Capitulo 001

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Um homem silencioso transita por entre os berços simples do lugar, traja roupas formais demais para o ambiente restrito, caminha calmo, nada preocupado com alguma aparição surpresa, observa crianças recém nascidas, uma por uma, buscando pelas certas. Apesar de bem vestido, os cabelos longos, de aparência sebosa, lhe cai sobre os olhos quando se inclina para enxergar melhor o bebê careca, uma pequena menina, de fios tão loiros que passam imperceptíveis se olhar rápido.

"São vocês." Ele murmurou pegando a garotinha no colo, ela está acordada e puxa-lhe os fios oleosos. Logo após ajeitar a menina no colo, se estica todo, buscando o menino de cabelos negros, que está dormindo pesado com um dedo na boca. Figura engraçada aquela que se equilibra com duas crianças no colo. "seus destinos estão prestes a serem decididos..." Tom lamentável é o qual usa, e reflete ao seu semblante, tristeza enorme sentia.

*

" São apenas crianças indefesas." A voz feminina esbraveja, totalmente contrária as sugestões dos outros. Ela levanta-se da cadeira e bate os pulsos na mesa, fazendo o coque firme sobre sua cabeça mover, espalhando alguns fios castanhos.

"Crianças que devemos temer." O ruivo de porte atlético, vestido de uma túnica branca com detalhes dourados também se ergue do lugar apontando para as crianças que dormem tranquilamente.

"Ora por que teríamos medo de criaturas tão indefesas" Outro homem com cara amarrada se pronuncia sem ao menos olhar as crianças, seus olhos raivosos estavam em outra figura masculina na sala, os orbes castanhos parecem queimar, cintilando ódio palpável.

"Elas portam poderes fortes o suficiente para destruir o cosmos, devemos matá-las e jogar suas almas no mundo dos mortos" Soa mais raivosa que qualquer outra voz ali presente, assim como o homem robusto, seus olhos não estão nos pequenos, mas sim no homem que agora é o único sentado, frustrada desvia para as crianças, a expressão é de puro ódio.

"Podemos só as separar, evitaremos o caos e permanecerão vivas sem grandes alardes" O sorriso de Afrodite é genuíno, seus olhos caem sobre as crianças com ternura.

"Não adiantaria, são gêmeos, sempre irão procurar a presença um do outro" A gêmea do Ruivo, Arthemis, tem o olhar carregado de lástima em direção às crianças.

"Então separamos até que tenham idade suficiente para controlar" Branda com sua voz grossa ecoou pelo grande salão, chamando atenção de todos, o pronunciamento traz satisfação e bagunça no ambiente.

"Zeus enlouqueceu" Hera é a primeira a se manifestar diante do pronunciamento, odiava os gêmeos mais que qualquer pessoa ali presente. "Eles trarão caos e calamidades, seja coerente".

"Ou poderão ser nossa salvação" Um homem de cabelos longos brilhosos, roupas comuns de quem acabou de sair de um dia na praia, abre a boca trazendo silêncio outra vez. "Nunca saberemos até que criem a idade da profecia. Todos aqui sabem, evitar uma profecia, sempre a torna pior do que deveria ser." Completa tornando a sentar sobre o trono que lhe pertence ao lado do irmão mais novo.

"Tenho que concordar com Poseidon" E com a indiferença de alguns, o mensageiro dos deuses é encarregado de levar ambos os bebês para o mundo mortal.

"Hermes, deixe um em cada beira do mundo, não devem se aproximar antes do momento certo chegar" Com o último pronunciamento de Zeus, Hermes se vai levando os pequenos.

"Acredito que serão ótimas crianças" Poseidon levanta outra vez, e coloca a mão no ombro do mais alto que apenas confirma com a cabeça. Os outros deuses se retiram da sala um a um.

"Quais das minhas não foram" O orgulho nítido na voz de Zeus faz Hera, que permanece na sala, irritar-se ainda mais, onde já se viu um homem se orgulhar de frutos de uma traição.

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