Perdition - VHope

💎 Thirty-Eight 💎

Boa Leitura! ❤

“De todas as canções, sua voz me jurando amor eterno foi a mais bela melodia que já ouvi.” – Renan T.

💎 HOSEOK 💎

     Foram dias de uma dor infernal sem ao menos conseguir abrir os olhos, o que me fez acreditar que estava sendo torturado por todos aqueles que matei e enviei para o inferno. Quando finalmente abri os olhos, demorei para entender o local em que me desovaram. Uma sala sem cores, o barulho irritante do monitor cardíaco, sem mencionar o peso de todos aqueles fios ligados a mim, alguns que nem sequer fui capaz de descobrir a função.

     A última memória que me veio à mente foi do momento da captura, onde cedi a todas as forças empregadas sobre mim, sendo impossibilitado de reagir. Depois disso minha mente se tornou um vazio sem cor, me trazendo a angústia por acreditar que as coisas não tiveram o fim esperado. Internamente me recusava a acreditar no final triste, enquanto amaldiçoava a mim mesmo por acreditar que deveria ter morrido no lugar de meu grande amor.

     – Tae... Taehyung? – tentei mover os lábios, mas nenhum som saía pela minha boca.

     Meu corpo inteiro parecia anestesiado pela dor, onde o mínimo respirar meu causou um incômodo a ponto de arrancar lágrimas. No entanto, me permiti passar por aquela tortura como punição por meus atos, pois TaeHyung morreu sendo inocente, envolvido em meio a situações que eu provoquei. Se tivesse ao menos sido honesto com ele, sobre a vida que levava e quantas pessoas já morreram em minhas mãos, talvez o mais novo não tivesse se envolvido e não teria ido atrás de mim naquele maldito galpão.

     Jamais desejei tanto ver alguém como esperei para vê-lo, mas em meu campo de visão entrou uma enfermeira com seu toque frio e rude, aplicando mais medicação para me manter sem reação diante das dores. Não me lembro quando ocorreu ou quanto tempo se passou desde então, porém me recordo de ouvir o médico instruindo os enfermeiros a suspenderem gradativamente o sedativo. Por isso estou recobrando a consciência aos pouquinhos, ainda que nenhum deles tenha se encarregado de me explicar o que está acontecendo ao meu redor.

     – Tae... Meu amor. – fiz um pouco mais de esforço, mas a voz mínima foi silenciada pelo barulho insuportável do monitor cardíaco que disparou pouco antes da sala ser invadida. – TaeHyung.

     – Chamem o doutor Hae, ele vai gostar de saber que o paciente finalmente acordou. – ouvi a voz da enfermeira, a mesma que se aproximou para analisar meus sinais vitais. – Bem-vindo de volta, senhor Jung.

     – TaeHyung. – o chamei novamente, em meio às lágrimas e a dificuldade de manter os olhos abertos. – Por favor, eu...

     – Senhor Jung, consegue me ouvir? Pode me entender? Por favor, se acalme e acene com a cabeça se estiver me entendendo. – afirmei com um simples gesto, tentando reagir contra a dor insuportável que estava em meus músculos. – O senhor está em um hospital, foi vítima de agressão e arma de fogo. Peço que fique calmo, o médico já vai chegar e explicar melhor o que houve.

     – Tae... O meu TaeHyung está bem? – mesmo sentindo dores horríveis, consegui pronunciar a frase quase como um sussurro. – Por favor, eu preciso ver ele.

     – Sinto muito, mas isso não será possível, senhor Jung. – disse ela, fazendo meu coração disparar pela única teoria que veio à mente após suas palavras. – Por favor, tente manter a calma.