Sem volta

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Os viajantes se aproximavam do enorme muro que rodeava Negrast, muros tão grandes e grossos que uma tentativa de escalada seria um verdadeiro suicídio por causa dos blocos que o formava, um material desconhecido parecido com uma alvenaria de tijolos cozidos mas que não permitia quaisquer perfuração em sua estrutura, um gancho de escalada jamais conseguiria perfurar um dos blocos que formara a grande muralha, qualquer tentativa teria o mesmo resultado; um ricochete de volta para baixo. Os portões eram feitos de uma madeira clara parecida com a de eucalipto que era também reforçado, em suas bordas era possível ver a diferença da cor entre as madeiras, a madeira que enfeitava as laterais e o meio do portão é carvalho tingido com um vermelho de tonalidade escurecida. Nas laterais do portão havia duas entidades de enorme porte chegando a uns 4 metros de altura e com uma longa largura, fazendo-os parecer bem mais fortes do que poderiam ser, suas armaduras não tinham muita diversificação de cores, no elmo há  uma pequena elevação retangular que começa na parte da frente ao centro e afinava até a nuca e havia um grande buraco onde deveria estar seus rostos. As ombreiras são lisas e azuladas, o peitoral carregava no peito direito um brasão com a imagem de um leão com um azul semelhante a da armadura, uma grande juba acompanhada de uma coroa dourada detalhada com pedras vermelhas e verdes. As perneiras continuavam com as mesmas cores, assim como todo o restante.

A chegada dos visitantes fez com que os guardas ficassem em posição de ataque, joelhos dobrados para frente, tronco agachado, braços segurando as grandes lanças que eram inteiramente feitas de aço. A aproximação foi diminuindo de velocidade, pois não esperavam uma recepção "tão amigável" quanto mostravam os gigantescos guardas, quando chegaram a uma distância considerável um dos guardas disse.

- Alto lá! - ecoou uma voz grave e alta da grande armadura. - Não desejamos visita alguma de forasteiros. Deem meia volta e retornem de onde vieram.

Após o termino da frase os guardas voltaram a posição de descanso, colocando o pé das lanças ao chão e braços próximos ao corpo. Scarr ficou estarrecido com as palavras proferidas pelo grande homem, mas de longe uma voz falava algo enquanto os portões abriam.

- Mas o quê é isto?! - Dizia um homem alto, vestido em uma armadura que aparentava ser resistente, em suas ombreiras havia penas amarelas nas bordas; como um babado, seu elmo tinha também um leque sustentado por um pequeno cilindro no centro, o leque era feito pôr fios finos vermelhos, duraria uma vida toda para a tentativa de contar quantos haviam ali, seu elmo dourado cobria o crânio todo sem ocupar espaço a frente do rosto, apenas uma "costeleta" de ouro chegava até seu queixo. Todo o resto da armadura era dourada, e em seu peito tinha o mesmo brasão que foi visto nos guardas que estavam protegendo o portão. 

- Me desculpe essa péssima recepção meus caros. Essas coisas levam ao pé da letra quando falamos para não deixar qualquer um entrar. - Batia com as costas da mão em uma das armaduras que ecoava o som dentro de si.

Violet estranhou o som que os guardas faziam, pois deveria ter alguém lá dentro. O homem se aproximou de Scarr que estava dois passos a frente dos outros, deu lhe um abraço e disse:

- Mas que surpresa te ver novamente aqui - O homem deu uma risada estrondosa, enquanto Scarr apenas esboçava um sorriso.

- Desde a última vez que vim aqui, você era apenas um soldado inexperiente. Parece que progrediu muito meu jovem. - Disse Scarr dando tapas camaradas no ombro do homem.

- Vamos entrem, sua visita é sempre bem-vinda. Precisamos conversar muito sobre tantas coisas. - O homem sorria de orelha a orelha.

Enquanto entravam, Violet fitava seus olhos no buraco escuro que tinha no elmo dos guardas esperando ver um rosto. Sem conseguir ver nada ela acelerou os passos para perto de Mayandra.

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