Capítulo 8 - Volta para mim

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Midoriya estava num sítio desconhecido para si, um lugar completamente branco, ele não sabia há quanto tempo estava naquele lugar ou como sair dali, não importava o quanto andasse, parecia que não saía do mesmo lugar. Na verdade, Midoriya nem tinha muita vontade de sair dali, não se importava realmente de estar naquele local, não sentia fome, nem sono e apesar de estar sozinho e sem nada para fazer ou ver ali, era até reconfortante, como quando a nossa mente está apenas relaxada, sem pensar nos problemas ou em qualquer outra situação que nos deixe pensativos, tristes ou zangados, a única coisa que incomodava Midoriya era o facto de que à medida que o tempo passava sentia cada vez mais frio.

De vez em quando Midoriya ouvia algumas vozes, às vezes era a voz de um homem que Midoriya não reconhecia, parecia falar de ataques, vilões e heróis mas Midoriya não compreendia exatamente o que isso significava, na maioria das ocasiões ouvia a sua própria voz, embora não estivesse a falar pensava que poderia ser o seu subconsciente, essa voz dizia coisas sobre não saber quanto tempo tinha, que já não havia nada que pudesse fazer, às vezes parecia relatar acontecimentos, mas Midoriya não tinha a certeza do que realmente se tratava.

Mas naquele momento em especial, as vozes que ouvia estavam mais fortes e eram mais de uma, Midoriya reconheceu a sua própria voz a dizer que alguém tinha chegado e que provavelmente tudo ia acabar, Midoriya não percebeu o que aquelas palavras significavam mas assim que ouviu uma voz, muito conhecida para si, parecia que nada mais importava.

Era a voz de Todoroki a chamar o seu nome, Midoriya não sabia há quanto tempo não ouvia aquela voz mas queria poder responder-lhe e falar com Todoroki, então Midoriya começou a gritar por ele enquanto corria naquele espaço branco, e aparentemente interminável, mas não obteve resposta alguma.

Midoriya continuava a ouvir outras vozes, mas nada disso tinha importância para ele, Midoriya só queria ouvir a voz de Todoroki novamente, só queria poder estar com ele e falar com ele, queria abraçá-lo e pedir perdão pela atitude que tinha tido da última vez que se tinham visto, e foi ao lembrar-se da última vez que tinha estado com Todoroki que se lembrou do homem misterioso que dizia que o ia ajudar, lembrou-se também da injeção que tinha levado e da dor que sentiu, teria morrido? Mas se estava realmente morto como poderia ouvir vozes daquela maneira? Será que estava simplesmente em algum tipo de sonho?

Midoriya respirou fundo, tinha de ter calma e pensar na situação em que se encontrava, mas foi ai que Midoriya sentiu um calor à volta da sua mão, não era um calor que estivesse prestes a queimá-lo, que fosse doloroso ou se quer desconfortável, era um calor aconchegante, carinhoso e familiar, Midoriya não sabia de onde é que esse calor estava a vir, mas foi muito bom sentir aquilo, já que sentia o resto do seu corpo tão frio. Midoriya levou então a mão que estava quente ao peito, pousando a outra por cima, apertando com força, como se quisesse fazer aquele calor espalhar-se por todo o seu corpo.

E foi aí, tão perdido a apreciar aquele calor, que Midoriya ouviu outra voz conhecida ecoar pelo espaço em que se encontrava, foi fácil reconhecer o dono da voz, era o seu amigo de infância Bakugou que parecia estar a ter uma conversa com a voz de Midoriya, uma conversa sobre fragmentos e desejos, que Midoriya novamente não estava a perceber.

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