I saw the love in your eyes

Rebekah - Capítulo VIII

● Quando eu der meu coração
Será por completo
Ou eu nunca o darei.

- Michael Bublé

• • •「℘σѵ ℛebekah ℳ.」• • •

- Ei, pequena... Você não devia morder isso!

Disse mantendo a voz baixa, esboçando um meio sorriso.
Hope tinha um urso de pelúcia em mãos e um sorriso banguela no rosto, estávamos sentadas em um tapete enorme estendido no chão da sala, Hayley havia pedido que eu cuidasse da criança enquanto a mesma tomava um banho.
Deviam ser aproxidamente oito da noite, e o bebê aparentava ter energia de sobra.
Sorri enquanto a observava, Klaus, Elijah e Freya estavam em algum lugar no andar de cima da casa, conversando e bolando algum tipo de plano para encontrarem e por um fim na ameaça "Esther e Tia Dahlia".
Era incrível como a paz é rara pra essa família.
Sempre há algo que atrapalhe os pequenos momentos de felicidade que temos, já cheguei a acreditar que talvez não houvesse definitivamente um final feliz para os Mikaelson.
M

as olhar para a criança a minha frente, me faz ter esperanças.
Nossa pequena Hope.
Em mil anos, eu via finalmente Klaus pensando em alguém além dele. Mesmo com seu jeito todo atrapalhado, sei bem que faz o possível pra ser alguém melhor.
Um pai melhor. Melhor do que Mikael foi.
Elijah estava ou está mais distante que o normal, não sei bem ao certo.
Hayley e Klaus estão notavelmente mais próximos.
É visível que os sentimentos que nutrem um pelo o outro não são nenhum um pouco amigáveis, e talvez essa seja uma das causas, (além de toda a bagagem familiar), da mansão ter tido um ar tão tenso ultimamente.
De qualquer forma, tirando todos esses trágicos acontecimentos, me sinto feliz pela primeira vez em muito, muito tempo.
Os meses em que cuidei de Hope foram os melhores de toda a minha vida.
Em alguns dias, sentia que podia ser apenas mais alguém normal.
Sem todo esse negócio do vampirismo. Nada de problemas.
Apenas alguém que vivia dia após dia, sem se preocupar com o amanhã.
Eu tive, mesmo que por pouco tempo, aquilo que sempre busquei.
Me sentia completa.
Foi como uma prova de como minha vida poderia ter sido, caso eu não fosse oque sou.
Caso as circunstâncias houvessem sido diferentes.
Caso o passado não existisse.
Nós nascemos fazendo parte de uma família, sem o poder de escolha, mas podemos construir outra com o passar dos anos. Eu infelizmente, não tive e nunca teria essa opção.
Esse era o grande fardo dos irmãos Mikaelson!
Até ela.
Niklaus confiou a mim a vida da sua filha. Ele confiou em mim.
Confiou em mim para cuidar do nosso bem maior, confiou em mim para cuidar dela.
Confiou em mim pra tomar conta da nossa esperança.
Hope bocejou, seus olhinhos já se fechando, aos poucos. Sua expressão deixava de ser enérgica, e dava lugar ao olhar sonolento.
Esbocei um sorriso, e então a peguei no colo, com cuidado, sua cabeça pousou em meu ombro, e eu me levantei com calma, enquanto subia sem pressa alguma degrau por degrau da escada que me levaria até o quarto da criança.
Uma chuva calma caía lá fora, proporcionando ao momento ainda mais calmaria.

- Durma bem, princesa.

Sussurrei depois de colocá-la no berço, e a acomodar devidamente ali.
Depois de alguns minutos, me certifiquei de que a mesma estava tendo sonhos tranquilos e um sono sereno, e então saí do quarto em passos cuidadosos, fechando a porta.
Desci novamente, vendo Hayley que recolhia alguns brinquedos da criança que estavam jogados pelo tapete, alguns no chão.

Hayley: - Eu estou com dores nas costas. Isso é possível?

Dei um sorriso e me sentei no sofá, ela recolheu um último chocalho, e se sentou também.

Hayley: - Acho que peguei todos eles.

- Ow... Sim! Você pegou todos eles.

Ela sorriu, dando um suspiro dramático, que indicava alívio, e que me fez sorrir também.

Hayley: - Obrigada.

- Sabe que não precisa agradecer... Gosto de cuidar dela. E além do mais, Hope é uma criança quieta, não dá trabalho algum... Acabei de coloca-lá para dormir.

Hayley: - Não estou te agradecendo por isso, quero dizer, por isso também, é claro. Mas eu ainda não tive a oportunidade de te agradecer por ter cuidado dela todos esses meses. Obrigada, Rebekah. Mesmo.

Eu sorri, deixando um suspiro escapar do fundo da minha garganta. Poderia aprofundar mais o assunto, dizer que não havia sido esforço algum. Mas tenho certeza que ela já sabia disso. Sabia que cuidar de crianças sempre foi algo que eu adorei fazer.

- Você não precisa agradecer por isso também. Foi uma experiência incrível. E eu me sinto feliz por saber que confiaram a mim a vida dela.
Ela é incrível...

Fiz uma pausa. E então sorri antes de continuar.

- (...) Você e Klaus são bons nessa coisa de fazer bebês fofinhos.

Hayley: - Claro que você precisava ironizar, estava demorando!

Ela revirou os olhos, e ambas rimos por isso.
Depois de algum tempo, os risos cessaram finalmente. Olhei para ela, que encarava o nada pensativa.

- Como estão as coisas entre você e ele?

Eu sabia que iria entender a quem eu estava me referindo. Klaus.
Hayley e eu não conversamos muito ultimamente, motivo? A falta de tempo.
Com todas essas coisas acontecendo, ficava difícil. Mas apesar disso, eu gostava de provoca-la sempre que podia. Nós nos tornamos amigas com o passar do tempo. Eu gostava dela.

Hayley: Com "vocês", você está se referindo a... Ele?

Eu assenti positivamente.

Hayley: - Não sei. É... Complicado. Não quero falar disso, não agora.
Essas paredes tem ouvidos.

Ela frisou bem as últimas palavras, me fazendo rir.

- É claro...

Hayley: - Mas e o tal de... Mateus? Não.. Mathew?... Ma...Matt? Isso. Matt.

Pagarriei, limpando a garganta. Fiquei em silêncio, pensando no que dizer, e então continuei, mudando de assunto.

- Bem... Se não se importa, vou dormir agora. Estou cansadíssima!
Mas de qualquer forma, se quer um conselho, resolva logo as coisas entre vocês... Só não magoe nenhum dos meus irmãos, ou eu arranco suas patas, "lobinha".

Imitei o sotaque de meu irmão, enquanto ria e me levantava, indo em direção ao meu quarto. Já estava no alto das escadas quando me respondeu.

Hayley: - Engraçadinha.
Boa noite, Rebekah. Espero que você sonhe com um certo louro mandão de mystic Falls!

Revirei os olhos.

- Ow... Cale a boca!

Ela riu.

- Boa noite, Hayley Marshall.

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