Capítulo XIII - Recíproca

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Avancei próximo ao uno preto... Ainda o mesmo carro... O cara era dono da maior rede de supermercados e andava com um uno 94, aparentemente aquele carro tinha algum valor sentimental pra ele, ou ele simplesmente gostava de ser povão, mas até aquele ponto aquilo não fazia a mínima diferença. A porta do quarto abriu e dentro dele, saiu ele... O próprio... Em carne e osso. "- Gaaaaaaaaaaaaaato, você veio!" Gritou escandalosamente Dan enquanto pulava em Dave, eles se beijaram por um breve momento, enquanto eu em estado de choque observava aquela cena mórbida. Teria ele falado sobre sua condição com Dan? Era possível que ele não tivesse dito nada à ele. "- Mediu a carga viral recentemente Dave?" Perguntei em tom de provocação. "- Sim, obrigado por perguntar Oliver." "- Vocês se conhecem?" Perguntou admirado Dan. "- Sim, nos conhecemos, somos velhos amigos, não é Oliver?" "- Ex-amigos-coloridos, pelo que eu me lembre." "- Ex amigos? Como assim?" "- Não é nada com o que você precise se preocupar, ou saber." Respondi a Dan rispidamente. "- Ok então né..." "- Vamos logo antes que eu desista!" Reclamei. "- Alguma coisa tá acontecendo e eu quero saber o que é." Repetiu Dan "- Não tem nada acontecendo Daniel, vai continuar com isso? Por que se for, pode parar o carro que eu vou embora." "- Não está mais aqui quem falou!" Murmurou ele. "- Ótimo! Falta muito pra chegarmos?" Perguntei irritado. "- Mais uns dez minutos e chegaremos." respondeu Dave. "- Não falei com você Dave, mas obrigado, se pudesse acelerar para chegarmos logo seria ótimo!" Dave acelerou o carro e vi o ponteiro ir de oitenta para cento e vinte em questão de segundos. "- Vai mais devagar porra!" "- Ué, você não pediu pra eu acelerar?" Perguntou Dave com sarcasmo "- Olha pra frente caralho!"Esbravejei. "- Dave, reduz!" Insistiu Daniel. Dave foi reduzindo até voltar aos oitenta quilômetros por hora. Bufei no banco traseiro. Até aquele momento, Jhon já havia colocado a mão na minha perna algumas vezes durante o percurso, faziam 20 minutos que estávamos dentro do carro, e eu mal podia ver a hora de chegar, e beber até não poder mais e esquecer toda aquela merda. Lembrei que tínhamos comprado Vodka e Coca, tirei a mão de Jhon da minha perna pela milionésima vez irritado, olhei no fundo dos olhos dele, e falei: "- Se você encostar ou apontar sua mão nojenta mais uma única vez em mim, você vai conhecer um Oliver que você não vai querer conhecer. Puxei minha faca Butterfly, a minha favorita, fiz um jogo rápido de mãos abrindo e fechando a faca ameaçadoramente. Jhon arregalou os olhos assustado e virou-se erguendo as pernas como se quisesse proteger seu corpo. Eu estava fora de mim com toda aquela situação ridícula e desnecessária, ao tempo em que precisava disfarçar toda a raiva que eu estava sentindo. Abri a garrafa rompendo o lacre, e virei goela abaixo, dei uns 9 goles grandes, fechei a garrafa, e coloquei novamente na sacola, debaixo do banco de Dave. "- Vai abrir e vazar tudo." Observou Jhon. Irritado, peguei a garrafa e joguem cima dele. "- Então faz alguma coisa útil e segure a maldita garrafa!" esbravegeii. "- T-Tudo bem Oliver." gaguejou Jhon. Eu estava mais obstinado do que nunca dar um perdido neles no meio do tal show e simplesmente caminhar 17 km pra casa, eu estava prestes à explodir. Saí  do carro tonteando, ou poucos goles que eu dei, foram suficientes para me deixar tonto, mas até então, estava bem. Me dirigi ao lugar menos iluminado possível e me encostei na a parede úmida pela chuva anterior, toda aquela merda que havia acontecido comigo até então, fervilhava meus pensamentos. Após alguns minutos, um garoto que aparentava ter entre 18 e 21 anos. " - E aí mano, se importa de eu te fizer companhia, a ideia era me isolar, mas pra não parecer grosseiro, me contive respondendo: "Claro, mano, sem problemas. "- Meu nome é Bryan, mas pode me chamar de Ban." "Prazer em  conhecer você Ban" "- Satisfação só depois." "- Uou!" exclamei.

Ele sentou-se e começou a puxar papo, eu respondia da forma mais breve possível com o intuito de me livrar dele, mas aparentemente, não era vontade dele. 

Faziam 15 minutos que ele estava ali, e o nosso papo fluía como rio em direção à queda d'água, eu já estava chapado e como de costume discutia minhas ideias a respeito de tudo. Ele parecia estar encantado, e tudo o que eu queria era que aquele momento não acabasse tão cedo, mas como sempre, meu azar falou mais alto. Fomos interrompidos por Dave e Dan. "- Hm... Parece que o Oliver já tá arranjando contatinhos!" Exclamou Dan em tom de Malícia. "- Corta essa..." Disse Ban, eu não sou gay, estávamos só discutindo teorias sobre dimensões paralelas e o multiverso, nada além disso" Tinha que ser... Era pouco provável que um garoto como se ele interessasse por mim sendo gay, pros gays sou entediante, por que são em sua maioria acéfalos que vivem na sociedade com o intuito único de causar, e somente causar. E eu era apaixonado por meteorologia, astrofísica, e química, então isso me tornava menos atraente para as pessoas, apesar de tudo. Mas na maioria das vezes o meu ego era o principal motivo da minha frustração. 

Animal Noturno: SubterfúgioOnde histórias criam vida. Descubra agora