Já era tarde quando o taxista voltava de sua última viagem e, ainda bem distante, avistou uma moça de vestido branco dando-lhe sinal para parar em meio à escuridão quase total, exceto pela luz da lua e os faróis do seu carro.
Mesmo contra a sua vontade, parou para ajudá-la.
— O que a senhora faz aqui sozinha? Essa rodovia é muito perigosa a noite!
— Estou indo para o meu casamento. O senhor poderia me levar? Fica só há 2 quilômetros daqui. — Disse a noiva calmamente, entrando no carro com um buquê de flores que já estavam secas, o vestido sujo de areia e com manchas vermelhas.
Seguiram então em direção a igreja.
Ao chegarem, a moça saiu do carro de maneira elegante, deixou algumas cédulas no porta-luvas e pediu um último favor:
— Se não fosse pedir muito... Será que o senhor poderia ir buscar minha mãe? Ela ainda não chegou e essa é uma data muito importante para mim. — Pediu a moça gentilmente passando o endereço anotado em um pedaço de papel sujo e rasgado.
O taxista olhou para a igreja por cima do ombro dela e não viu nada além de uma velha casa mal-acabada.
Mesmo achando estranho, dirigiu-se ao endereço que recebeu e, ao bater na porta, surpreende-se ao ser recebido por uma senhora bem idosa que tinha idade de ser mãe dele.
— Boa noite. — Disse o taxista.
— Boa noite.
— Vim buscar a senhora para o casamento, a pedido da sua filha.
— Meu jovem, minha filha morreu já faz meio século. — Contou a senhora com um peso na voz.
— Não é possível. Eu acabei de levá-la até a igreja. — Disse rindo, sem querer acreditar.
— Ela estava com um vestido branco, sujo com terra e sangue, com um buquê de flores secas e pediu para deixá-la em uma casa abandonada que em outra época já fora uma igreja?
— É. Foi exatamente isso! — Falou o taxista surpreso.
— Meu caro, olhe em seu porta-luvas e verás que as cédulas que ela deixou, nem se usam mais.
Naquele momento o taxista, mesmo com um frio na barriga, não pensou duas vezes e correu até o carro para ver as cédulas.
A senhora lhe acompanhou com sua bengala e dizendo no caminho:
— Hoje ela completaria 50 anos de casada, mas o motorista que a levou para o seu casamento estava bêbado e perdeu o controle do táxi na curva. O carro despencou por mais de oitenta metros. Desde então, todos os anos, nesse mesmo dia, eu recebo um taxista em minha porta contando essa mesma história. Faça um favor a você mesmo, vá para sua casa e nunca mais passe por aquela rodovia novamente. Ela não descansará até que pegue um taxista bêbado para se vingar.
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Contos quase de terror
Historia CortaComo o próprio título diz, contos quase de terror, seria o que eu gosto de chamar de "soft terror". Quanto às cenas fortes, quando têm, a culpa é inteiramente sua e da sua imaginação. Minha função aqui é apenas escrever. O que vocês idealizam não é...