Um Novo Começo

De Onde Veio?

No outro dia de manhã, quando acordei, logo me lembrei do dia anterior.
Mas havia acontecido algo naquela noite. Eu não havia sonhado. Foi como se, Victor estivesse chegando perto no sonho, mas ele só vem até mim de verdade na vida real. E eu gostava daquilo.
Levantei da minha cama e vesti minha roupa para o colégio, desci para tomar o café da manhã e dar um Oi para meus pais.
- Fiquei sabendo do garoto que veio aqui ontem. - meu pai falou, desconfiado. Olhei para minha mãe. Você contou! Pensei.
- Sim. Victor. Veio só me ajudar com o dever. - eu falei, aborrecida.
- Tudo bem então. - ele disse, parecendo se convencer.
Acabei meu lanche, dei tchau para meus pais e fui em direção a escola.
......
Quando cheguei, o pátio estava vazio. Os alunos já estavam lá dentro.
Entrei também.
Não avistei Victor e nem os irmãos deles em lugar nenhum. Fiquei imaginando se ele me levaria para casa hoje de volta. Eu esperava que sim.
Andei em direção a sala de aula, devagar, esperando o ver no meio do caminho.
Quando cheguei na sala, ele não estava lá. Logo senti tudo desabar dentro de mim. Um dia sem Victor Price? Isso parecia entediante.
Sentei em minha carteira, solitária, pensando no quanto estava triste por ele não estar aqui.
- Oi menina! - Chegou Stence, animada, como sempre. - O que foi? Parece triste.
- Oi Stence. Não é nada, eu estou bem. E você? - eu perguntei.
- Estou bem! Bem animada para a festa! - ela disse rindo.
- Ah! A festa... - Falei, sem ânimo.
- Então, já se decidiu? Vai a festa? - Daniel perguntou, esperançoso.
- Sim, decidi. - eu disse. Daniel abriu um sorriso. - Decidi que eu não vou. - Imediatamente ele fechou a cara. - Não gosto de festas, e tenho que ficar em casa, com meus pais.
- Oh! Está bem. - Stence disse, desistindo de me chamar. - Daniel! Não insista! Isso é perca de tempo. - então os dois foram se sentar em seus lugares.
Fiquei feliz por estar sozinha de novo. Mas o fato de que Victor não estava ali, me encomodova muito. Para a minha sorte, estava sol, para me alegrar um pouco.
O professor de português chegou, Sr. Peter.
- Bom dia, alunos. - ele nos saudou, calorosamente. - Hoje nós vamos começar um novo trabalho, usando a leitura dos livros. O livro que vocês vão ler é a Saga Crepúsculo, da Stephenie Mayer. A história conta de uma humana que se apaixona por um vampiro e juntos, começam uma aventura no meio de perigos e romance. Vocês vão gostar. Se vocês não tiverem o livro, recomendo que procurem em bibliotecas.
Achei interessante aquela ideia. Gostava de um bom romance. Vou passar em uma boa biblioteca hoje a tarde. Pensei, animada.
......
As aulas prosseguiram e eu continuava sentindo falta de Victor ocupando o lugar ao meu lado.
Quando as aulas terminaram naquela manhã, caminhei a caminho de casa, pensando em como a tarde seria divertida.
- Olá, mãe. - eu disse a Adele, quando abri a porta de casa e entrei.
- Oi, querida! - ela disse, vindo me abraçar. - Você está bem?
- Mais ou menos. - respondi, lembrando que não tinha visto Victor hoje.
- O que aconteceu? - ela perguntou, já preocupada.
- É que, Victor não foi a aula hoje. - ela mudou a expressão para uma mais triste. Talvez para me acompanhar.
- Oh! Entendi... Isso é mesmo ruim. Mas veja, amanhã você pode vê-lo. - ela disse, se animando com a idéia.
- É, pode ser. - Eu disse. - Mãe, mais tarde preciso ir até a biblioteca conseguir uns livros para a aula de português.
- Ok. Só tome cuidado, querida. - ela disse com um tom maternal.
- Vou tomar. - eu disse.
Eu almocei e fui para meu quarto, colocar uma outra roupa para ir para a biblioteca. Coloquei uma camiseta azul - afinal estava calor - e uma calça jeans azul escura.
