Tradução do título: Paredes brancas, mente vazia.
At St. Thomas' Hospital
Sophie's POV
Abri meus olhos tentando me acostumar com a claridade. Me encontrava em um quarto totalmente branco, assim como os uniformes que vira antes de apagar. Tinha um "bep" irritante ao fundo, ele só servia para aumentar minha dor de cabeça. Mas acho que isso significava que estava viva. Nós conseguimos, afinal. Olhei para o lado e vi Allison lendo algo no celular. Ela usava seus óculos de leitura (1) e depois de alguma coisa lida colocou a mão na boca enquanto arqueava as sobrancelhas.
-Ally, o que aconteceu? Onde estou? -minha voz era fraca.
Ela me olhou assustada e disse:
-SOPHIE, GRAÇAS A DEUS. -ela correu até mim. -Você esta com fome? Quer ir ao banheiro? Não, eu devo chamar a enfermeira. Sim, sim. Ah, é tão bom te ver acordada outra vez! -seus olhos liberavam lágrimas livremente. Ela me abraçou tomando cuidado com os tubos que iam até minhas veias e um outro que me trazia oxigênio. Sorri com todo carinho que estava recebendo.
-Alguém... alguém me ajudou. -minha voz falhou. Suspirei para continuar. -Onde ele tá?
-Estava lendo a notícia sobre o ocorrido no jornal. Você quase morreu num incêndio, estamos em um hospital e um cara chamado Harry Styles te salvou. Ele é músico, por isso a notícia saiu em todas as revistas e sites e blá blá blá. -arregalei meus olhos, finalmente descobrira qual era o seu nome. -Ouvi dizer que ele não sofreu nada grave, praticamente o seu estado. Não é nada oficial até que seja divulgado pela imprensa. Você terá que ficar em observação algumas horas, enquanto os exames são efetuados... -ela continuou falando e falando, mas eu não consegui prestar atenção desde "não é nada oficial...". Imaginava a gravidade da situação. Será que ele estaria bem? Não me perdoaria se o visse cheio de queimaduras, como eu, por minha causa. Aquilo ainda teria muita coisa pra ser contada. Uma música ao fundo: meu celular. Ally o trouxe para mim.
-Alô? -falei ainda incomodada com o barulho.
-Filha! Eu e seu irmão estamos morrendo de preocupação. Como você está? Já comeu? -escutei a doce voz de minha mãe.
-Estou bem, mãe. Ainda não comi, assim que a enfermeira vier aqui tenho certeza que comerei.
-Me desculpe não estar aí, meu bem. Isso aconteceu de repente... eu estava no trabalho quando... -sua voz embargou -Me desculpe.
Agora ela tentava controlar o choro. Não gosto de ver ou se quer ouvir minha mãe chorando.
-Eu estou bem, certo? Não se preocupa.
-Você está bem de verdade ou diz isso so para me confortar? -não respondi e ambas ficamos mudas por um tempo -Está bem, amor. Nos falamos mais depois. Nós te amamos.
-Te amo.
Desliguei entregando para Allison guardar. Ela apertara o botão que chamava uma enfermeira. Minhas pernas estavam doloridas, mas o pior era a cabeça.
-Ally... Você sabia que... -Camila disse entrando no quarto. Ela desviou um pouco a atenção do jornal que estava lendo e olhou para frente.
-SOPHS! -Cams parou ao lado da maca segurando meu rosto. O inocente jornal já estava no chão, isso que dá uma Camila descontrolada. -Você nos matou de susto. -seus olhos estavam cheios de lágrimas. Sorri fraco, se eu pudesse abraçava as duas nesse instante. Eu até jogaria uma falando "sou eu que estava num incêndio e vocês que quase morrem", mas minha garganta doía, eu preferia guardar minha voz para perguntar algumas coisas quando tivesse chance. Voltamos nossa atenção a uma enfermeira magra e pequena que entrava esnobe.