O VAZIO DE TODAS AS NOITES.

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Inconstante Alma


Antes de começar, deixo claro que este livro, futuramente terá vários outros capítulos que ainda estão em fase de desenvolvimento. Agradeço desde já e avaliem o livro comentando nos capítulos. Obrigado!

Certas noites é inevitável a vontade de questionar, a vontade de saber, a vontade de ler ou escrever e me expressar. Posso viver todos os dias normais, aproveitando das alegrias que encontro em meu dia, aproveito todas as dores, sinto todas as raivas, sinto todos os prazeres, são extremos de humores e sensações que fazem meu dia, e, assim vivo normalmente todos os dias. Algumas madrugadas, assim como um alcoólatra ou um usuário de entorpecente, eu me encontro em aflição, me encontro mergulhado em um anseio apaixonante, uma vontade que surge da alma, é difícil de entender, é como se essa vontade tivesse vida própria. Diferente de um alcoólatra ou um usuário de entorpecente, meu desejo não é químico, é sábio, é uma alma carecida de beleza, filosofia, arte e entendimento, procuro tanto isso que acabo não sabendo encontrar, por isso logo me vejo na balança entre ignorância e sabedoria.

Afinal, se minha alma carece tanto de algo, como encontrar? Não posso dormir hoje sem me entender, sinto estar afogado em informações e seco de sabedoria. Algo que vem do fundo, os recônditos cantos da minha alma pede para que eu pergunte algo simples, é como uma voz que vem la do fundo tirando meu sono e perguntando a mim algo, isso soa tão importante para o dono dessa voz que é como se minha resposta fosse tirá-lo de uma prisão. Então me pergunto: será que essa voz não sou eu querendo me libertar da minha própria prisão? Já que essa voz é minha alma.
Essa voz tem constantemente me perguntado: Luiz, o que é a vida?

Agora nesse momento, segundo o que vivi através das experiências, eu possa respondê-la, dizendo assim: a vida? Ora o que é viver? Posso até tentar responder; a vida começa no contrapeso da morte, quando nascemos, naquele momento eu choro, é meu primeiro contato com o mundo, com as pessoas e com os sentimentos, ao longo do tempo eu me desenvolvo fisicamente e mentalmente e inevitavelmente vou absorvendo todos os conhecimentos que já existiam, deles eu até posso ter a ilusão de criar algo novo, mas nunca será algo novo, será sempre uma transformação de algo que ja existia. Ao longo do tempo, vou sentindo o prazer e o prazer me amolece e ao longo do tempo vou sentindo a dor, a dor me prepara, me ensina. A dor de um erro, de uma queda, de um desafeto, de um descuidado, pequenas dores me ensinam e assim passo anos sentindo dores e alegrias que encontro na vida e vou descobrindo que aquilo que me alegrava ontem, não me alegra hoje, pelo fato de não suprimir mais um desejo meu, de não atender uma vontade minha. E o que doía ontem, hoje já não dói mais, pelo fato de eu ter aprendido, de eu ter superado e me curado e tornado-me forte e logo parto novamente em busca de uma outra felicidade, é quase como se a felicidade fosse o remédio para nossa vida, ou apenas a distração da nossa existência. Só nos medicamos quando existe uma dor ou uma necessidade, portanto, se não existir uma dor ou uma necessidade, para que nos medicar? para que usar um remédio? Afinal, para que ser feliz sem a dor? Dessa forma a vida se sucede em uma balança de dor e felicidade, ignorância e sabedoria.
E como se não bastasse, noto que para atingir uma dor ou uma felicidade basta uma simples escolha e assim, também, é um pouco da vida, aliás, toda a vida é um caminho de escolhas, somos condenados a escolher e para onde esse caminho te levará, só você sabe por meio do que escolhe. Além disso, estamos sujeitos também, por juízo próprio fazer uma escolha certa ou errada. E interessantemente o que é esse certo e errado que vem junto com as escolhas da vida? O correto, evidentemente, é relativo, pois o meu certo se encaixa ao modo de vida, se encaixa às coisas que aprendi, se encaixa na minha religião, na minha crença e nas leis que compartilho, portanto, posso concluir que meu certo ou errado é relativo às outras pessoas, porém o meu certo e errado é absoluto às leis. Assim eu digo o óbvio da vida. Logo chega um momento da vida em que nos tornamos adultos e perdemos o encanto de criança onde tudo é novo e interessante, logo me pergunto: nos tornamos adultos somente quando as coisas perdem seu encanto e sua curiosidade? Então se nos depararmos com algo novo e curioso novamente? Voltaremos ser crianças? Não sei, mas com essas perguntas desconfio que só o amor nos faz sermos crianças novamente, pois ele nunca é igual, é sempre novo e curioso. Talvez eu tenha descobrido agora que ser adulto é aceitar a vida como ela se tornou e não fazer mais nada para voltar ser criança.

Pois é, voz da minha alma, viver é tomar partido e viver as tristezas do caminho escolhido, afinal, a razão, o sentido de nossa existência e vida somos nós quem críamos e o objetivo comum de todas as razões é a Felicidade inevitavelmente passageira , mas lembre-se voz da minha alma, para tomar um remédio é preciso sentir dor, afinal, não existe o porquê consumir remédio sem sentir dor, pois isso é o mesmo que comemorar a vitória de uma disputa onde não havia nenhum concorrente.

Mais adiante, o tema dessa breve introdução será tratado de maneira individual.

Filosofia de um Diário - Inconstante AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora