A Descoberta

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Na manhã Violet acorda cedo e logo vai colher algumas frutas na clareira, com poucas árvores, mas que ainda conseguem encher sua cesta que foi dada por sua mãe. Seu animo veio dos ensinamentos que sua mãe vem lhe passando sobre a floresta, cada detalhe de sobrevivência a menina guardava em sua cabeça para nunca esquecer, mas ficava distraída facilmente e sua mentora, nas horas dos estudos, logo chamava sua atenção para que não se perdesse durante seu aprendizado. 

Cantarolando e movimentando sua cabeça lentamente acompanhando o ritmo da música, ela anda até uma das árvores mais próximas para checar o que poderia oferecer, mexe em toda a parte de baixo da árvore, pois nunca aprendeu a escalar uma, recolhe todas as maçãs que encontrou, e com a cesta quase cheia, ela volta para casa ansiosa com o que sua mãe pensaria com as suas escolhas. Entrando em casa Kod, como era chamado seu cachorro, estava deitado em alguns trapos no canto da sala, para manter-se aquecido durante seus longos sonos e alguns pequenos cochilos, andando até a cozinha, Violet chama sua mãe para apreciar a cesta que trazia em seus braços.

- Filha! Bom dia minha querida, você buscou mais maçãs na floresta. Que maravilha! 

Deu-lhe um abraço e um beijo, pegou a cesta e com uma parada repentina pensou algo para si.

- Algum problema mãe? - Disse Violet.

- Nenhum filha, mas aqui tem o suficiente para fazer algo que gosta - Com uma ar de mistério disse Rachel.

Com um pulo a garota disse gritando.

- Uma torta de maçã!

Enquanto sua mãe se preparava para começar a fazer a desejada torta, ela pediu a sua filha para que fosse buscar mais algumas outras frutas para manter seu estoque cheio. Pegou sua cesta e agora com a companhia de seu cachorro. Ela não gostava de apenas pegar frutos, mas também apreciava seu redor, tantos os animais quanto a paisagem, e acabava perdendo horas apenas rodando aquele lugar se sentindo em um paraíso. Nesse dia então ela resolveu ir um pouco mais fundo na floresta, visitando lugares onde sua mãe antes a proibia por medo de insetos ou animais silvestres desconhecidos, enquanto caminhava ela percebeu que havia um caminho pequeno e desconfortável de passar que a fazia ter curiosidade. Ela então retorna para casa esperando que a guloseima  esteja pronta para que possa devorá-la com todo gosto. 

No dia seguinte a garota acorda no mesmo horário que o dia anterior, poucos minutos antes, a curiosidade do dia passado a atormentou durante a noite toda, pensando como poderia ser lá, e quais frutas ou vegetais poderia encontrar de novo, então descendo as escadas a caminho da porta de saída, sua mãe a interrompe com uma pergunta.

- Vai sair assim tão cedo? Planeja ir longe?

Virando devagar em direção a sua mãe, diz a menina. 

- É que eu vi algumas frutas diferentes no alto de uma árvore ontem, e queria subir para poder aprender a escalar, já que não pratico tanto, fiquei tão ansiosa que não vi nem a hora que acordei.

Com um sorriso no rosto termina a frase, esperando que sua mãe acreditasse.

- Tome ao menos seu café garota, não quero ninguém desmaiado por ai porque não se alimenta direito.

Colocando pequenos bolinhos no seu colo de qualquer jeito, e segurando o copo de leite com a outra mão, a garota sai da casa toda desajeitada enquanto diz.

- Não se preocupe, eu vou comendo, não quero perder nenhum minuto lá. Beijos mãe!

