Pancakes? - Capítulo III

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E eu sempre vivi assim
Mantendo uma distância confortável
Até agora
Eu tinha jurado a mim mesma que eu estava contente
Com a solidão

- Paramore

                                 ~⚜~

          • •「℘σѵ ℋaᥡℓeᥡ ℳ.」• • •

Podia ouvir os pingos da chuva contra todos os vidros da mansão, as gotas pesadas d'água. O tempo se mantinha assim a alguns dias. Cinzento. Frio. Oque era bom, ao meu ver. A chuva impedia que os festivais acontecessem. E mesmo que eu esteja conseguindo assimilar a super audição, é realmente muito mais agradável ouvir o barulho incessante dos pingos de água.
Joguei a bolsa vazia no lixo, eu já havia despejado todo o sangue da mesma no copo.
Deviam ser aproximadamente onze horas da noite.
Dei um gole na bebida a minha frente, fechei os olhos, apreciando o gosto. Resolvi deixar de lado. Eu realmente não me dava bem com sangue de bolsas. Era quase como comer comida servida em pacotinhos. Bom. Porém muito, muito, muito menos saboroso.
Ouvi os passos de Elijah, que se aproximou parando doutro lado da ilha da cozinha, seus olhos encontraram os meus. Ele parecia pensar em como começar uma conversa.
Depois de alguns segundos, franzi a testa, arquiando uma sobrancelha. Esperando por alguma reação.

- Por quanto tempo mais vai ficar aí me olhando sem dizer nada?

Elijah: Como você está?

Não consegui reprimir um riso baixo. Incrédula.
Essas eram as únicas palavras que dirigia a mim ultimamente.

- Eu estou bem. Obrigada.

Elijah:  - Não precisa fingir para mim, Hayley. Não precisa esconder oque está verdadeiramente sentindo. Mentir é feio.

- Mesmo? Adivinhe só...! Fingir que se importa também.

Enquanto ele pareceu processar as palavras, eu desviei o olhar. Encarando o espaço vazio na parede. Vazia. Era como eu me sentia.
Por um momento, as palavras pairaram sobre meus lábios. Eu queria questiona-lo. Queria entrar em alguma conversa. Algo que fosse além de um "como você está?" Quando na verdade a resposta definitivamente não faz diferença. Porque ele sabe como eu estou.
Queria perguntar se as lembranças já haviam o atormentado hoje.
Queria perguntar se ele realmente havia deixado de me amar. Ou se esse amor na verdade nunca existiu.
Que tipo de amor é esse?
Talvez fosse só o apreço. Apego.
Saí de meus desvaneios quando ouvi o som de sua voz. Acabei por não prestar atenção em nada que havia dito.

- Eu... Preciso ir.

Limpei a garganta, me recompondo. Tentando manter a pose. Eu estava quebrada. Mas ele não nescessáriamente precisava saber disso.
Me dirigi para fora da cozinha, em passos lentos, não demonstrando qualquer tipo de nervosismo.
Estava subindo as escadas de cabeça baixa, quando Klaus passou por mim, me mandando segui-lo.
Seu tom era sério.
Franzi o cenho, olhei para a cozinha, Elijah mantinha seus olhos fixos em mim. Como alguém que diz "você não disse que iria dormir?"
Oque acabou me motivando, quase como em um impulso, voltei a descer degrau por degrau. Seguindo Niklaus, que já saía da mansão em passos apressados.

- Oque quer comigo? Pra onde exatamente estamos indo?

Sem responder nenhuma das minhas perguntas, ele seguiu caminho até o carro. Ignorando a chuva. Que se intensificava aos poucos.
Eu gostava do silêncio. Mas vindo dele, me deixava louca.
Entrei no carro também. Já que aparentemente era oque queria que eu fizesse. Foi oque deu a entender quando embarcou batendo a porta.
Depois de me acomodar no banco, meu olhar continuou voltado a ele, eu aguardava respostas.
Ele girou a chave, e então acelerou bruscamente o carro.

I saw the love in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora