– Você conseguiu seduzir muitos para o seu lado. Mas eu continuo com minha Força Celestial. Yenku irá contigo, junto a todos os outros.
Yenku atirou-se ao chão no mesmo instante.
– Mas… Senhor. Pensei que… dizendo… talvez pudesse me… me…– Eu estou em todos os lugares. Não precisaria de você nem de Raguel para saber dos planos de Lucífer, soube desde que estes nasceram em si. Você estava do lado deles, deixou ser seduzido. Mas viu que a ideia era absurda, então apressou-se para em permanecer no lado mais forte e contar tudo, buscando algum proveito nisso. Achou que dessa forma pudesse sair vitorioso, enganou-se.
– Raguel me disse que quando fosse trazido para cá… poderia estar livre, se eu me deixasse ser apresentado como o traidor – informou Yenku, chorando como uma criança.
– Raguel estava enganado.
Lucífer observava tudo. Conseguia vê-lo lá encima, o causador de tudo. Sua mão fechou-se em torno de sua espada dentro de sua veste, e a desembainhou, jogando-a contra Miguel, que desviou num tempo mais curto do que um piscar de olhos.
O arcanjo havia abrido passagem para a escada dourada, Lucífer correu o máximo que pôde no centro, visto que as sentinelas ficavam nos lados.
Quando olhou para baixo, viu uma explosão de aço contra aço, todos anjos lutavam entre si, conseguiu ver Abaddon com dois oponentes, e num curto segundo, girou sua perna no ar, derrubando-os no chão.
Mais para frente, Azazyel cravou sua espada no peito de Aenan, mas estranhamente ele continou do mesmo jeito, lutando, como se aquilo nem o ferisse muito. E Miguel estava lá atrás, brandindo agora sua espada flamejante contra Yenku, que estranhamente havia conseguido escapar e arrumara uma espada.
Seus olhos voltaram-se para a escada, todas as sentinelas corriam ao seu encontro, ele virou-se para o topo, e meia dúzia de anjos com pequenas asas avermelhadas correram ao seu encontro, enquanto apaertavam pequenas lanças. Saiam da minha frente, idiotas, pensou enquanto corria ao encontro delas.
Quando uma de asas acizentadas veio saltando os degraus, ele desviou, fazendo-a cair. A sentinela gritou de dor quando bateu uma de suas finas pernas nos degruas.
Mais abaixo tombou com muitas outras sentinelas que não conseguiram desviar-se dela, caindo também.Ao olhar para o trono, via Deus, e na sua direita, o homem de branco, e a esquerda, outro. Eram iguais, porém, possuíam algo que poderia distingui-los,
Lucífer não fazia ideia do que isso poderia ser, mas desejava descobrir. Se vou para um lugar sombrio, pelo menos vou com o conforto de tê-lo destruído.Escalou os degraus pulando, e sua toga que envolvia seu peitoral desprendeu-se, ficando apenas com a parte de baixo.
Tinha as duas mãos envolta da espada, apertou-a com toda a força que possuía, e continuou a ir na direção do topo.
Javé tinha cabelos claros como marfim, e resplandeciam o brilho de Deus. Ele segurava uma espada semelhante à de Miguel, mas muito maior e dourada.
Lucífer correu ao seu encontro e jogou sua arma contra Javé, mas ele interceptou-a com a sua, e com apenas um leve tocar do aço no ouro da lâmina, Lucífer foi jogado para trás, rolando pela escada.
Seus olhos eram estilhaçados enquanto despencava. Conseguia sentir o gosto amargo do sangue nadando por sua boca, e via umas poucas sentinelas correndo, inutilmente, ao seu alcance.
Caiu-se sobre o último degrau, rolando sobre o chão de mármore branco ferido pelo escalarte profundo.
Tentava manter-se forte quando sentiu uma dor tão forte cruzar suas coatas que todo seu corpo se resumiu às asas.
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O Emissário
Short StoryQuando o mundo ainda era um denso mar de trevas e sombras, o céu presenciava o nascimento de uma anarquia. Lucífer, levado pelo orgulho e heresia, planejou uma forma de conseguir tomar a glória de Deus para si. Tentando saciar seu desejo, uniu-se a...