Flowers and Confessions | L.S. |

V

Deitado na cama de baixo, onde, consequentemente tinha se tornado sua cama, Louis tem seus ombros chacoalhados.

A primeira coisa que enxerga quando abre os olhos são as orbes verdes, brilhosas e animadas de Harry.

— Advinha! — ele pede. — Advinha!

— Você vai ficar mudo por uma semana? — pergunta com os olhos tornando a se fechar, recebendo um tapa no braço como resposta. Um sorriso sonolento se formando  em seus lábios.

— Lou — Harry o chama. — Lou, olha para mim — e assim ele faz. — Eles vão reabrir meu caso, eles... eles vão me dar uma chance.

Louis pisca algumas vezes, assimilando as palavras do garoto. Ele se senta na cama, Harry segurando suas mãos entre as dele; um sorriso eufórico nos lábios.

— Isso é ótimo, amor — ele diz de forma sincera, um sorriso começando a se formar. — Isso é ótimo — repete.

Harry gargalha exagerado e joga seus braços ao redor de Louis, enfiando o rosto do pescoço do homem, o cheirando e deixando beijos molhados ali.

— Eles vão me ouvir, Lou.

O outro sorri, passando seus braços pela cintura do garoto, o segurando firme contra ele.

— Sim, Harry, eles vão.

...

— Andar de um lado para o outro não vai acelerar o tempo — Louis comenta entediado, vendo, por cima do livro, Harry andando para lá e para cá pela cela. Seus pés se arrastando pelo chão frio.

— Estou ansioso.

O homem abaixa o livro e se senta na cama, suas pernas ficando penduradas ali no topo da beliche.

— Relaxe, amor, vai dar tudo certo.

— E se não der? — pergunta com os olhos grandes e temerosos. — E se eles me mandarem de volta para cá? Eu vou passsar a vida toda aqui, Lou. Até o último dia.

Harry morde o lábio e se aproxima da cama, espalmando suas mãos na coxa de Louis.

— Eu não quero morrer aqui — sussurra com a voz frágil, lágrimas pesadas caindo de seus olhos.

— Bem, então eu vou ser obrigado a sair daqui, matar alguém e voltar para passar a vida toda ao seu lado.

O garoto ri entre o choro, mais lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Harry passa seus braços pela cintura fina do homem e enterra a face no peito dele, chorando baixinho contra Louis. Os braços dele apertados ao redor de seus ombros trêmulos.

— Vai dar tudo certo, Harry, confie.

— Obrigado.

— Pelo que?

O garoto levanta o rosto, seus olhos se prendendo aos de Louis.

— Por ser bom comigo — conta baixinho e toca o rosto do namorado. — Por não deixar que eu morresse nesse lugar e por gostar de mim. Por cuidar de mim e tudo mais.