Você quer brincar?

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Movimento leve e continuo, pouco se mexia, a calmaria que passava é sem igual. O movimento da grama sobre o raiar do sol pode até fazer esquecer uma parte dos problemas, nem que seja por um momento. Depois que Violet saiu da tenda, ficou reparando no leve movimento que se repetia, os cavaleiros e guardas já estavam de pé prontos para partir a busca de Somnus. Eles se alimentaram, os cavalos estavam bem descansados depois da longa noite que se passou, demonstravam fome mas não teria o que os cavaleiros fazerem já que boa parte do estoque se tornou grudentos pedaços de "desgraça". Eles se aprontaram e continuaram o rumo as bordas da floresta, o cachorro caminhava logo atrás do cavalo em que Scarr levava a garota desobediente.

Galope após galope, parecia que aquilo era eterno para Violet, já que não chegavam logo. Um cheiro de carne ou qualquer outra coisa podre que estava ali perto e invadia as narinas das pobres vítimas que ali estavam, era a floresta que cheirava mal, eles estavam andando de encontro a floresta que era possível enxergar do campo aberto, as árvores estavam sem verde algum, bom, o único verde que era visto é o da neblina que cobria cada tronco e pedaço de chão. Os cavalos estavam visivelmente incomodados em andar ali por perto já que não só o cheiro seria o horrível, mas a própria visão dessa maldita floresta.

Mayandra disse em voz alta e de bom tom:

Vamos evitar chegar muito perto dessa neblina, mantenham-se juntos!! Caso queiram viver, claro. - E soltou um leve sorriso malicioso com seu pescoço erguido.

Violet manteve sua concentração nas palavras da mulher, até sentir um pouco de calafrio ao ouvir o final da frase. - Não é medo, é respeito né? - Pensou a garota. Eles galopavam e galopavam em busca de pistas sobre o paradeiro do Mago, acabaram encontrando os destroços da carruagem que deveria ter levado o velho homem até seu destino.

Ali está! - Gritou Demetrius ao ver o amontoado de madeira.

Eles desceram dos cavalos, checaram os destroços para tentar encontrar maiores informações e não encontraram nada. Scarr seguiu a caminho da carruagem, analisou com olhares de olhos serrados e acariciando seu cavanhaque. - Não encontrei nada também. - Disse o homem. Mayandra estava andando aos redores para procurar coisas que poderiam ajudar na busca, usava alguns frascos que continham poeiras de algumas cores diferentes, primeiro ela jogou um amontoado de cogumelos com algumas folhas secas e flores que continham cores vivas, ela tirou esse amontoado de especiarias de seus bolsos que carregava em sua cintura e derramou sobre o solo. As flores logo perderam sua cor, mas parecia que essa cor se dissipava e fazia parte do ar como um pouco de fumaça, as folhas secas eram trazidas para dentro do solo de terra infértil e seca; assemelhava-se a um areia densa e desagradável. Os cogumelos nem ousaram se mexer, Mayandra começou a andar pelo terreno e checava o solo e ar com total atenção. Violet estava perto dos cavalos e cavalheiros que estavam juntos um pouco antes de chegar no amontoado de madeira que eles estavam trabalhando, ela estava impaciente e queria manter movimento, nem ela mesmo sabia do porquê, mas seu corpo estava com um sensação de inquietação. Ela andava de um lado para o outro enquanto Kod estava deitado a 1 metro de distância.

- O que está acontecendo menina? - Perguntou o cachorro, um tanto despreocupado.

- Estou apenas esperando, está uma demora lá. - Violet respondeu ao cachorro.

Ele voltou sua cabeça apoiando em suas patas que estavam cruzadas enquanto sua barriga estava virada para o solo. Os guardas estavam perto dos que estavam estudando a "bendita" da carroça. Mayandra usou mais alguns de seus artifícios para buscar a resposta, ela também esperava o efeito do amontoado de coisa que ela jogara um pouco mais cedo, e o efeito começou. A terra começou a tremer de leve, e os cogumelos que ela tinha posto lá já não estavam no mesmo lugar. Uma coisa grande começou a sair do solo e formava algo, era um cogumelo branco de cabeça vermelha que parecia estar fechado. A cabeça começou a chacoalhar e estourou, ninguém estava perto daquela coisa, a fumaça começou a espalhar-se em todo o território e sempre que encontrava indícios de que houve movimentação deixava "falhas" (Deixava um contorno sem a fumaça, que não era muito densa). Não era possível reconhecer as entidades, apenas que passou alguém ali.

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