Ela então bate a porta e corre para a floresta com alguns bolinhos caindo sobre os furos que seu colo tinha por causa de seu desajeito, terminando de comer o último bolinho ela percebe então que Kod a seguiu, e não se preocupa tanto já que o animal sempre a acompanhava na maioria das viagens. Chegando ao local que alguns dias antes foi descoberto, ela tenta passar pelas árvores próximas enquanto seu cachorro a segue por trás, sem quaisquer dificuldades, na última árvore seu quadril trava e não a permite prosseguir, então encolhendo a barriga acaba caindo na macia grama que estava a sua frente. Gemendo por causa da dor que trouxe a queda, ela acaricia os pequenos ralados que se formaram por causa de algumas pedras que atrapalharam sua aterrissagem,olhando ao redor,  percebe um campo limpo sem árvores ou qualquer outro tipo de plantação, apenas uma cabana que saia fumaça de sua chaminé, e um longo rio que se encontrava a alguns metros de distancia da residência.

- Kod! Não sabia que tínhamos vizinhos, porquê mamãe nunca me contou.

Ela prosseguiu viagem até a casa que estava um pouco longe, e esperava poder fazer amizade com o vizinho que lá morava. Com simpatia e jeitinho bateu na porta e esperava ávida pela recepção do morador que logo abriu a porta.

- Boa tarde! o que deseja garotinha?

Um homem alto, usava um chapéu preto-cinza, vestido com um longo paletó preto e gravata azul escuro, suas calças eram de veludo igualmente preto, e na sua mão carregava uma bengala que na sua ponta havia uma pedra dourada e reluzente a luz do sol.

- Oi! sou Violet, uma vizinha, moro a alguns passos daqui mas nunca passei mais que uma certa distância de minha casa. Fico feliz em ver pessoas novas, então achei que deveria dar um alô aqui.

Sem jeito, a garota tentar se apresentar para o novo homem que acaba de conhecer, e que parece estar confuso com o que disse a menina.

- Mas o lugar mais próximo daqui é a casa do ferreiro do reino, que eu saiba não existe lugar nenhum perto daqui além desse. Você tem certeza disso?

A menina com um olhar um pouco preocupado retruca com afirmação na voz.

- Mas é claro, faz poucos minutos que sai de casa e parei aqui, se quiser posso te mostrar de onde vim.

Os dois caminham até o lugar de chegada da garota, e não conseguem encontrar o caminho da volta.

- Ma-mas foi daqui que eu vim, me lembro bem, até cai aqui por perto por causa de uma árvore besta.

Ela então batendo as mãos nas árvores que lá haviam se desespera para achar a saída.

- Calma garota! Não se estresse, você não teve alucinações ou coisas assim? Precisamos encontrar seus pais. - Diz o homem tentando ajudá-la. 

- Eu não sou louca, eu sei muito bem que eu vim desse lugar. - Diz Violet injuriada com a situação

Kod logo atrás dos dois, começa a latir para algumas aves que haviam ali por perto.

- Minha nossa, você não o ensinou a falar? - Disse o homem com dúvida do porquê da garota não ter feito o tal ato.

De costas para o senhor diz Violet.

- Por favor, não vamos brincar em uma situação dessa.

Então a companhia de Violet levanta sua bengala e começa a chacoalhar em movimentos circulares e em seguida aponta para o cachorro.

- Evrot.

Pronuncia o homem, e de sua bengala começa a expelir uma luz azulada, chega até o cachorro levantando-o enquanto a luz fica mais forte, Violet olha para trás com um olhar de espanto caindo sobre o chão e arrastando as costas nas árvores.

- O que é isto?!

A luz se torna muito forte por um tempo, e se dissipa do nada, deixando o cachorro voltar ao chão. O animal então um pouco desorientado anda até Violet e senta na sua frente dizendo.

- Não me sinto bem.

A menina se desespera e salta para longe de seu cachorro, e grita.

- O que está acontecendo?!

- Pra que essa surpresa toda? Até parece que nunca viu ninguém liberar magia.- Diz o homem querendo ironizar a reação da menina.

- Não eu nunca vi, e não acho que isso seja possível, então por favor me diga o que acabou de fazer aqui. - Diz a garota pasma.

O homem franziu a testa e notou que a menina não brincava.

- Por toda essa sua surpresa, não acho que você teve contato com alguma coisa daqui já.

Com sua mão esquerda, acariciava seu cavanhaque enquanto pensava no ocorrido.

- Garota, por favor me acompanhe até minha casa, vou tentar entender junto com você sobre o que está acontecendo. 







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