XVI - Realização de Um Pesadelo pt. 2

152 16 2
                                    

-Que porra foi essa, Marilyn? - Kevin pergunta alterado.

-Que o que? - respondo no mesmo tom.

-Você e Michael. Aconteceu alguma coisa naquela festa quando nos conhecemos?

-Não. Nada aconteceu. Ele deve ter sido um dos vizinhos que tive quando me mudei pra Los Angeles que ficaram obcecados por mim, sei lá! - falo divertida.

Ele fica cabisbaixo, deixando o quarto em um completo silêncio. Segundos depois, ele o quebra.

-Marilyn, meu amor - ele fala levando seus olhos em direção aos meus com expressão esperançosa - você... ficou com ele?

-Kevin - gaguejo.

- Marilyn. Fale pra mim. Você me traiu? - ele fala com a tristeza em seus olhos.

Sinto a culpa dominar minhas veias e expressa em meus olhos.

- Por que Mary? Por quê? - ele me pergunta chorando.

- Eu - gaguejo - eu não sei!

- Como assim "não sei"?! - ele grita - 9 anos ao teu lado sentindo que poderia confiar em você, Marilyn. 9 fudidos anos! - ele completa derrotado.

-Amor... - tento me explicar.

- Amor é o caralho, Marilyn. Você sabe que eu nunca perdoaria alguém por isso.

- Eu fui estuprada. - tento botar toda verdade em minha voz. Eu sei que não é o correto de se fazer, mentir para o homem que amo, porém, isso não deixa de ser verdade.

- Como?

- E eu tenho um filho, Prince II, mais conhecido como Bigi. Ninguém sabe disso. - digo como se estivesse tirando um peso das costas.

- E você acha que eu vou acreditar nessa merda? - ele diz irado. - você some por dias sem dar um sinal de vida ou aviso prévio. O que aconteceu hoje prova que não devo mais confiar em você.

- Kevin eu juro, tudo que eu te falei é verdade. Por que não acredita em mim?

- E por que eu confiaria? - ele diz contendo a ira e o grito . Aquelas palavras partiu meu coração ao meio. Uma dor fina em meu coração é a causa. Eu realmente não suportei. Tive que sair do quarto. Vou em direção à porta do quarto.

-Marilyn... - Kevin diz baixo. Paro contendo as lágrimas na esperança de compreensão. - é visível seu estado, provavelmente sai do hospital ainda hoje. - ele para e suspira - quando eu voltar pra Neverland, não quero ver nem um fio de cabelo seu. - sua voz de choro.... essa mesma voz foi a que começou nosso noivado.

Flashback on

- Então, quer dizer que o senhor foi até o bar enquato estávamos dando um tempo?! - digo entrando em sua sala sem discursos.

- Como você soube? - disse ele derrotado largando o que fazia em seu computador.

- E como eu eu não ia saber? - ele suspira em desespero. Ele fez alguma merda...

- Do que mais você soube? - olha para baixo, arrependido de algo.

- Eu sabia! - viro e ando em direção à porta derrotada com postura inquebrável.

- Marilyn... - ele corre atrás de mim e segura meu braço - me deixa explicar.. aquela garçonete colocou algo na minha bebida e...

- Porra nenhuma! - o interrompo - Se não quisesse, não teria feito isso! - abro a porta e saio na mesma postura que entrei e fui em direção ao banheiro. Lá dentro de uma das cabines, desabei como nunca antes.

Depois de algum tempo tempo, saio da cabine, ajeito minha maquiagem, e saio do banheiro. Em frente à porta, encontro um bilhete. Pego e leio:

Eu sei que te magoei... se existe alguma forma de me perdoar, siga a trilha de semente de girassóis.

Mesmo estando magoada, sigo as sementes até o elevador. Assim que cheguei ao fim da trilha, o elevador se abre. Kevin está parado com um buquê de rosas e girassóis em mãos.

-Marilyn... você é tão persuadevil! - ele diz com um sorriso bobo no rosto.

- Que? - pergunto confusa.

-Tudo isso foi parte de um plano infalível.

- Me fazer chorar?

- Sim. Mas não desse jeito... - ele tira algo de seu bolso, sai do elevador e se ajoelha - mas desse. - me entrega as flores e abre uma caixinha de veludo. - Marilyn, quer se casar comigo?

Ao contrário de Kevin, meu caso não era brincadeira ou parte de um plano. Realmente aconteceu.

Flashback off

Saio do quarto e me deparo com Michael parado em frente à porta segurando lágrimas. Não aguentando vê-lo assim, o abraço derramando lágrimas das quais não sei como contive.

- Me largue. - ele diz me empurrando. - Não preciso de alguém pra me magoar ainda mais.

- Papai? - uma voz feminina e jovem diz - quem é essa mulher?

- É apenas sua mãe. - ele fala como se eu fosse nada.

- Mamãe? - ela fala incrédula.

- Essa é a minha sogra? - a garota que a acompanhava, se revela.

- COMO?! - Michael e eu nos pronunciamos. Acabei de conhecer minha filha e já descubro que tem uma namorada.

Meia-Noite em Neverland 《hiatus》Onde histórias criam vida. Descubra agora