DIAS ATUAIS

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Depois da batalha no vale de Tartos passaram-se cem tempos de um período( tempo de um período equivale a um dia e meio); os homens, digo, homens e mulheres de Sidron vivem aproximadamente cento e cinquenta tempos de um período. O tempo do Rei Bastari nos dias atuais contam cento e vinte e cinco tempos de um período.

Era manhã de sol e o horizonte revelava o campo verde e com flores por causa do ciclo do sol de Damara, estação de plantio, dia ideal para cinco jovens do reino de Sidron aproveitarem a manhã.

Estes eram os jovens: primeiro é Quizem filho de Quizedon, ferreiro de Esdronte, é o mais velho dos cinco e o mais forte, é tão forte quanto tolo, fácil de ser enganado pelos outros, principalmente por Zerote, o veloz e hábil jovem que corria para alcançar as caças. Zerote é filho de Sézamos, o segundo general de Bastari. Asto-Sade: ninguém escala como ele, não há ninho que não alcance, faz parecer fácil um movimento tão difícil - escalar rochas mesmo as mais altas, ele é filho de Corona, construtor de casas nas rochas. Romede: este é da tribo dos nafals, tribo das árvores, povo calado de poucos amigos, porém, o jovem é o oposto do seu povo, ele é o melhor amigo de Zerote. É filho de Tinos, sábio nafal, o mais inteligente de sua tribo. Não são povo de guerra, a não ser Romede que não ver o tempo de lutar e tudo que sabe foi Zerote que o ensinou. Falari, o etineu, povo dos cavalos selvagens, jovem hábil com arco e flecha e lanças, é certeiro caçando. Ele é filho de Zérdamo, grande líder da tribo de Etineia.

Todos são garotos e suas habilidades são usadas apenas para suas brincadeiras de adolescentes, onde aproveitam a manhã no campo próximo ao rio Verde.

De longe um jovem observava sem que eles vissem, pois se tratava do príncipe Careamam, filho do rei Bastari. Ele estava num elevado no campo e em sua companhia se encontrava um guarda real e por isso não podia correr para junto deles. O príncipe era treinado em todas as habilidades de guerra, mesmo achando que nunca usaria, mas o que ele realmente queria era se divertir como um daqueles garotos da sua idade, vendo as loucuras e empurrões uns dos outros no rio e também pescando e caçando até à tarde.

Depois de ficar algum tempo ali, Careamam voltou para o castelo. Ele gostava das coisas de sua idade como estar ali vendo os jovens curtindo aquele momento, e aguardando, quem sabe um dia, seu tempo de se divertir, mas este não era seu maior foco, o que realmente ele queria era descobrir coisas do passado de seu pai, o rei Bastari, por isso à noite antes de dormir lia os livros antigos do reino, sobretudo o que detalhava a batalha contra os guerreiros da Montanha Negra. O príncipe sempre questionava seu pai sobre como ele venceu a batalha (não sabia se o poder que o rei usara era verdade), porque o rei sempre desconversava falando que não passava de uma lenda.
Mas isso não o convencia. Até que um dia foi procurar Harbodeu, filho do falecido mago Sardani, que escreveu esta parte do livro do reino. O mago Harbodeu morava numa cabana na floresta fechada próximo ao vale de Tartos. Ele era um grande mago da época com magias que assustava os moradores curiosos que iam até a floresta.

Antes mesmo que o príncipe chegasse, o mago já saiu ao seu encontro no início da entrada da floresta. Harbodeu usou a forma de um grande urso branco, pois tinha este poder de se transformar em criaturas. Quando o príncipe viu a fera teve que usar pela primeira vez toda sua habilidade e treinamento e pulando sobre o urso, o dominou como se domina um cavalo ou algo mais manso. Porém, o mago se revelou rapidamente em sua forma humana, pois sabia que se tratava de Careamam, fazendo reverência para o príncipe e logo o  perguntou do o porquê da visita, sendo advertido pelo mago de que ele não deveria estar ali, pois era um lugar de perigo, sendo ele o herdeiro de Bastari.

Por sua vez o príncipe falou de sua curiosidade e que queria saber um pouco mais sobre a batalha contra os cartarianos que leu nos livros do reino, mas o mago falou que não era hora para falar dessas coisas, pois o príncipe era muito jovem para saber sobre magias e lendas. Mesmo com essa negativa, o mago passou a manhã com o príncipe Careamam que tinha muitas perguntas para serem respondidas e o mago se surpreendeu com o tamanho do conhecimento do príncipe.

Ele queria saber sobre todo o reino, das criaturas da floresta fechada, dos grifos, dos leões alados e principalmente sobre os Guardiões, seres da sombra que voam na floresta à noite e que sugam almas de quem olha em seus olhos, mas o mago o repreendeu falando que não passavam de lendas tais coisas, que eram apenas contos, nada mais que isso. O mago deve ter esquecido que o príncipe já tinha presenciado Harbodeu se transformando de urso à humano, e que, portanto, nem tudo era lenda.

Ali ficaram até o começo da tarde. Depois, o mago se despediu e Careamam que voltou para o castelo montando seu cavalo de nome Valente. Este animal era magnífico, de cor castanho, quase um tom de vermelho, fora dado por Zérdamo, líder dos Etneus, que eram conhecidos como povo dos cavalos selvagens. Valente era um garanhão, tinha uma força descomunal, o príncipe ainda não fazia ideia do que esse animal era capaz. Mas em breve esse cavalo seria colocado à prova.

Vindo no caminho do vale de Tartos passando de frente ao grande rio Verde, Careamam avistou os jovens brincando novamente, era de costume eles estarem ali. Ele aproveitou que estava só, foi reduzindo a marcha de seu cavalo até parar perto deles. Logo que os jovens o viram se aproximaram com toda arrogância e intrepidez peculiar da idade deles. O primeiro foi o desafiador Zerote, que vendo aquele rapaz de boa aparência, não resistiu e o desafiou a entrar no rio para pegar um Peixe-Mole, espécie comum naquela região, um peixe difícil de ser pego por ser muito mole como uma geleia. Careamam desconversou e não aceitou, falou que precisava ir embora, pois estava muito atrasado, logo, todos os jovens caçoaram dele chamando-o de covarde, sem saber de quem realmente se tratava. Todos riram, menos Quizem, apesar do tamanho e aparência, ele era o mais educado. Enquanto o príncipe se distanciava, os jovens riam e continuavam zombando dele.

Ao chegar ao castelo, percebeu que as coisas não estavam muito boas para ele, pois como havia saído antes do amanhecer e já se passava da hora da ceia, o rei o esperava impaciente e bastante irado, já que Careamam era o único herdeiro na linhagem sucessiva e nada de mal poderia acontecer com o príncipe. Após muito esbravejar com seu filho, o rei o proibiu de sair sem sua permissão.

Passaram-se algumas semanas até o reencontro do príncipe com o mago Harbodeu, mas desta vez com a permissão do Rei Bastari, pois Careamam tinha atingido a maioridade e agora poderia aprender as artes das transformações e encantamentos, e Harbodeu o ensinaria tudo o que sabia.

Tempo e tempos de um período se foram e Careamam continuava na companhia do grande mago e muita coisa foi ensinada ao jovem. Era preciso manter segredo para que ninguém soubesse da capacidade e do poder que Careamam estava adquirindo, que com o tempo se tornava cada vez melhor.


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A MONTANHA NEGRAOnde histórias criam vida. Descubra agora