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           《 flashback on 》

--- Doutor, o aconselho a não levantar a voz comigo. --- a voz serena e absurdamente, contida, atravessou os tímpanos de Hoseok como seda em água.

Hoseok respirou bem fundo e pressionou com força os punhos fechados, sentindo a dor de suas unhas lutando para perfurar a palma de suas mão --- Okay, estou equivocado. Mas...

--- Já chega, Hoseok. --- uma ordem dissimulada de um pedido singelo --- Esqueça isso, já passou. Exerça sua profissão de psiquiatra exemplar e resigne-se, agora. --- bufou. Mostrava-se farto ---  Nada de extraordinário aconteceu, então não entendo o drama. --- dirigiu-se até a cama, onde deitou, de bruços. O rosto atolado no travesseiro.

--- Não é todo dia que alguém avança em meus lábios sem avisos prévios. Tinha todo o direito de me sentir surpreso. 

--- Ja acabou; já disse. --- estabeleceu, firme. Pegou o cobertor e espalhou-o sobre seu corpo diminuto, encolhendo-se na cama e ficando de lado, de frente para Hoseok --- Estou cansado. Por favor, saia agora.

          《 flashback off 》

A última coisa que Hoseok sabia que conseguiria fazer naquele manicômio, era descobrir o que realmente se passava na cabeça daquele homem; 

Suas constituições eram próprias e tão incognoscíveis, que as presunções estavam abaixo da linha da legitimação.

Suas expressões eram tão inconcebíveis quanto suas ações, que eram, de todo modo, deveras imperscrutáveis.

Cada movimento era considerado enigmático e agora, com tal atitude insondável presa na mente de Hoseok, tudo indicava que os pretextos bem elaborados do doutor não estavam gerando muito resultado, até agora.

Sem mais tantas idéias para constatar, o que o restava era apenas o que lhe foi dito pelo próprio Min Yoongi: Resignação.

Estoicismo era preciso, em qualquer ocasião. Não era realmente, um problema para Jung, a "eupatia", então estava conformado com suas colocações naquele ranking e seria paciente e merecedor com seus aprimoramentos futuros.

Afinal, acabara de completar um mês de residência no Asylum. Tempo era o que certamente, não lhe faltaria para poder concluir seus desígnios.

                    《♤》

--- Boa tarde. Atrapalho? --- a voz masculina reconhecível chegou aos ouvidos de Hoseok, interrompendo sua leitura em seu livro.

--- Oh não, imagina. --- sorriu e fechou o livro, depositando-o sobre a mesa --- Sente-se, Hae Chan.

Assim o farmacêutico fez, cumprimentando Hoseok com um breve aperto de mão --- Desculpe-me por vir lhe procurar em seu horário de pausa, mas é sobre seu paciente, 666.

--- O que tem Min Yoongi? --- cruzou as pernas, como de praxe.

Hae engoliu em seco antes de começar: --- Ele está sendo "transferido". ---  ele mesmo fez aspas com os dedos --- Senhora Keller mandou o buscar para levá-lo até o Forte.

--- Forte? O que significa?

--- É assim que chamam o lugar onde torturam os pacientes que não... "andam na linha". --- ele pareceu amedrontado --- Não é a primeira vez que o 666 é solicitado.

"Então os depoimentos dos ex-pacientes do Keller's Asylum, sobre as torturas eram todos verdadeiros. Existe mesmo um lugar assim até os dias de hoje.", pensou Hoseok.

INSANITY below ZERO [YOONSEOK/SOPE]Onde histórias criam vida. Descubra agora