Eu e Kihyun deixamos a Capital após eu ter cumprido o acordo com Dahyun.
Mentiras e mais mentiras, é assim que o ser humano é composto. Golpes baixos sempre estarão em seu arsenal. Goonji mereceu o fim que teve.
— Alteza? — Kihyun me chamou, talvez pela terceira vez. Os cavalos estavam parados, mas minhas mãos na sela estavam bem apertadas — Hyungwon, já chegamos.
Respirei fundo e olhei-o: estava tão cansado quanto eu, mas não deixava transparecer. Estendeu sua mão para mim, e a aceitei ao descer de meu cavalo. Olhei para o norte, e pela primeira vez vi Minhyuk; estava mais magro, extremamente elegante com tais vestes. Não eram vestes de um general, nem de um soldado. Seria ele um conselheiro? Eunucos são bem inteligentes, sempre têm bons palpites. Minhyuk certamente se encaixa nesse papel.
Kihyun e eu andamos até a porta, onde Hyunwoo e Minhyuk se encontravam à nossa espera.
— Hoseok está nos jardins — Minhyuk disse e se reverenciou. Assenti e dei-os um sorriso.
— Obrigado por terem cuidado de Hoseok — falei sincero. Qualquer um que toma conta de meu menino tem minha eterna gratidão. Foi a vez de Minhyuk e Hyunwoo sorrirem. O Son nos guiou pelo palácio, sempre em silêncio. Às vezes ele parecia uma máquina, não o via dormindo pelo castelo como alguns soldados em treinamento. Era sempre disciplinado e atento.
Kihyun abriu a porta dos jardins para mim e encontrei Hoseok brincando com Wonho, ambos na grama, sentados em cima de um pano acolchoado.
— Hoseok — o chamei. Ele me olhou e sorriu docemente, se levantando às pressas para vir ao meu encontro. O recebi com um abraço e agradeci aos céus por ter seu calor contra o meu outra vez — tenho algo para você.
Kihyun entregou-o o frasco com a poção que Dahyun preparou, e Hoseok nos olhou meio duvidoso.
— Beba, amor. É a cura para o feitiço de Hong — falei. Hoseok retirou a rolha e, meio hesitante, bebeu de uma vez só o líquido — precisamos testar.
Hoseok franziu o cenho.
— Tragam-no — ordenei.
— Trazer quem, Wonie? — retirei a espada de minha cintura e esperei que os guardas trouxessem Hong para dentro do palácio. O Shin mais velho estava preso em correntes seladas por magia, pela própria Dahyun. Confiei nossa segurança naquela bruxa — você ficou louco? — Hoseok bradou.
O tranquilizei sorrindo para ele, e o dei um beijinho singelo na bochecha. Em seguida, o afastei para trás, mas ele foi teimoso e ficou ao meu lado assim que Hong ficou à nossa frente.
Hong riu com desdém e fez questão de cuspir no chão. Sinceramente, eu não me importaria de ser o mau Chae Hyungwon ao decapitar o irmão de Hoseok.
Antes de chegarmos, fiz questão de que o rei não estivesse presente, então, pedi para que Minhyuk o ludibriasse e o fizesse ir até a cidade com Changkyun antes que eu e Kihyun chegássemos ao castelo. Minhyuk cumpriu com sua tarefa, então seriam apenas nós contra Hong.Mas eu sabia que ele não estaria sozinho, então agora é a hora perfeita para descobrir os traidores do castelo.
— Então é assim? Vai me matar em seu próprio castelo, Chae? — Hong provocou.
— Não vamos sujar o porcelanato com seu sangue imundo — Kihyun se pronunciou. Estranhei por ele não estar com sua espada em mãos, e sim duas adagas. O quão longe ia a habilidade de Yoo Kihyun?
De soslaio, vi Minhyuk entregar uma espada a Hoseok, que sorriu em resposta e a manejou com precisão.
— Vamos logo com isso — Hong disse em um tom baixo. Sons de espadas sendo desembainhadas foram ouvidos, e eu sabia que aquele era o momento — achou que eu estaria sozinho, Hyungwon?
Controlei o riso.
— Você está apenas fazendo o que eu imaginei que faria — murmurei quando os traidores foram revelados. Cinco soldados avançaram em nós, e um ficou responsável por ajudar Hong a escapar do salão. Kihyun e Hyunwoo encarregaram-se dos cinco traidores e eu e Hoseok perseguimos Hong e seu amigo.
Os dois fugiram para o labirinto, ao final do jardim, e eu soube que aquilo cheirava mal.
— Tome cuidado, Hoseok — o adverti. Hoseok engoliu em seco ao assentir e, deixando nossos medos para trás, seguimos os dois pelos arbustos escuros e podados.
— Eu vou matar você, Chae Hyungwon! — Hong exclamou. Foi possível saber sua posição com apenas aquilo. Ele queria nos atrair ou se matar?
Segurei a mão de Hoseok e corremos em direção à voz de Hong, que vez ou outra gritava, nos indicando o caminho. Até que encontramos o coração do labirinto: Hong estava com um sorriso assustador nos lábios, ainda trancafiado nas correntes, e seu amigo estava ao seu lado.
— É hora de acertarmos as coisas, irmão — Hong disse. Hoseok cerrou os punhos de ódio, tentou não avançar em Hong na mesma hora. O barrei, pondo meu braço na frente de seu abdômen.
— É isso que ele quer, Hoseok. Não se entregue — sussurrei.
— Então, vão ficar aí parados até quando? — Hong indagou em um tom provocativo.
Eu e Hoseok nos olhamos, e nos preparamos para o pior.
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BLUME 「 2Won 」
FanfictionHyungwon é um amante de contos romancistas, só nunca pensou viver um. Em uma tarde, um garoto - um tanto peculiar - invade sua escola e congela o tempo, deixando apenas os dois hábeis ao movimento. Então, o garoto peculiar - trajado com roupas de é...