Cinco

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"Tomei conta do meu território”

Revirei os olhos preparada para sair daqui. Joguei fora meu casaco porque por algum motivo não conseguia sentir mais nada. Ele tampouco pareceu incomodado, mesmo estando com aquela camiseta que destacava seus músculos…

“o que está olhando?” perguntou.

“nada! Vamos, me tire daqui seu drecksack”

“você é quem tem que me tirar daqui. Te contratei pra isso”

“contratou é? É um saumensch mesmo!”

Ele riu e bateu na minha bunda quando passei por ele. Tentei me concentrar em não acertar uma bala em sua cabeça e justo na hora, alguém apareceu, mas era da guarda de Hanserfforv e nos informou que a situação já estava quase sob controle.

Tentei parecer animada com isso. Ficaria livre desse estrume em poucos minutos se tudo desse certo. Ele não iria mais mandar ninguém atrás de mim e não escutaria seu maldito nome nunca mais. Por um instante, de repente, isso pareceu angustiante. Como um aluno num domingo pré prova.

Tirei isso de minha cabeça, quando um homem que parecia estar entre os quarenta anos surgiu no inicio do corredor, com mais quatro caras que logo começaram a atirar. Joguei Hanserfforv para a direita onde outro corredor nos protegia e vejo seu guarda ser metralhado ao lado. Tento ignorar seu sangue escorrendo e viro um pouco o corpo para contra atacar. Depois de duas tentativas, acerto o que já estava chegando mais perto e depois o que estava ao lado do velho, que depois de uma rápida olhada, lembrei que o saumensch era mesmo meu vizinho.

“essas suas armas são podres” digo jogando o objeto e pegando a que ele segurava.

“sorte que você é um soldado com ótima mira”

“sorte não bebezinho…” viro atirando em mais um cara “guerra da ressurreição”

Puxo o corpo do guarda morto e tento levanta-lo, mesmo que ele pese muito mais do que posso aguentar. Seu sangue suja meu belo corset e tento não ficar furiosa. Usando-o como escudo, distraio os homens que atiram em minha direção e Hanserfforv acerta-os com sua pequena pistola, tirada de seu calcanhar.

O velho, agora único que ainda atirava, tenta correr, mas escorrega no sangue que deslizava ao seu lado. Largo o escudo e vou rapidamente à direção dele. Minhas botas vacilam um pouco, mas consigo chegar sem cair com a cara no chão.

“como é possível que eu nem mesmo lembre seu nome?” pergunto enquanto o chuto.

Ele cospe arfando e então sorri.

“porque você é só uma hure, die” responde parecendo convencido.

“tem razão…” Hanserfforv aparece ao meu lado como se nada tivesse acontecido “ela é a minha puta” e então atira bem na testa do homem.

Depois de quase uma hora e meia arrumando a bagunça, se livrando dos corpos e subornando a polícia para que nada do que aconteceu aqui vazasse, Hanserfforv entra no quarto onde me deixou presa. Sim, ele trancou a porta.

Largo o pó que passava em minha bochecha para finalizar o contorno e então me viro para ele.

“veio me dar a condicional?”

Nicola Rans FiedlerOnde histórias criam vida. Descubra agora