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Capítulo 3

Louis.

Entrei na faculdade com meus amigos, hoje seria o dia mais difícil da minha vida, além do tão incrível motivo de que eu talvez veja meu ex namorado, seria as provas finais, eu estava nervoso.

- O que foi aquilo na escada ? - Escutei Niall me perguntar.

- Tá falando comigo? - Camila olhou pra ele confusa.

- Não, você já tinha ido pro quarto, é com o boo bear.

- Do que está falando? - perguntei.

- Você e aquele homão se olhando, até o amigo dele percebeu e bateu nele - Mordeu o lábio inferior.

- O que? qual ? meu Deus - Camila deu pulos no meu lado animada.

Me lembrei dele, e do momento, tentando captular do que ele falava, eu tenho esquecido de tudo ultimamente quando meu único foco é chorar.
Lembrei, o homem que me olhou no corredor, oh eu realmente fiquei com vergonha, ele era lindo e eu, bom, estou feio e com muitas olheiras, aparentemente chamei atenção dele, abri os olhos corado, e Niall sorriu maliciosamente.

- Para agora - Dei um tapa nele.

- Eu achei o que tem cabelo grande gato, tipo muito mesmo - Camila falou arrumando o cabelo.

- Ele me olha como se eu fosse uma presa, eu tenho medo dele - Niall arregalou os olhos.

- Ele não namora?.

- Namora, mas fica me olhando do mesmo jeito.

- Acho que elas vão embora hoje - Camila falou mais baixo.

- Ué, mas não chegaram ontem?.

- Só as duas altas seu burro - Camila bateu na cabeça do Niall, que fez um biquinho para a garota.

- E porque elas iriam embora?.

- Por que elas são modelos e tem trabalhos, voltam depois de três meses.

- Como sabe de tudo isso? - Olhei desconfiado.

- Escutei Gemma falar com o irmão dela.

- Sua fofoqueira, vai pro inferno - Niall apontou o dedo no rosto dela.

- Cala a boca - Camila começou a rir.

- As outras três são legais? - Sorri.

- Sim, só nessa noite já ficamos proximas, elas são divertidas, gostei muito - Camila falou sorrindo, dei risada.

- Pelo menos vocês estão felizes né - Soltei sem querer, abaixei a cabeça envergonhado.

- Boo, você sabe que nós estaremos com você pra tudo, não fique assim - Niall acariciou minhas costas.

*

Sai da minha sala com os olhos pencando, eu não faço a mínima se fui bem nessa prova, eu mal dormi de noite, apenas fiquei pensando na minha vida vaga.
Fui puxado pra dentro de uma sala bruscamente, a porta foi trancada e só pelo perfume eu percebi quem era, me soltei de suas mãos empurrando seu corpo que tentava me abraçar, fui pra trás com tudo.

- Aonde você pensa que estava seu nojento? - ele gritou, senti meu coração começar a bater rápido demais.

- Na minha casa - falei bem baixo, talvez ele nem tenha escutado.

- Na sua casa? aonde é a sua casa? - Ele fechou o punho e eu fechei os olhos com força tampando meu rosto, encolhendo meu corpo.

- Na minha casa, com minha irmã - Falei mais baixo ainda, tentando não chorar.

- SUA CASA É MINHA CASA, SUA VADIA - Continuava gritando, e eu continuava segurando o choro.

- MINHA CASA NÃO É NA SUA PORRA NENHUMA.

Tirei as mãos do rosto e olhei pra ele agora um pouco mais bravo, seu rosto ficou irado e eu senti uma dor imensa na minha boca, cambaleei pra trás batendo na parede, cai no chão sentado, coloquei os dedos que tremiam em meus lábios e olhei, estavam sangrando.
Comecei a chorar, me encolhi esperando ele me bater mais, soluçando, eu queria apenas que alguem sentisse minha falta pra vir me procurar.

- Sua puta, deve estar com outro já não? - Um chute em minhas pernas, mordi meu labio inferior sentindo o gosto de sangue se espalhar pela minha boca.

- Me deixa ir, por favor - Falei bem baixo.

- Você é meu, escutou? aqueles homens que vivem com voce só querem te comer e você não vê isso, é uma puta mesmo, vagabunda tem que apanhar do homem - Mais um chute, agora nas minhas costas.

- Não fala assim deles - Tentei me levantar.

Assim que fiquei em pé, acertei um soco cheio em seu olho esquerdo, mas o mesmo nem se mexeu, apenas gemeu com dor e segurou meus fios do cabelo com força, sua mão foi para o meu rosto, dando um tapa estalado nele.

- NÃO ENCOSTA EM MIM, EU ESTOU TE PROTEGENDO - Gritou na minha cara e eu senti seu cheiro de alcool, ele estava tão bêbado, senti meu estômago revirar.

- EU NÃO QUERO PROTEÇÃO, SEU BABACA - cuspi as palavras na sua cara, gritando mais alto que ele.

Puxou meu cabelo com força e me jogou novamente na parede, minhas costas se chocaram com ela e eu cai de bruços no chão, não me lembro que horas apaguei, mas tudo ficou preto assim que eu consegui alcançar o chão.

*

Senti alguns beijos molhados eu meu rosto, tentei abrir os olhos mas foi em vão, eles doiam como nunca assim como todo o meu corpo, senti uma gota cair em mim e imaginei que alguém estava chorando.

- Boo, acorda - Escutei a voz de Camila, estava rouca, ela estava chorando, outra gota caiu no meu rosto.

Me mexi tentando mostrar que eu estava acordado, procurei sua mão que segurava minha cintura me segurando, apertei ela e escutei ela respirar fundo perto do meu pescoço.

- NIALL, ELE TÁ BEM - gritou.

Senti vontade de gritar também, meus olhos começaram a arder novamente, eu poderia ter morrido, não seria uma má ideia, já que por dentro eu já não funcionava, uma lagrima escorreu pela minha bochecha, ela limpou.

- Não chora, estamos indo embora já - Escutei sua voz.

Não fiz questão de me mexer, continuei quieto, apenas assenti mentalmente e me desfiz chorando, minhas lagrimas caiam pro lado, eu estava em um chão gelado, e meu corpo estava igual á ele, frio, meu coração estava frio, as dores pareciam esmurrar minha pele, eu sentia que eu estava morto já fazia muito tempo.
Nosso amor no começo era doce, gentil e caloroso, tudo parecia um conto de fadas, ele era romântico e atencioso, deu fé para todos em casa que me amaria até sua morte e se lembraria de mim em seu caixão.
Me pediu pra ir morar com ele e eu apaixonado me lembrei do quanto aquilo seria fantástico, mais um passo para o tão esperado dia aonde eu falaria pra ele que queria ele na minha vida, na pobreza e na riqueza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe, mas foi tudo o contrário, ele me mostrou seu verdadeiro ele, me mostrou que as pessoas mentem e que o amor não existe, não para mim.