e tento ao máximo possível não me olhar no espelho, ver a minha situação agora não ia melhorar nada, só ia acabar cada vez mais comigo, me destruir, mais do que já sinto que já estou.

...

- Não Sheldon, sai! - reclamo, já deitada em minha cama, escrevendo em meu diário. - Sai de cima de mim.
Sheldon logo sei de cima de mim e eu volto a escrever, escrevo tudo naquele diário, situações, constrangimentos, tentativas de me machucar, mas também, encho de mensagens românticas, principalmente para Dylan e sobre Dylan, como poderia não escrever sobre aquele ser que eu sem explicação tanto gosto?

Pego do meu bolso o cartão postal do meu pai, curiosa por querer saber onde ele poderia está dessa vez, toda vez que um cartão aparece, é um lugar novo, lugares onde eu gostaria muito de conhecer.

" Querida Emma, como você está?, como anda seus amigos, sua escola ? um dia voltarei para ouvir pessoalmente todas suas aventuras, e você as minhas, você deve está linda, com mais ou menos 17 anos, mas continua sendo aquela bebezinha que um dia peguei em meus braços, se cuida. te amo. "

"Ps: Estou em Brighton.

Ele nem sabe como sou, não sei como ainda ele tem coragem de mandar tantos cartões postais, se nem ao menos sabe como sou, é algo que eu realmente não entendo.

Grudo na parede, junto com os outros cartões postais que ele me mandou, só as guardo por interesse pelos lugares que ele frequentou, parecem ser exóticos, e tenho uma leve tendência em me interessar pelo o novo, exótico.

Ouço o barulho de carro, e logo volto correndo para cama, e finjo dormir, se minha mãe descobrir sobre minha violação da despensa, as coisas ficariam bem ruins.

- Coloca as sacolas em cima da mesa por favor querido? - Minha mãe pede a Ronnie, que está com várias sacolas em suas mãos. Logo em seguida, beija minha mãe, com um leve tapinha na bunda.
Minha mãe solta um gritinho, mas logo se recompõe, enquanto Ronnie volta ao carro, buscar as sacolas restantes.

Logo ela caminha até a despensa, a abre, e com sua face raivosa, grita o nome meu nome.

- EMMA! - Ela caminha com passos raivosos até meu quarto, com um piscar de olhos, ela já está parada em minha porta, exigindo uma explicação. - Eu quero saber, o por que aquela despensa está praticamente vazia Emma?!- Seu tom de voz grosso e autoritário, chega a me assustar.

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⏰ Última atualização: Aug 24, 2018 ⏰

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