Separados

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                     Os passos confiantes de Stella a levam rumo a uma das rua de barro, ela vai sem medo algum, ou ao menos é isso que o garoto que deixou para trás acha, ela estava temerosa, olhando ao redor, tentando dar lugar a curiosidade. Stefan vinha logo atrás, com as roupas sujas de poeira, definitivamente havia feito besteira, devia ter ficado de boca fechada esperando a solução para voltar pra casa cair do céu.

"Garota não faça isso." Stefan segura o braço da menina a impedindo de seguir o caminho para uma rua mais larga. "Quer nos matar?"

"Não era você o destemido?" Ela puxa o braço com força fazendo o menino largar, dá um passo atrás querendo manter a distância mínima entre ambos. "Não me venha com essa agora."

"Não quero ser atravessado por uma daquelas lanças. Se você quer morrer, vá sozinha." O mais baixo fala rápido se inclinando para ver o fim da rua. Ao longe alguns guardas se movimentavam fazendo a segurança da cidade.

"Nunca pedi que me seguisse." A voz alta da garota faz o sangue do menino gelar e um frio subir pela espinha. Espia novamente sobre o ombro da garota, por algum motivo os soldados vinham correndo na direção em que estavam com as lanças em mãos, as pontas brilhando, tudo naquela cena o deixou nervoso, tinha quase certeza que não havia outra coisa ali que não fosse os dois adolescentes.

Os pés de Stefan moveram-se para trás numa agilidade que não o pertencia, e em corrida ágil, não vai em direção ao mato, algo o incentivou a entrar em um dos becos, sem nem olhar para trás para ver se Stella o seguia, o menino desvia de potes grandes e das madeiras deixadas caídas pelo beco.

A situação de Stella era a pior possível, por teimosia dela agora os guardas a perseguem de perto, seria capturada com facilidade, não tinha tomado um caminho estreito como o menor, estava exposta demais. Suas pernas longas ajudavam na corrida, seu porte atlético ia sendo útil até o virar de uma rua, seu tênis derrapou em pedras, a fazendo cair com o peito no chão.

"Não me machuquem." A voz sai cortada, o impacto em seu tronco havia a pegado em cheio, tornando o ato de puxar o ar algo doloroso.Os guardas de saias estão com as pontas das lanças afiadas apontadas para o pescoço fino da menina.

"Μιλήστε o que faz aqui?" Os ouvidos de Stella começam a zumbir, a dor de cabeça crescendo, a dor aguda que cruza seu cérebro, o excesso repentino de informações. Grego. Ela não deveria saber essa língua, deveria? Ergueu as mãos seus ouvidos, sem ligar muito se lâminas lhe atravessariam o pescoço, pressionar as palmas contra os ouvidos que sangram numa tentativa falha de fazer parar para ao certo a se fazer, mas o grito fino que abandona a garganta da mesma é o primeiro sinal, isso não faria a dor cessar.

" O que ela está fazendo?" Um dos guardas soou alarmado enquanto recolhia a lança para proximo ao próprio corpo,

"Eram dois, não abaixe a guarda até o outro ser pego," O guarda com mais poder no local apontou para dois guardas corpulentos e começou a correr na direção em que Stefan havia seguido. "Vocês três cuidem da garota, e não a deixem escapar!!!" Ele manda em um tom autoritário já a alguns metros á frente.

*

Stefan já suava muito quando começou a ouvir passos correndo atrás de si. O menino havia parado de correr a alguns minutos, o corpo magro se quer aguentava mais correr. Gritos ao longe o deixa alarmado como um gato assustado. Na medida em que os gritos desconexos se aproximavam seu corpo pedia por clemência.

Era um péssimo companheiro, deixou a menina para trás, para morrer! Tão cruel. Mas agora não pode mais voltar, sua vida era mais importante que uma missão suicida para salvar uma garota irritante e sem graça.

Parou de correr olhando o chão, os joelhos gemendo, quantos pensamentos horríveis ele pensou em tão pouco tempo. OS olhos se fecharam e esperou os guardas acabarem com sua vida, mas a única coisa que sentiu foi uma mão agarrar o braço e o puxar para o lado.

Bateu fortemente com as costas contra a parede, imediatamente abriu os olhos, encarando o rosto escondido pelo breu que o é o beco estreito.

"Shh." Soa baixo vinha da pessoa que mantinha a mão frente a seus lábios, medo todo se passou quando notou ser uma garota de sua altura e tão franzina quanto ele. Correndo pela rua frente ao beco os guardas passaram gritando como loucos.

"O que está acontecendo?" Stefan perguntou ao sussurros olhando as costas da garota que tinha ido verificar se tinham mesmo ido embora.

"παράξενο demais." Ao terminar a frase Stefan olhava confuso para a garota que o encarava com o mesmo horror incompreendido.

"Que língua você fala?" Stefan pergunta voltando a encostar na parede, abaixa a cabeça, olhando para o que parecem ser seus sapatos. Ergue uma mão até o ouvido que a cada segundo sentia doer, um zumbido baixo se tornava mais alto e incômodo,

"Hum?" A garota que salvou a vida de Stefan se surpreende ao ver o garoto despencar para o lado com os olhos fechados. Rapidamente se agacha e olha para a rua de terra batida verificando se estava tudo bem, ao se certificar a menina volta sua atenção ao desmaiado.

O destino gostava de Stefan, a casa da garota não era tão longe e por sorte o menino não era tão pesado, facilitando o trabalho de carregá-lo se esgueirando por becos escuros e vazios,

*

Ps1 : os desmaios e a misturas de línguas são causados pelo cérebro dos dois sereszinhos ( Stella&Stefan) se acostumando com a estranha língua; o grego. Eles entendem grego por estar progamado ocultamente em seus cérebros e ouvir a língua pela primeira vez foi o estopim para entenderem tudo. :)

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