CAPITULO IV

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Alluios – Ano 4003 D.C.

_ Tem certeza, Melanie? – A jovem de olhos verdes vivos e cabelos negros e lisos, presos num coque quase desfeito pela corrida, sua pele era morena, mas naquela noite seu rosto parecia mais pálido que o de uma estátua de cera. Tinha a silhueta de uma mulher comum. Não era alta e possuía um corpo saudável de busto discreto e curvas singelas. Trazia seu filho, quase que arrastando-o pela mão. A criança que aparentava ter aproximadamente, sete ou oito anos de idade, quase não conseguia mais andar, devido ao cansaço da longa jornada.

Melanie andava alguns passos à frente carregando uma menina adormecida em seu colo, de cabelos lisos e loiros, muito dourados, ela também aparentava ter seus sete ou oito anos de idade – o que dificultava em muito as mulheres seguirem numa marcha mais rápida.

Melanie era uma mulher de estatura normal, quadris largos e braços fortes. Seus cabelos encaracolados na altura dos ombros era loiro escuro. Sua boca tinha lábios finos e em seu rosto de pele oliva, o nariz adunco e os olhos de azul safira profundo traziam um ar respeitável. Ela andava como se não desse muita atenção ao que a amiga dizia, seu olhar expressava medo e ansiedade.

Um cavalo negro as seguia, carregando algumas bolsas com mantimentos e vestes e um grande saco de couro que tilintavam as moedas que jaziam dentro dele.

_ A bruxa de Ônix disse que se algo acontecesse à ela, deveríamos seguir para Alluios, somente lá estaremos seguras. Ela protegeu todo o lugar com fortes encantamentos. Linda; é nossa única chance... Rápido, estamos chegando.

Faziam muitos meses que deixaram o castelo para trás, saíram às pressas da cidade e depois de dias, cruzavam a balsa para o outro lado do continente, tiveram que pagar a mais pra conseguirem embarcar o cavalo; depois de muitos percalços, finalmente alcançaram a floresta de Nornir.

Ah, Nornir!

A nostalgia apossou-se de Melanie, que vivera toda sua infância e grande parte de sua juventude dentro da sua amada floresta de Nornir. Mas sabia que teriam longos meses até alcançar o outro lado.

Nornir era a segunda maior floresta que ainda existia no planeta. Cheia de encantos e perigos. Os quais ela tiraria de letra.

Após muitos e muitos meses, já estavam quase alcançando o fim da floresta, sem grandes problemas pelo caminho.

Caminharam por mais um curto período de tempo, até adentrarem uma vila que parecia não fazer parte daquele mundo caótico, cheio de morte e destruição do qual haviam fugido.

Ao contrário, Alluios parecia estar em uma dimensão a parte, mas as pessoas já haviam se recolhido, pois já era tarde da noite.

Mesmo assim, a paz que transmitiam as pequenas casas e estabelecimentos simples, de madeira leve e telhados de palha estava no ar que respiravam.

_ A guerra não chegou até aqui. – Murmurou Linda, pegando seu filho que, de tão exausto, sentara no chão.

_ A bruxa de Ônix garantiu que isso não acontecesse. Vamos, temos que encontrar um lugar para descansar.

Não precisaram percorrer muito as ruas de terra batida e gramados esporádicos que teimavam em crescer onde os transeuntes não caminhavam muito, até encontrarem uma pensão.

Era um estabelecimento simples, mas grande.

Possuía dois andares e diferente das demais casas do local, essa era feita de pedras expostas e barro, janelas adornavam tudo ao redor de ambos andares, com trepadeiras floridas pendendo de cada uma delas. A porta era de madeira forte e logo acima se via uma placa de madeira cheia de desenhos florais, onde dizia:

Herdeiros de Reliqueai - Discípulos de NornirOnde histórias criam vida. Descubra agora