Desci e fui avisar Adele que já estava indo.
- Mãe? - perguntei, não vendo ela. - Já vou indo. Volto assim que achar os livros.
- Está bem, Leah. - minha mãe disse.
Saí e fui em direção a biblioteca.
......
Quando cheguei a biblioteca, vi grandes pratileiras de livros. Muitos livros!
- Olá. Onde fica a seção de romances? - Eu perguntei a bibliotecária.
- Fica longo ali. Terceira prateleira. - Ela apontou, e sorriu para mim. - Boa leitura.
- Obrigada. - respondi, sorrindo de volta.
Os corredores de cada prateleira eram enormes. As prateleiras eram tão largas que ocupavam todo o corredor. Eu só via livros, o paraíso de livros a minha volta.
Comecei a minha procura pela letra S de Saga.
Estava tão ocupada procurando o que queria, que, a princípio, nem havia reparado nos dois homens no outro corredor atrás de mim. Olhei para trás por um instante e vi que discutiam por causa de um livro que os dois queriam ao mesmo tempo; ignorei totalmente a briga, até que um deles empurrou o outro, o qual se desequilibrou e acertou a prateleira atrás de mim e aquela coisa grande veio vindo de encontro a mim. Estava morta; olhei para todos os lados e vi que, mesmo se eu corresse, aquela coisa enorme iria me acertar, pois ela ocupava todo o corredor. Então, sem esperanças nenhuma de escapar daquilo, me agachei, cobrindo todo o meu corpo tanto quanto fosse possível com os braços e esperei a dor.
- Saia daí, garota! - um dos homens gritou. Mas como? Como eu ia sair dali? Era impossível.
Vi a minha vida passando a minha frente tão rápido que me assustei. Ainda estava agachada no que parecia ser horas, mas a pratileira caiu rapidamente, fazendo barulho de livros caindo no chão e, quando ouvi, me abracei mais ainda, já esperando pela dor. Nesse momento, senti que alguém entrou na minha frente e estava segurando a prateleira; mas quem? Quem seria tão forte para segurar aquela coisa se ela era tão pesada? Estava tão assustada que, de momento, nem abri os olhos para ver quem era.
Quando percebi que estava a salvo e que a prateleira não mais era um risco para mim, abri os olhos e me surpreendi com o que vi; Victor colocando a prateleira de volta em seu lugar. Arregalei meus olhos em reação com a cena que acabara de ver. Fiquei me perguntando o que ele estava fazendo aqui e como ele havia feito isso.
Rapidamente depois de que ele me tirou do perigo, ele abaixou lentamente em minha direção. Talvez para não me assustar.
- Você está bem? - ele sussurrou, preocupado.
- Só um pouco assustada, mas bem. - eu respondi, com um sussurro também.
Quando Respondi, ele se levantou e estava indo embora.
- Por favor, não vai! - eu disse alto.
Ele se virou, olhou para mim, triste e foi embora. Inevitavelmente fiquei triste por vê-lo ir.
Parecia que ninguém mais tinha visto aquilo, exceto os dois homens que haviam causado tudo. Eles olhavam abismados para o que acabara de acontecer, que nem eu.
Levantei me rapidamente e peguei os livros que tinha visto antes de me agachar e fui em direção a bibliotecária. Senti os olhos dos dois homens em mim.
Quando saí da biblioteca, me senti aliviada.
Comecei a caminhar e senti que havia alguém me seguindo. Será que era Victor de novo? Olhei para trás com esperança e me decepcionei quando vi os dois homens da biblioteca atrás de mim. O que eles queriam?
Comecei a andar mais rápido, já assustada com os dois. Será que depois de que eles quase causaram a minha morte, eles fariam alguma coisa ruim para mim? Comecei a andar ainda mais rápido com esse pensamento.
- Ei garota, espere! - um deles gritou, e eu parei. - Queríamos pedir desculpas, não sabíamos que íamos causar tudo aquilo.
- Tudo bem, eu estou bem. Foi só um susto. - Eu sorri de lado, lembrando do terror que senti.
