O garoto de cabelos castanhos encarava as águas da baía atento, quase como se pudesse ver o fundo e todos os animais ali. Claro que isso não era possível, a noite não deixaria, mas mesmo assim ele gostava de imaginar os seres vivendo ali naquela imensidão azul escuro.
— Ryan! — Alguém chama lá de dentro.
O garoto suspira e olha uma última vez para a água antes de se levantar e caminhar pelo píer de madeira até dentro do pequeno centro de pesquisa de biologia marinha de Bristol. Deixe-me falar um pouco sobre Ryan Beaumont enquanto ele caminha. Ele tem agora 23 anos, é filho dos empresários Julie e Anthony Beaumont, aliás os pais dele são os mais ricos da pequena cidade e é graças a eles que a cidade se sustenta, afinal eles transportam os peixes pescados pela companhia para vários outros lugares. A cidade cresceu em volta de uma antiga lenda de que sereias viviam lá, por isso o turismo para sua praia é tão grande no verão. Ryan, ou Rye, nasceu e cresceu aqui, mas diferente da sua irmã Loren ele não iria nunca seguir os passos do seu pai, por isso foi para Liverpool estudar biologia marinha, mas como a família representa tudo para ele depois do fim do curso ele voltou e abriu seu próprio centro de pesquisa com seu melhor amigo, Mikey Cobban.
— Eu já vou para casa, você vem comigo? — Um garoto pálido e magro pergunta enquanto tira as roupas de mergulho do chão e põe dentro de um cesto.
— Claro, só vou dar uma checada nos aquários. — Ele fala.
— Okay, te vejo lá fora em dez minutos?
— Sim.
Ryan da as costas ao garoto e sai novamente. O centro é bem pequeno para falar a verdade, tem uma espécie de garagem para o barco de pesquisa, mas na maioria do tempo o barco fica fora da garagem amarrado ao píer, ao lado de um grande tablado de madeira com duas grandes aberturas quadradas para os animais passarem ali e se alimentarem, geralmente os leões marinhos e alguns golfinhos. Na terra tem duas casas separadas por um "túnel". A casa pequena mais próxima ao mar é a que eles usam para as pesquisas e atendimentos médicos aos animais. A casa maior é dividida em duas, uma parte fica o museu com animais que eles encontraram mortos, ou morreram depois de um tempo e outras coisas, do outro lado ficam aquários que vão do chão ao teto e estão cheios de peixes e espécies de plantas marinhas bem cuidadas por todos que trabalham ali.
Rye checa todos os quatro aquários antes apagar as luzes e sair dali, enquanto caminha apagando as luzes pelo caminho ele nota algo mexer na água. Ele para e olha mais atento, tentando forçar os olhos pela escuridão. Devia estar ficando maluco por que passou cinco minutos inteiros encarando a imensidão escura que era o mar se encontrando com a noite. Suspira e nega se virando para sair dali quando algo faz a água se movimentar mais ainda.
— Butter, é você?! — Ele pergunta se aproximando de um dos quadrados. A água agora esta se acalmando, mas ainda é possível ver a tremulação no local onde algo se moveu. — Cara isso não tem graça. Amigão, aparece. — Ele fala meio nervoso e se agacha perto da borda, se inclina um pouco e tenta enxergar algo na água escura. Provavelmente foi só uma folha ou um peixe, afinal de contas Butter, um leão marinho rastreado pelo centro, não gosta de nadar de noite.
— Pensei que você tinha morrido afogado no aquário. — Uma voz fala atrás de Ryan o fazendo se assustar e perder o equilíbrio caindo direto na água. — Ryan! — O garoto chama.
O susto que Rye tomou foi muito grande, e ele estava tão distraído, mas com certeza aquela água congelante em contato com sua pele serviu para acordar ele por uns cem anos. Automaticamente ele abre os olhos, como se fosse fazer algum efeito, o mar estava tão escuro quanto seus olhos fechados. Ele sobe rápido para a superfície por conta do frio ali, mas o garoto não pode deixar de ter a sensação de ser observado, como se tivesse algo a mais na água com ele. Assim que sua cabeça encontra ar puro ele respira profundamente e se vira aceitando um par de mãos estendida para ele que o ajudam a subir.
— Você quer me matar?!
— Desculpa. — Uma risada que Ryan adora escapa da boca do garoto. — Não sabia que estava tão distraído. O que estava olhando?
— Você é hilário. — Rye fala tentando soar bravo. — Não sei, pensei ter visto algo se movendo lá no fundo da água, mas acho que foi um peixe ou uma folha. — Ele dá de ombros.
— É mais fácil a folha. Ou vai ver você estava na presença de uma sereia. —Ele ri.
— Ah cala a boca Michael! — Rye empurra o moreno rindo. — Eu tô congelando e você fica fazendo piada.
— Vem, vamos te pegar uma toalha e vamos para casa. — Mikey fala passando seus braços pela cintura de Rye e seguindo com ele para dentro do centro de pesquisas.
[...]
— Você vai ficar com raiva de mim para sempre? Já me desculpei, e não foi intencional você cair na água! — Mikey retruca novamente.
Ele estava coberto da cintura para baixo no lençol branco, com metade de uma cara de sono a mostra e a outra metade mergulhada no travesseiro. Daquele jeito, Ryan, que observava do pequeno banheiro, não tinha como resistir, e além do mais ele não estava realmente com raiva, mas ei, esse é parte do charminho dele.
— Não para sempre. É muito tempo, mas até você terminar uma massagem em mim. — Rye se vira e anda devagar até a cama.
— Massagem? Você é muito interesseiro. — Mikey ri baixo.
— Você quer o meu perdão, não quer? — Rye fala um pouco manhoso.
— Com essa cara linda nem um hétero te diria não. — Mikey sobe nas costas do maior e senta na sua bunda para fazer uma massagem nele.
— Você é o melhor massagista que tem. — Rye sussurra minutos depois já grogue de sono.
————
Notas: Hey hey hey roadies e outros seres humanos! Já escrevi muita fanfic, mas essa é a primeira que posto no wattpad! O que acharam desse inicio? Dúvidas? Angústias? Questionamentos?! Me contem!!
Vou tentar postar todo fim de semana okay?! É isso.
Ah, caso queiram me achar meu twitter é: https://twitter.com/StrangerHarvey
meu instagram é: afroditetequila
Love always, Pri. xx
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Unknown life || Randy (Dropped)
Fantasy- Pensei ter visto algo se movendo lá no fundo da água. [...] - Achei que ia estar tudo morto. - Rye fala confuso olhando a pilha imensa de peixes, que supostamente estavam mortos, se mexer. - Mas estão. - O mais novo fala confuso. [...] - Serei...