Floresta do Rei das Fadas

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And I'll love the world, like I should

E eu vou amar o mundo, como deveria


- Você tem certeza de que ele está aqui? Não seria muito previsível? – Meliodas pergunta a Merlin

- Por isso mesmo! King é muito previsível, Meliodas.

- É isso faz sentido.

Os dois seguem o caminho a floresta do rei das fadas em busca do pecado da preguiça, King. Passam o caminho todo sem trocar muitas palavras, ambos pensando se encontrar King seria natural e saudável, como foi com eles. Por mais previsível que King fosse não tinham nem idéia de como reagiria. As chances de ele surtar e agir como se nada tivesse acontecido são as mesmas.

- Ei. – eles escutam, mas não conseguem ver de onde vem tal som.

- Quem está aí? – Meliodas pergunta grosseiramente

- Ele quis dizer "olá" – Merlin diz olhando para Meliodas com um sorriso forçado

- Por que estão aqui? – a voz surge de novo

- Estamos buscando o rei das fadas, Harlequin. – Merlin responde suavemente

- Ele não está aqui.

- Está sim! – Meliodas diz com convicção

- Não está.

- Sabemos que está. Ajude-nos a encontrá-lo por aqui ou não nos atrapalhe. – Merlin responde seguindo o caminho

- Siga pela direita, quando se sentir perdida.

- O que quis dizer com isso? - Meliodas fica confusa - Ei? Alo?

- Foi embora. – Merlin diz com os braços cruzados. – É melhor seguirmos.

A floresta é enorme e tem todos os tipos de plantas. É tão harmônica que parece que foi cuidadosamente arquitetada por uma fada com muito bom gosto. O cheiro é agradável e leve, deixa o ambiente suave.

Meliodas parou algumas vezes no caminho para olhar algumas flores de perto, ficava pensativo a cada parada, como se sua mente estivesse constantemente resgatando memórias, e talvez estivesse de fato. Uma das teorias de Merlin sobre Meliodas não ter acabado com o que sobrou de Britannia, foi justamente sua mente estar em um processo contínuo de resgate de memória dela. Isso explica o porquê dele não ter desistido de viver. Dia após dia ele entra em conflito com sua mente e possivelmente contra seu último coração que mesmo quebrado, insiste em bater.

- Desde quando a floresta é tão grande? – Pergunta Meliodas intrigado.

- Talvez tenha se renovado nesses doze anos.

- É talvez. – um silêncio de poucos segundos se instala – Você acha que poderíamos ter vencido?

- Ah – Merlin foi pega de surpresa – Não sei. Ás vezes eu acho que sim, e tem outras vezes que acho que fomos sortudos em não termos sido mais incomodados durante esses anos.

- Você não gostaria de voltar naquele dia? Mudar as coisas, lutar de novo...

- Meliodas, eu era muito próxima de Elizabeth, antes inclusive da Guerra Santa, mas eu não gostaria de reviver aquilo. Digo reviver porque sei que não conseguiria reverter às coisas... Não conseguiria mudar o resultado...

- Talvez eu conseguisse...

- Não pense sobre isso. O que foi feito não pode ser mudado. O que nos resta é lutar contra a dor ou simplesmente lidar com isso. – Ela para e fica olhando atentamente para os olhos verdes de Meliodas – Eu sei como se sente, não adianta me dizer que eu nunca senti algo parecido, já perdi muita gente. Se eu pensasse o tempo todo em que eu poderia ter feito, ou no que eu faria se tivesse outra chance, eu iria enlouquecer. Não sentiria outra coisa que não fosse dor. – Merlin suspira – Sei que a última coisa que uma pessoa quer ouvir quando perde alguém é "você precisa tentar superar isso", mas é a maior verdade já dita.

I'll be GoodOnde histórias criam vida. Descubra agora