Contos quase de terror

3 - Atacar para quê?

— Está vendo essa espada, Lionel?

Seus olhos brilhavam mais que o reflexo da espada bem polida. Com uma voz tímida, Lionel respondeu: — Sim, senhor!

— Vê este escudo?

Assustado com as enormes frestas cravadas em sua superfície, responde com um certo receio - Claro, senhor Launcelot. Mas temo que por pouco não sobraria escudo para que eu pudesse vê-lo.

— Caro amigo Lionel, com a vasta experiência que estes seus cabelos prateados vos dão, você saberia me explicar tamanho contraste entre ambas as armas?

— Ora, mas não é óbvio? O guerreiro possivelmente enfrentou um adversário muito mais forte onde a única alternativa fora defender-se já que não poderia atacá-lo.

— Mas quem disse que ele queria atacar? Em muitos casos, a defesa é o melhor ataque. Quando não podemos com o inimigo o cansamos para então aplicar o golpe de misericórdia. É desse jeito que conseguimos um escudo tão destroçado e uma bela espada quase intacta — disse Launcelot rindo.

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