- Ficamos surpreso com o que aquele rapaz fez! - O outro disse.
- Pois é, eu também. - eu disse.
- A propósito, meu nome é Cam e esse é o Danis. - Cam disse, apontando para o amigo.
- Oh! Prazer. Sou Leah Masen. - eu apertei a mão dos dois.
- Prazer em conhecê-la, Leah. - Danis disse.
- Precisamos ir, nos vemos por aí. - Cam disse, acenando.
- A gente se vê. - eu disse e continuei seguindo meu caminho.
Meus pensamentos estavam embrulhados, estava perdida neles, até que avistei minha casa. Fiquei tão concentrada no que estava pensando que nem vi o quanto já tinha andado.
Entrei e não vi ninguém na cozinha. Que bom. Porque provavelmente eu ainda estava com cara de choque, e eu não queria que meus pais vissem e se preocupassem, então fui para meu quarto para ler os livros.
......
Já havia anoitecido e eu ainda estava lendo.
Já estava além da metade do livro, onde Bella - a garota pelo qual se apaixona por um vampiro - descobre que ama um vampiro. Estava apaixonada pela ideia de que Edward era tão atencioso e amoroso; a preocupação dele por Bella me impressionava, era muito protetor. Mesmo sabendo que talvez me sentiria sufocada por tanta preocupação e tudo o mais, senti o desejo de ter alguém assim para cuidar de mim. Mas nunca tive.
No relógio já passava das 21hrs e eu precisava descançar.; Então, fechei o livro e fui me deitar.
Então eu escutei um barulho na porta de vidro e achei que fosse um galho de árvore batendo no vidro por causa do vento. Mas então o barulho aumentou e eu fiquei morrendo de medo. Pensei em chamar meus pais mas não queria acorda-los; portanto, fui por conta própria até a porta de vidro, já sentindo o nervoso subir pelo meu corpo e se alojar no meu coração fazendo ele bater muito mais rápido. Olhei para fora na sacada e não vi nada, mas então, quando olhei para o lado direito, ele estava lá.
O que ele está fazendo aqui? Eu pensei surpresa, mas ao mesmo tempo feliz com ele ali. Instintivamente abri a porta e saí para fora.
- Victor? Como você subiu? - perguntei, sorrindo.
- Não está encomododa comigo aqui invadindo sua sacada? - ele perguntou, dando de ombros.
- Claro que não! - Eu disse, me abaixando junto a ele. - Eu fico feliz em vê-lo.
- Fica? - ele me olhou, sorrindo de lado. Os olhos dele brilhavam.
- Err.... Fico. - eu falei, já envergonhada e sentindo minhas bochechas queimarem.
Lembrei de hoje a tarde, quando ele me salvou daquela prateleira que podia ter me estraçalhado.
- Como você fez aquilo hoje? - perguntei
- Eu só... Tive que juntar todas as minhas forças para que você não fosse ferida. - ele disse. - pois, se você se ferisse, eu não iria me perdoar.
- E por que não? - eu perguntei.
Ele se levantou e eu também.
- Leah eu... - ele começou, mais parou no meio da frase.
- O que foi? Fale - eu perguntei, curiosa.
- Eu vim aqui essa noite para ficar perto de você - ele disse, olhando em meus olhos. - Eu não aguento mais ficar longe de você.
- Então pode ficar comigo, o tempo todo. - eu disse, o segurando no ombro.
- Eu vou ficar sempre perto de você, e sempre que você precisar, estarei lá para ajudar. - ele disse, segurando a minha mão. - nem que seja para colocar um prateleira no lugar. - ele disse rindo, e eu ri junto.
- Você precisa dormir, Leah. - ele disse, afagando meu rosto.
- Você também não precisa? - perguntei.
- Estou sem sono. Prefiro vê-la dormir. - ele disse, sorrindo.
Eu tremi.
- Está com frio. Vamos Leah, você precisa entrar. - ele me pegou e me levou até a cama e colocou as cobertas em cima de mim.
- Você vai ficar comigo? - Eu perguntei, com medo de que ele fosse embora de novo.
Ele hesitou por um segundo, e então, se aproximando do meu ouvido, disse.
- Sempre.
Então eu dormi, tranquila.