Capitulo 9

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– Acho que Justin não gosta de mim – disse Ian do outro lado da linha.

 Respirei fundo e fechei os olhos. Eu tinha certeza que Justin não gostava dele. Não só não gostava como também tinha ciúmes dele, o que era bem pior. Abri os olhos novamente e encarei os outros carros pela janela do táxi enquanto me dirigia ao Four Seasons.

– Não seja idiota, Ian. Como você pode pensar isso? – rebati.

– Ele agiu de uma maneira estranha na Starbucks naquele dia – Ian acrescentou.

– Ele estava estressado naquele dia. Por mais que as pessoas pensem que é fácil, é difícil ser Justin Bieber. Ele é famoso demais.

– Eu entendo isso – Ian parecia ofendido – Eu só acho que ele tinha que ter sido mais simpático.

– Ele é o Justin Bieber, caralho – respondi, brava – Se ele quiser pisar em você, você deixa porque ele é foda só por ser quem é.

 Ian começou a dar risada do outro lado da linha.

– Você deixa ele pisar em você? – ele perguntou, aos risos.

– Ele não ousaria – respondi e abri um sorrisinho malicioso que Ian não podia ver

 Se Justin tentasse pisar em mim, eu pisaria nele de volta. Mas eu não conseguia imaginá-lo fazendo tal coisa, a não ser que fosse uma tentativa de uma abordagem BDSM.  Uma imagem de Justin nu e algemado à cama de braços abertos me veio à cabeça e eu mordi o lábio. Meu Deus, aquilo seria uma ótima ideia. Nunca havia tentado algo BDSM com meus antigos namorados, mas era uma coisa que sempre tive vontade. A imagem de Justin algemado e sem poder fazer nada, me deixando com toda a ação, era muito excitante.

– E a noiva dele? – Ian perguntou, me trazendo de volta à realidade.

– O que tem ela? – perguntei, confusa.

– Ela não pisa em você?

– Ah, ela tenta – soltei um muxoxo – Mas eu não deixo.

– Imaginei que não – eu podia ouvir um sorriso na voz de Ian – Você nunca foi esse tipo de mulher submissa. Você sempre soube se impor.

 Dei risada. Ian estava certo. Eu nunca fui mulher de abaixar a cabeça e seguir ordens. Eu sou daquelas que levantam o queixo e fazem tudo sozinha. Eu era boa no meu trabalho exatamente por essa razão. Aquilo era uma qualidade e, ao mesmo tempo, um defeito. Acabou me distanciando de Aaron e me fez perdê-lo. A verdade era que eu amava meu trabalho muito mais do que amava meu namorado naquela época.

– Acho que isso é o mínimo – dei de ombros e disse.

– Eu sempre te admirei por isso, Emma.

 Arqueei as sobrancelhas. Aquilo era uma surpresa. Ian Gostoso Lockwood falando que me admirava por eu ser tão determinada e autossuficiente? O cara por quem eu tive uma queda todos os anos da minha adolescência e juventude? Era demais para o meu pequeno coração.

– Obrigada, Ian – foi tudo o que eu respondi.

– Então, quando vamos nos ver? – ele perguntou.

– Como assim? – dei risada.

 Era bom que ele não pudesse me ver, porque eu estava ficando corada. Aquilo era tão estranho e tão diferente de mim que eu queria que passasse logo. Eu não ficava corada por causa de homens, eu sabia daquilo. Mas Ian era diferente. Ian era o cara por quem sempre fui apaixonada, por assim dizer. Vê-lo dar em cima de mim era incrivelmente embaraçoso.

– Estava pensando que a gente podia tomar um café ou jantar fora algum dia – ele continuou – Como amigos, claro.

– Ah, claro. Podemos fazer isso – eu sorri.

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