Lembranças

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Recomendo que vocês escutem a música Saturn - Sleeping At Last, para esse capítulo, me desculpem caso chorarem. Repitam a música quantas vezes for necessário. Leiam a tradução também.
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07 de Julho 2013
02:14 AM
Pov Narrador(a)
Começar essa história falando que era uma madrugada chuvosa e fria seria brega e clichê demais, até mesmo para uma pessoa que ama isso, mas vamos para fatos, aquela era uma madrugada realmente chuvosa e fria, aterrorizante para Vero que mesmo com 13 anos, estava morrendo de medo, ela sempre teve certo medo de tempestades, mas sempre teve sua mãe para acalma la, porém nas últimas noites dos últimos meses, não. Vero estava acordada na cama de um hospital, ela não estava doente ou qualquer coisa do tipo, mas não espere que isso seja bom, pois ela estava com dor, e não havia remédio para sua dor, fazia um tempo que sua mãe estava doente, mais precisamente em coma, fazia um tempo que Vero passava as noites no hospital ao lado de sua mãe, tanto que o quarto em que as duas estavam havia duas camas, uma para Vero e outra para sua mãe. Vero se encontrava encolhida na cama, não desviava os olhos da janela, a chuva, o vento, o barulho dos aparelhos ligados a sua mãe, a pouca luz no quarto, o cheiro de hospital e o som de poucas pessoas andando do lado de fora do quarto juntamente a alguns sons de choros, era uma ótima junção, feita para atormentar a pequena garota; não tão pequena, mas encolhida daquela forma, poderíamos chama lá de pequena e indefesa, e ela era assim, há muitos que não acreditariam, mas Verônica era uma boa garota, meiga, calma, carinhosa e indefesa, alguém frágil, foi criada aos mimos de seus pais, e vivia pelo amor de sua mãe, mas tudo mudou, não naquela noite, mas depois daquela noite.
- Mãe... - a garota tentou de novo, era incrível como mesmo depois de semanas, meses, ela ainda tentava fazer com que a mulher na cama respondesse ou ao menos reagisse. - Mãe, eu estou com medo. Mãe por favor, só dessa vez, eu estou com muito medo. - a garganta da garota já se encontrava doendo, trancando um soluço dolorido. Ela desceu da sua cama e caminhou até a cama de sua mãe, a observou por uns segundos, mesmo pálida e sem maquiagem, Érica era extremamente bela. - Eu espero ser bonita como você quando eu crescer. - Vero disse tentando manter a calma. - Eu daria tudo para a senhora me contar pelo menos mais uma vez como o universo foi feito, mamãe. - Segurar o choro já não era mais questão. - Me explica o infinito de novo, por favor? - ela fechou os olhos e soltou uma parte do choro.
Vero abriu os olhos quando escutou um barulho estranho, vinha da máquina a qual era ligada a sua mãe, era um barulho diferente de todos os que ela já tinha escutado em todo seu tempo ao lado da mãe, mas ela já havia escutado esse som de filmes, e isso não significava coisa boa.
O barulho se intensificou, oque fez Vero estrar em pânico, ela não conseguia se mover, pensar ou até mesmo respirar. Duas mulheres entraram correndo no quarto e começaram a mexer com o aparelho e a tentar tirar Verônica de cima da cama da mãe, botaram a garota para fora do quarto e só depois de estar longe da mãe que ela conseguiu se mover e perceber a gravidade do momento, oque a fez se desesperar e implorar para as enfermeiras e médicas que estavam dentro do quarto a deixarem entrar, o coração da garota nunca bateu tão dolorosamente rápido e forte como naquele dia, as lágrimas rolavam pelo rosto infantil da menina com maestria e rapidez, depois de um tempo as palavras já não saiam e ela não tinha mais tanta força como antes, Vero viu seu pai no corredor, ele andava com pressa, passou por ela e entrou no quarto, Vero viu oque ele fez, Dr. Inglesias injetou algo em um dos caninhos que estavam ligados a mãe de Vero, e de repente todos os sons pararam, e apenas um som foi ouvido no quarto, um bipe longo e sombrio. Vero sabia oque significava, e com aquilo também sabia que uma parte sua havia ido embora e nunca mais voltaria.
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10 de Setembro de 2018
03:32 AM
Pov Vero Inglesias
