Será?

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Hoje é feriado e não tenho nada para fazer além de ouvir músicas e organizar as compras no armário, não sou fã de tv ( sou agitada de mais para isso). Tia Ângela está no telefone tratando de negócios e pelo jeito acho que será aqueles fins de semana sozinha com minha coleção de CDs e brigadeiro.
Passei o dia esperando uma ligação, sms ou whatsapp do David pelo menos para saber que ontem não foi sonho e que ele se importa ( mais nada aconteceu). Bom, não vou ficar me humilhando pra falar com ele então será assim " eu não ligo e ele não se importar" .

- Sophi querida.. - tia Ângela me chama da escada..

- Sim.

- Você vai me odiar mais precisarei ir até Toronto, um idiota perdeu uns papéis muito importante para apresentação de posses e terei que conduzir a babaquice toda.  - ela fala preocupada por me deixar de novo sozinha, mais eu já estava acostumada.

- Quanto tempo? - pergunto cruzando os braços.

- Dois dias. - ela fecha os olhos. - Mais irei te recompensar, promessa de mindinho..

- Tia não juramos assim já faz 12 anos. - dei risada

- Ah então deveremos voltar a jurar. - ela desce e me abraça. - você ficará bem? Eu posso cancelar se ..

- Não se preocupe, ficarei muito bem. - dei outro abraço nela e ela subiu para arrumar a mala.

Não sei bem o que tia Ângela faz mais acho que ela não gosta muito, antes de eu vir morar com ela acho que ela era bem mais livre e feliz com suas escolhas de vida ( como poderia ficar brava com ela? ).

Acompanhei ela até o táxi e nos despedimos, mesmo que eu esteja acostumada com essas viagens relâmpago, fico triste em ter que ficar sozinha sem ter ninguém para conversar ( é nessa hora que me perco lembrando dos meus pais). Talvez eles estariam agora preparando um belo almoço para o feriado e teríamos sábado e domingo de pizza.

Me resta preparar meu famoso macarrão instantâneo e terminar com as arrumações da casa, sou um pouco perfeccionista quando se trata de arrumar meu quarto ( odeio cama bagunçada, acho que isso se chama toque).  Terminando a arrumação do quarto resolvo tomar um banho demorado e coloco meus fones de ouvido, sinto um arrepio na espinha como se estivesse sendo vigiada, olho para todos os cantos do banheiro e nada 
" não tem ninguém " . Coloco a toalha e vou olhar a janela que está aberta, talvez seja o vento batendo nos galhos das árvores....

Terminei o banho rápido por causa da sensação e desci para ficar na sala ( eu realmente não gosto de ficar sozinha ) pego meu notebook e sento no sofá afim de me entreter aí a campainha toca.

  Abro a porta...

- Olá sophi. - David

- Olá, posso ajudá-lo?

- Desculpe não ter ligado, estava resolvendo..

- Coisas mais importantes. - completo.

Ando para sala deixando a porta aberta mais ele não entra.

- Vai entrar? - pergunto-lhe.

- Você não me convidou. - ele baixa o rosto.

- Entre David. - cruzo os braços erguendo uma sobrancelha.

  David entra parecendo detetive, avaliando tudo com ar de desconfiado. Vou para sala e ele me acompanha.

- Você precisa de alguma coisa?. - pergunto-lhe de novo.

- Posso usar seu banheiro? - ele anda em direção as escadas.

- Claro... você pode usar o do corredor..

- Me mostra seu quarto?. - ele vai subindo as escadas.

- Mais você não queria ir .... - ele subiu.

Fui atrás dele, ele está parado de frente ao meu quarto ( a porta está entreaberta).

- David?

- Sim? - ele responde sem prestar atenção.

- Qual é o problema?. - agora quem Está desconfiada sou eu.

- Hã...onde fica o banheiro?. - ele leva um tempo para responder.

David está como se estivesse procurando algo, aponto pra ele a direção do banheiro, ele entra e fecha a porta (claro). Estou preocupada, nunca tive alguém assim em casa e ainda mais eu estando sozinha. Mais lembrando da sensação de mais cedo no banho até posso agradecê-lo por estar aqui ( se ele não estivesse se comportando como doido).
  Vou até meu quarto e vejo se estar tudo arrumado ( não quero que ele pense que sou desarrumada ).

- Obrigada sophi por me deixar usar seu banheiro. - ele está vindo em minha direção agora.

- Agora vai me dizer o que te deu?

- Porque você sempre acha que tem alguma coisa? Uma pessoa não pode usar um banheiro? - ele se encosta na parede do corredor de frente para mim.

- Porque você veio?

- Para te ver, pensei que você quisesse me ver também.

- Eu quero....queria...hum.. quer entrar?. - não acredito que o convidei para entrar no meu quarto.

Então eu entro e ele vem logo atrás, sento na minha cama e ele vai para a janela..

- Belo quarto.

- obrigada. - não consigo tirar os olhos dele.

..... Silêncio..

- Você ainda está brava comigo?. - ele se aproxima

- Não tenho motivos para estar. - falo com o tom mais verdadeiro possível.

- Você está sim, lamento por isso - ele se senta ao meu lado.

Quando eu levantei ele pegou em minha mão, senti sua mão gelada como se ele não tivesse sangue correndo por suas veias. Seu semblante está de preocupado e tenso, como se estivesse temendo algo.

- Acho melhor você ir David. - senti um peso ao pronunciar essas palavras.

- Não posso ir agora... quando sua tia voltará?.  - ele está olhando bem fundo dos meus olhos agora.

- David.. não me lembro de ter falado da minha tia.. como você sabe?  - fiquei perplexa. Soltei da mão dele e me afastei.

- Vi quando ela saiu.

- Você está mentindo...porque você.. saia! - não suporto mentiras, não sei porque ele está mentindo e agora não me interessa saber.

- Sophi..

- Por favor.. - cruzo os braços.

  David se levanta e sai pela porta sem dizer mais nada, eu fico ali parada sem saber o que fazer " vou atrás dele ou o deixo ir ?"..
  Quando resolvo descer as escadas ele já havia ido, meu coração pesa como se estivesse sendo partido ao meio. Lembro do nosso beijo, não sei porque estou sentindo essas emoções por ele, afinal só ficamos uma vez e não sei nada sobre ele e seus mistérios..



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Pessoal vão perdoando os erros, espero que estejam gostando!
            :)

         

   






 

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