Adeus papai.

59 4 3
                                    

   Meses se passaram aqui, e o período do intercâmbio acabou. Eu e Zara fomos para o Aeroporto, porém, nossos caminhos eram totalmente diferentes. Zara morava na Itália, bem longe da minha residência, mas pegamos os números um do outro, não íamos perder o contato.
   Eu não havia avisado ninguém da minha família e meus amigos sobre a minha volta, gostaria de chegar de surpresa e deixá-los felizes e impressionados com a minha presença. Foram 3 longas horas de viagem de Vancouver até Los Angeles, o sorriso em meu rosto se formou e a minha felicidade estava grande por estar de volta, as batidas do meu coração eram rápidas como as de uma música eletrônica, e naquele momento pensei "O caminho da felicidade ainda existe" e eu estava seguindo-o.
   Após pegar minhas bagagens e sair do aeroporto logo chamo um táxi e vou direto para a minha residência. Chegando lá, abro a porta lentamente e ouço gritos, não de felicidade e sim de sofrimento. Entrando na sala de estar vejo meu pai esmurrando minha mãe e minha irmã, elas estavam caídas e o sangue escorria por todo o chão, aquela cena era horrível, e não era a primeira vez que meu pai batia nelas e também em mim, mas nunca foi tão grave, nunca foram litros de sangue tirados de nossos corpos, eu tentei dizer me ajude, mas, minha voz não saia, e ninguém aparecia para nos ajudar. Eu corri em direção da cozinha, e encontro um facão, eu o pego, e volto para a sala de estar, eu olho no fundo dos olhos do meu pai e digo:

- Eu não gostaria de fazer isso papai, mas eu não aguento mais!

- Não James! - Ele responde, mas era tarde demais.

   Eu começo a esfaqueia-lo, nunca senti tanto prazer em fazer algo. Eu tirava e enfiava a faca em seu abdômen e aquilo era maravilhoso, eu via seu sangue saindo de seu corpo e escorrendo por toda casa enquanto ele caia e seu coração pulsava cada vez mais lentamente. As lágrimas desciam e um sorriso era formado em meu rosto, porém, agora eu teria paz, agora todos nós teriam paz.
   Minha mãe me olha e diz:

- Filho? - Com uma expressão apavorada.

- Eu não aguentava mais, se não fosse a morte dele, seria a minha. - Eu a respondo.

Enquanto isso minha irmã mais nova chorava horrores em cima do sofá, ela era uma pequena criança, provavelmente não estava entendendo nada.
   Minha mãe diz para minha irmã subir para o quarto dela e ficar lá por um tempo e enquanto isso pegávamos sacos de lixo e cobríamos o corpo, para levar ele longe de nossa casa.
   Enterramos o corpo em uma floresta, um pouco distante e voltamos para nossa casa, pegamos alvejante, e começamos a limpar tudo que estava pela frente, eram litros de sangue, eu me imaginava em um filme de terror. Umas horas se passaram após o ocorrido, limpamos tudo, tudo mesmo, a casa cheirava hospital, e tiramos nossas roupas encharcadas de sangue para dar um fim.
   Depois de todos tomarem um banho e aquela casa voltar a ser como uma casa normal de família (ou ao menos parecer). Minha mãe e eu fomos conversar com minha irmã, para se perguntarem o que aconteceu ou por qual motivo nosso pai não estava morando junto à nós, foi por conta que ele e nossa mãe brigaram  e ele foi morar em outro lugar sozinho.
   Eu nunca imaginaria que depois de um intercâmbio isso iria acontecer. Esse seria o maior segredo de nossas vidas e também o maior pesadelo!

   Acho que isso é um adeus papai.

I tried say help me...Onde histórias criam vida. Descubra agora