O inicio

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Abriu os olhos e viu tudo branco "será que estou morto" foi o primeiro pensamento que veio a sua cabeça, ao tentar se mexer sentiu uma dor latejar o seu corpo todo, aos poucos sua visão foi voltando, escutava muitas coisas ao seu redor, quando alguém abriu a porta do quarto entrou.

- Ele esta consciente, mas não tente forçar muito suas memorias.

- Tudo bem doutora, só precisamos saber alguns detalhes a mais e já vamos, voltaremos quando ele estiver melhor.

- Bom dia Jefferson, como esta se sentindo?

- Péssimo, parece que fui atropelado por um caminhão que carrega outros 40 caminhões, o que aconteceu?

- Vamos com calma rapaz, seu nome é Jefferson correto?

- Sim

- Tem 16 anos?

- Sim completo 17 mês que vem acho, por quanto tempo eu dormi?

- Não dormiu, você levou uma pancada muito forte na cabeça, ficou anestesiado por dois dias, mas os médicos disseram que você vai se recuperar, estas são as boas noticias.

- Sim as más noticias eu já sei, eu vi antes de vocês chegarem na minha casa, minha mãe não sobrevivei não é? – queria passar força na voz, mas foi traído pelas lágrimas em seus olhos

- Eu sinto muito – Foi tudo o que o oficial disse – Ela já estava morta quando chegamos, você acha que esta em condições de nos falar como era o invasor? Para que comecemos a investigar?

- Claro, nunca me senti melhor senhor – Mentiu para si mesmo e para o policial.

- Tudo bem então, eu vou buscar o desenhista, dentro de meia hora estarei de volta, tente descansar e lembrar de quantos detalhes conseguir lembrar ok?

- Tudo bem.

O oficial o deixou perdido em seus pensamentos mas dentro de meia hora ou um pouco mais retornou com o desenhista, Jefferson estava sentado na cama tomando agua quando eles adentraram pela porta. Sentia-se um pouco tonto ainda mas estava pronto para descrever o que se lembrava do acontecido.

- Você viu a face do agressor? – foi à primeira pergunta.

- vi sim, por pouco tempo mais vi, ele é branco e tinha uma cicatriz não sei dizer bem se no lado esquerdo ou direito do rosto, estou confuso agora – concluiu tocando a bandagem que estava em sua cabeça.

- e quanto à altura pode nos dizer?

- bom ele não parecia ser tão maior que eu, eu tenho 1,74 talvez ele tenha 1,80 por ai, era bem forte e corpulento, me acertou com o machado na cabeça, mas não com a ponta.

- É pode se dizer que você teve sorte nisso.

- o nariz dele era grande e feio acho que adunco é a palavra mais certa.

- esta certo e o cabelo como era?

- seu cabelo era um moicano alto e com as pontas avermelhadas, atrás da orelha saia uma trança azul que chegava a altura dos ombros, isso é tudo o que me lembro, e de minha mãe implorando para que ele não fizesse nada – as lágrimas vieram sem serem solicitadas.

- Bom já temos o que precisamos pra começar as investigações, tem outra mulher pra falar com você, ela é da assistência social.

- Obrigado Senhor.

Voltou a deitar-se e esperar para responder por mais um monte de perguntas. Naquele momento entrou uma moça que não aparentava ter mais de 24 anos de idade, Jefferson permaneceu em silêncio.

- Bom dia Jefferson, meu nome é Cristina, mas pode me chamar de Cris, sinto muito por tudo que você esta passando mas mesmo assim preciso fazer algumas perguntas tudo bem? – a voz dela era doce e suave, usava um óculos de grau e o cabelos negros caiam em um Chanel sobre seus ombros.

- Fique a vontade, pergunte o que quiser.

- Bom pra começar, você ainda é menor de idade, e visto agora ambos seus pais são mortos, sua guarda vai automaticamente para o seu tio, a não ser que você queira se emancipar, como você já tem 17 acredito que seja opção viável.

Jefferson ficou em silêncio alguns segundos pensando em seu tio, conhecia pouco dele, mas sabia que era um aproveitador, sempre aparecia com algum pedido, ou por empréstimo de dinheiro o qual nunca retornava, e sua esposa era pior ainda, uma tal de Ana a qual não merecia nem a atenção de Jefferson.

- Eu prefiro a minha emancipação a ficar com eles - Jefferson respondeu determinado

- Eu já tinha analisado o caso e pensei que pediria isso mesmo, bom logo você recebera alta, e quando assim for deve me ligar eu venho te buscar, e colocarei um advogado pra cuidar da sua emancipação também, e já para tratar das pensões que você tem pra receber, tanto pela morte do seu pai que vocês já recebiam, e agora com a morte de sua mãe, "que deus a tenha", terá pensão dela também, aqui esta meu cartão. Chame a hora que precisar - disse Cris enquanto entregava o cartão em sua mão e lhe deu um beijo no rosto – Fique bem.

Isso foi tudo para aquele dia.

O maniaco do machadoOnde histórias criam vida. Descubra agora