Bravura

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     George com 9 anos...

     Estava brincando no playground com um carrinho azul de plástico, eu o deslizava pra frente e para trás na areia.

       James estava no trepa-trepa se revirando todo por lá, com graciosos passos que até um ginasta ficaria com inveja. Não só as crianças, mas os pais observavam impressionados.

         Mamãe e papai nos observava num banquinho, riam de alguma piada que ele tinha contado.

         Me sentei perto do trepa-trepa e olhei James se revirando nele. Mas notei que tinha um corte bem grande  seu braço, como se uma faca o tivesse te atingido de raspão.

       — Ei, Jay Jay... Se machucou aonde?  — Perguntei inocentemente, com o tom doce na voz.

        — Eu... Caí... — Respondeu firme, meio pensativo.

        — São os treinamentos que a mamãe te dá?  — Interroguei-o com um tom forte.

      Ele não respondeu, apenas me encarou.

       Me levantei zangado e fui até a mamãe, parando em sua frente com os braços cruzados e o cenho franzido.

        — Você fez aquilo no braço do James?  — Questionei-a com tom de raiva e grosseria na minha voz.

         — Não foi de propósito, querido, acalme-se.                  — Respondeu, desviando o olhar.

       Senti uma fúria dentro de mim e direcionei um soco em seu rosto. Com um reflexo quase imediato, ela agarrou, segurando. Me rodopiou e eu caí de costas no chão.

       — Nunca mais tente isso de novo. Ouviu?  — Rebateu, olhando com seus olhos rudes e pesados para dentro de mim. Papai observava tudo com um certo nervosismo

      Meus olhos queimaram e eu saí correndo dali chorando.

      Saí pra bem longe deles e fiquei sentado em uma árvore. Eu limpava as lágrimas que caíam dos meus olhos com as costas das minhas mãos. Meu choro foi interrompido por um miado que estava vindo de cima da árvore. Olhei imediatamente pra cima e vi um gatinho se segurando com as garras dianteiras para não cair.

      — Se acalme, gatinho... Eu vou salvar você!  — Disse em um tom inspirador.

     Me levantei em um pulo e comecei a escalar á árvore. Segurei em um grosso galho com o braço esquerdo, enquanto envolvia o bichano no meu braço direito.

     Desci em um pulo e o coloquei no chão. Ele ronronava pra mim enquanto se esfregava todo. Acariciei sua cabeça.

      — Ei, você vai ser meu novo amigo, tudo bem?  — Sorri.

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      Nicolle

      Estava apoiada na parede do hospital da shield, do lado de fora do quarto da Elena.

       — Está tudo bem.  — Disse Edward dando uns tapinhas no meu ombro — Ela vai ficar bem, só precisa descansar.

     Eu sorri, e por algum motivo, eu gostava da Elena, me sentia atraída por ela.

       — Temos uma missão.                     — Anunciou George com a feição séria, perto da gente.


James

      — Só vou perguntar uma vez. Quem aqui sabe sobre o Caveira Vermelha?  — Perguntei, com o cenho franzido, olhando para todos do bar.

     Eles me olhavam feio, alguns batendo o taco de sinuca na mão e me olhando feio. Outros com garrafas de vidro, e outro, até armado com um rifle.

     — Se a gente soubesse, a gente não te diria, engomadinho... — Respondeu o barista com uma voz gravíssima. Os outros membros do bar gargalhavam. O lugar não tinha reboco e tinha um cheiro horrível. Mulheres de meia-idade com poucas roupas andavam por aí servindo copos de bebidas.

      Um deles se aproximava com um facão enorme, que ia do seu quadril até seu calcanhar.

        Parou em minha frente, há centímetros de distância e me olhou feio.

        — Vai querer mesmo partir pra agressão?  — Perguntei com deboche.

       O homem cuspiu no meu rosto e abriu um sorriso vangloriador, como se tivesse matado um leão com suas próprias mãos. Todo mundo do bar caiu em risadas escandalosas.

        Sequei próximo aos meus olhos, com as costas da minha mão direita. As risadas cessaram

        — Você já era, filho da puta.           — Anunciei, tirando duas adagas em formato de raio dos meus porta-adagas.

      Passei por ele, cortando sua garganta com uma precisão  incomparável. O sangue jorrou no chão e o cadáver caiu na poça.

       — Mas que droga!  — Praguejou o barista, quebrando uma garrafa na bancada e vindo com ela pra cima de mim. Ele mirou no meu pescoço, e com minha agilidade, cheguei o corpo pra trás e lhe chutei na barriga com toda minha força.

       Pulei na bancada e virava diversos saltos mortais pra me desviar dos golpes das mais diversas "armas".

      — Segurem ele! Eu vou dar um tiro bem nessa cara dele!  — Gritou o cara que segurava o rifle.

       Esfaqueava diversos deles que vinham contra mim.

        — Irei atirar assim mesmo!           — Disse o magrelo.

       Só se ouve o barulho do tiro, que pega de raspão em minha perna direita, rasgando minha calça tactel da Shield.

        Eu caí no chão com a perna sangrando bastante. E num uivo de dor, notava de relance diversos caras se aproximando de mim. Quando estavam prestes a se aproximar demais, um escudo redondo cravou o chão, fazendo uma linha para nos separar.

       — Esse é meu filho. E se alguém se aproximar mais um passo, vai pagar com a vida.   — Manifestou uma voz masculina muito grave, tão grave que parecia arranhões nos ouvidos. O tom era heróico e bravo.

     Os caras pararam e viram o homem loiro de barba adentrando o local com sua roupa branca, azul e vermelha. Todos tremeram com sua presença e saíram correndo pela porta contrária.

      Papai vinha, e parou no meio do caminho apenas para tirar seu escudo. Ele me ajudou á levantar.

     — Está ferido. Precisa ir pro hospital.  — Anunciou.

      — Pai coruja...Estou bem, foi só um tiro de raspão.  — Falei com ironia, revirando os olhos.

      Ele olhou feio pra mim e cruzou os braços. Eu me escorei na bancada e sentei em  banquinho.

      — Essa missão era nossa. E que ideia é essa? Sério? Se acha tão corajoso pra vir aqui num bar cheio de malucos com apenas duas adagas? — Questionou.

        — Não sei se percebeu, mas todo mundo, tipo, todo mundo mesmo te conhece. Você não é o melhor parceiro pra uma missão de espionagem.  — Rebati.

       A firmeza na minha voz desapareceu com um gemido de dor.

       — Vamos...Está ferido. Resolvemos isso depois.   — Falou.
      
       

Vingadores: Hiatus (Vol.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora