Um dia após o outro

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Cris havia dormido no quarto de hóspedes da casa de Jefferson, e quando este a acordara já estava na cozinha preparando seu café da manha, panquecas com suco de laranja, panquecas pela manha? Será se aquela garota era americana? Disse "disse um bom dia fraco" e ligou à cafeteira elétrica, café da manha tem o nome de "café" por um motivo, sentou-se a mesa e ficou observando Cris finalizando as panquecas.

- Quantos anos você tem Cris?

- Chute.

- 23.

- Quase, 24 anos obrigada por me achar mais nova – Disse ela abrindo aquele sorriso lindo, e Jefferson ficou se perguntando o que passava em sua cabeça.

- Mas 24 ainda é muito nova, Bom a minha história você já conhece e já que vamos ser amigos, você fica me devendo sua historia – disse ele enquanto servia-se de uma xicara de café.

- E vou ficar devendo, pelo menos esta manha, Você tem aula não tem? E eu tenho que ir para trabalho, à proposito a que horas acaba sua aula?

- Acaba meio dia hoje, tem aulas depois, mas eu já tenho nota pra passar, e não conta presença, eles chamam isso de reforço, e às 4 da tarde eu tenho autoescola – Completou ele.

- Então é isso, eu lhe deixo no colégio e vou cuidar de alguns assuntos no trabalho, te pego às 12h15min pode ser?

- Pode.

- Ai eu lhe conto um pouco da minha história e depois eu te levo pra auto escola, falta muito ainda? – Perguntou ela comendo passando geleia de morango em uma panqueca e se servindo de um copo de suco.

- Sim, estou finalizando as aulas praticas, acredito que em dois meses eu termino as aulas praticas e faço o teste final, ai serei um motorista oficial.

- Que bom. Assim que você finalizar seu café podemos ir?

- Vou me trocar – respondeu ele enquanto levantava-se e iria terminar seu café em seu quarto.

Vestiu rapidamente seu uniforme e se olhou no espelho enquanto arrumava o cabelo, ele tinha belos olhos e cabelos negros em contraste com sua pele branca, arrumou seu topete e foi escovar estes dentes, era tão estranho pra ele, tinha acabado de passar por algo terrível e ainda assim tinha que ir pra escola, e depois autoescola, e continuar a vida? Deveria ter uma lei ou algo natural que fizesse parar o tempo para as pessoas se recuperarem, mas o tempo não parou, olhou-se no espelho novamente e se sentiu vazio de emoções, ele deveria estar triste? Deveria, qualquer um estaria. Mas para ele parecia ser apenas um dia normal. Apanhou sua mochila e gritou "pronto, já podemos ir".

- Ok – respondeu Cris da cozinha.

O colégio que ele frequentava ficava a uns cinco quilômetros de distancia e normalmente ele ia de ônibus, mas gostou da ideia de ir de carro, seria bem mais rápido, e não teria que aturar todo aquele povo chato, crianças e adolescentes brincando de ser adultos, tudo era uma grande zoeira para todos, mas desde que perdera Seu pai, Douglas, ele tinha se trancado em seu próprio mundo, conversando somente o extremo necessário, nenhuma palavra a mais, parecia que nada mais importava, foi ali que ele começou a criar seu mundo particular, e agora com a partida de Cláudia, o mundo acabara de se fechar, nada mais importa, foi ali que Jefferson decidiu apenas viver um dia após outro dia e ver até onde o mundo vai carrega-lo.

Colocou o cinto de segurança enquanto Cris dava a partida em seu carro, ela tinha prendido o cabelo em um coque na nuca, e realmente tinha o sorriso lindo e aqueles olhos azuis pareciam aguas de tão claros, ela não falou nada apenas ligou o som do carro e o levou até o colégio como tinha dito que faria.

O maniaco do machadoOnde histórias criam vida. Descubra agora