O ar havia se tornado dolorosamente difícil de se respirar, a dor em meu peito era difícil de se imaginar por qual era dos motivos, se era pela dificuldade em obter ar ou pelo meu coração que batia violentamente rápido, sentia o suor frio descer pelo meu rosto e minha garganta apertar ao me dar conta da minha situação, eu havia tido um pesadelo. Na verdade melhor seria se aquilo tivesse sido apenas um pesadelo, eu havia tido uma lembrança, uma lembrança que eu queria muito esquecer, pois era a coisa que me assombrava e conseguia me quebrar de forma que me "consertar" depois era praticamente impossível.
Levantei tonta da cama, percebi que a mesma se encontrava molhada de suor, já havia conseguido estabilizar um pouco minha respiração, eu precisava de um banho.
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Depois da noite eu diria turbulenta, não consegui dormir novamente, eu estava com um profundo medo de voltar a sonhar com aquela noite chuvosa. Acabei por ficar acordada na sala, sem falar, assistir, ler ou ouvir qualquer coisa, apenas quieta olhando para o nada, depois de minutos naquele modo infernal olhei o relógio e ainda marcava 04:02 AM, eu teria escola daqui umas duas horas, decidi correr para tentar não pensar muito. Botei um calção, um moletom, tênis adidas, amarrei o cabelo e peguei meus fones e celular, sai de meu Ap e logo que estava na rua percebi a escuridão, o nascer do sol seria daqui uma hora no mínimo, eu teria como prestigia-lo hoje. Comecei a correr e acabei por me esquecer do tempo, parei apenas quando já estava na praia, foi aí que eu tive uma ideia, peguei meu celular e liguei para Maya, ela iria me matar provavelmente, mas acho que quando souber o motivo irá me agradecer.
Esperei por alguns minutos, caiu na caixa postal, revirei os olhos e liguei novamente, depois de um século ela me atendeu.
*Se você não estiver indo para o hospital em uma ambulância praticamente morta, eu vou te matar!* - Maya falou sempre carinhosa e compreensiva.
* Não, eu não estou quase morta, porém preciso muito de você agora, você vai gostar, levanta, não precisa nem tirar o pijama, só me espera aí na frente da tua casa, chego aí em dez minutos* - a escutei bufar e um barulho, eu sabia que tinha ganhado essa luta por isso desliguei e corri de volta para meu Ap, peguei as chaves do meu carro, uma coberta e dirigi até a casa de Maya, vi uma Maya com a cara amassada, pantufa, pijama, uma casaco e cabelo bagunçado bocejando, parei o carro e ela entrou no mesmo.
- Qual a urgência? - Ela perguntou encostando a cabeça no banco.
- Vamos para a praia. - Falei calma enquanto dirigia a caminho da praia que por sorte era perto da casa de Maya, não queria perder o espetáculo.
- Verônica é cinco horas da manhã, nem sequer amanheceu, ta tudo escuro e tu quer ir na praia?! - Ela gritou indignada comigo, dei risada e continuei o percurso, logo chegamos. Desci do carro, mas a bonita continuou emburrada lá dentro de braços cruzados, abri a porta para ela e a puxei, mesmo sabendo que corria risco de vida.
- Eu quero te matar. - Ela grunhiu.
- Eu sei, mas se você me matar, vai ficar sem uma melhor amiga incrível e insubstituível. - Peguei a coberta, tranquei o carro e a puxei até a areia, sentei e logo ela fez o mesmo, estávamos de frente para o mar, e o céu estava clareando, nos cobri com a coberta.
- Oque houve? - Ela me olhou.
- Tive um pesadelo. - Contei.
- Aquele pesadelo? - Ela franziu a testa.
- Aquele pesadelo. - Suspirei.
- Tá bem? -
- Ainda me causa um grande impacto, mas eu vou ficar bem. - Sorri. - Tá achando que eu te trouxe aqui as cinco da manhã só pra te contar meus problemas?
- E não? - Ela riu.
- Hoje é dia 10 - Falei animada e ela sorriu - e você é muito chata com esse negócio de presentes, porque se faz a adulta madura e nunca quer nada de presente, e mesmo eu não ligando pra isso e tendo comprado seu presente - ela revirou os olhos - quero te dar outra coisa, mais especial e que vai marcar como uma lembrança, uma boa lembrança.
- Oque é? - Ela perguntou animada.
Sorri e apontei para frente.

Foi um ep pequeno Bi, com um começo triste, mas com um final legal né? Fiz especialmente pra você esse capítulo, ainda falta um dia e meio pro teu niver, mas esse ep é parte do meu presente pra ti, eu te amo muito, tu sabe disso né, desculpa se te...

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Foi um ep pequeno Bi, com um começo triste, mas com um final legal né? Fiz especialmente pra você esse capítulo, ainda falta um dia e meio pro teu niver, mas esse ep é parte do meu presente pra ti, eu te amo muito, tu sabe disso né, desculpa se te mantive acordada, te amo te amo te amo SZ

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