Capítulo 8

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Thor fez o seu melhor para acompanhar o escudeiro de Erec, correndo para acompanhá-lo enquanto ele traçava seu caminho através das massas. Tinha sido tudo como um redemoinho ali na arena, ele dificilmente poderia processar o que estava acontecendo ao seu redor. Ele ainda estava a tremer por dentro, mal podia acreditar que tinha sido aceito na Legião e que tinha sido nomeado o segundo escudeiro de Erec.

"Eu lhe disse garoto — mantenha o ritmo!" Feithgold exclamou.

Thor não gostava de ser chamado "garoto." Especialmente porque o escudeiro era apenas um pouco mais velho do que ele. Feithgold ia em disparada no meio da multidão, era quase como se ele estivesse tentando perder Thor. "É sempre tão lotado aqui?" Thor gritou, tentando acompanhá-lo.

"Claro que não!" Feithgold gritou de volta. "Hoje não é só o solstício de verão, o dia mais longo do ano, mas também, o dia escolhido pelo rei para o casamento da filha — e o único dia na história em que nós abrimos nossos portões para os McClouds. Nunca houve uma multidão assim aqui antes. É inédito. Eu não esperava por isso! Eu receio que nós estejamos atrasados!" Ele disse, todo apressado enquanto corria através da multidão.

"Para onde estamos indo?" Thor perguntou.

"Nós estamos indo fazer o que todo bom escudeiro faz: ajudar nosso cavaleiro a preparar-se!"

"Preparar-se para o quê?" Thor insistiu, quase sem fôlego. O clima ficava mais quente a cada minuto e ele limpou o suor de sua testa.

"O torneio real!"

Eles finalmente chegaram ao fim da multidão e pararam diante de um dos guardas do Rei, quem reconheceu Feithgold e fez um gesto para os outros para que os deixassem passar.

Eles passaram por baixo de uma corda e entraram em uma clareira, livres das massas. Thor mal podia crer: ali, bem perto, estavam as pistas de torneios. Atrás das cordas ficavam as multidões de espectadores, ao longo da pista poeirenta viam-se enormes cavalos de guerra — os maiores que Thor já havia visto — montados por cavaleiros em todo o tipo de armadura. Misturados entre o Exército Prata estavam cavaleiros dos dois reinos, de todas as províncias, alguns em armadura preta, outros em branca, usando elmos e portando armas de todas as formas e tamanhos. Parecia que o mundo inteiro tinha descido para essas pistas de torneio.

Já havia algumas competições em andamento, cavaleiros de lugares que Thor não reconhecia, investindo uns contra os outros, golpeando lanças e escudos, seguidos sempre por um grito animado da multidão. De perto, Thor não podia crer na força e na velocidade dos cavalos, no som que as armas faziam. Era uma arte mortal.

"Isso dificilmente parece um esporte!" Thor disse a Feithgold, enquanto o seguia ao longo do perímetro das pistas.

"Isso é porque não é." Feithgold gritou de volta, sobre o som de um choque de lanças. "É um negócio sério, disfarçado de jogo. As pessoas morrem aqui a cada dia. É uma batalha. Sortudos são aqueles que saem daqui ilesos. Há poucos deles e estão longe."

Thor olhou para cima quando dois cavaleiros investiram um contra o outro e colidiram em alta velocidade. Houve um terrível estrondo metálico, então um deles saiu despedido de seu cavalo e caiu de costas, a poucos metros de Thor.

A multidão estava boquiaberta. O cavaleiro não se mexia e Thor viu o pedaço de um cabo de madeira metido nas costelas, perfurando sua armadura. Ele gritava de dor e o sangue derramava-se pela sua boca. Vários escudeiros correram para cuidar dele, arrastando-o para fora do campo. O cavaleiro vencedor desfilava lentamente, levantando sua lança para a alegria da multidão.

Thor estava espantado. Ele não tinha visualizado o esporte como sendo algo tão mortal.

"O que aqueles rapazes fizeram — agora é também o seu trabalho." Feithgold disse. "Agora você é um escudeiro. Mais precisamente, o segundo escudeiro."

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