18. Peter Tá Namorando!

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Wade acordou durante a madrugada, ouvindo um grito em algum lugar da casa, ele levou alguns segundos pra lembrar que Peter e Harry estavam ali, olhou para o lado e Peter dormia pesadamente, algo que Wade sabia acontecer quando estavam juntos, saber que o garoto se sentia seguro com ele, o enchia de amor, ele pensou em acorda-lo, mas ele parecia tão em paz, que Wade achou que não teria problema ver o que tinha acontecido com Harry, e se não desse certo aí então ele poderia chamar Peter. 

Ele levantou e caminhou rápido até o quarto que o garoto estava, quando ele abriu a porta (devagar para não assusta-lo), Harry estava sentado na cama, suor corria pelo seu rosto e ele sugava o ar com força, falando baixinho palavras de força.
Aquela cena partiu o coração de Wade em tantos pedaços, que ele não se segurou, caminhando a passos largos, e abaixando na frente do garoto, ficando na mesma altura que ele sentado sobre a cama, ele segurou as mãos do garoto, acariciando.
Não saia da cabeça de Wade, quantas vezes sozinho ele tinha se acalmado, sem o aconchego de um pai ou mãe.
Ninguém merecia chorar sozinho, Peter passava as noites fora, então aquela cena deveria ser comum.
Algo despertou no coração de Wade com aquela cena, a forma como ele mesmo era tratado por seu pai na infância, assustado demais com a própria aparência e em como lidar com ela. E a diferencia que teria feito ter tido alguém na sua vida, para guia-lo e principalmente defendê-lo do mundo, era algo que Wade sempre amargurava. Harry tinha Peter, e Wade sabia, que Peter podia ir ao inferno para mantê-lo em segurança. Mas no fim Peter também precisava de alguém, que o apoiasse e que o ajudasse, e Wade queria ser esse alguém, queria estar ali pra ajudá-los, e isso deveria ser o gosto que Wade sempre sentiu falta, mas nunca soube o nome, agora ele sabia, era o gosto de família.

- Harry, você tá bem?

O garoto levantou o olhar para ele com calma, ele ainda respirava com dificuldade. Ele olhou o relógio na cabeceira da cama, eram 5:00 horas, ele dormira bem mais do que as últimas vezes. E as palavras que saíram da sua boca pegaram Wade de surpresa.

- Não conta pro Peter, ele vai ficar preocupado.

Então era aquilo mesmo, aquelas palavras reforçando todo aquele sentimento, família era isso, uns protegendo os outros com tudo o que pudessem.
Wade sorriu carinhoso.

- Tudo bem, será nosso segredo, mas escuta só Harry, eu tenho um pote de sorvete de chocolate lá na cozinha, o que acha de ir pra lá e me ajudar a acabar com ele?

Os olhos do garoto arregalaram e em segundos ele já estava de pé correndo pra cozinha.
Wade levantou rindo, e seguiu o garoto, eles se sentaram na ilha que Wade tinha no centro da cozinha, um do lado do outro tomando sorvete.

- Chocolate é o meu predileto.

- O meu também.

Harry pegou uma colher olhando pra baixo envergonhado, Wade sabia que ele queria falar alguma coisa, então esperou alguns minutos confortáveis até ele perguntar ainda de cabeça baixa.

- Você é namorado do meu irmão?

Wade engasgou com o sorvete, ele realmente não esperava aquela pergunta.
Ele não olhou pro garoto, se ele não respondesse ou desviasse da pergunta, Harry provavelmente não se sentiria mais à vontade de perguntar as coisas, e fazê-lo se sentir confiante e seguro naquele ambiente era algo importante, mas a verdade é que ele não sabia como responder aquela pergunta e desejou que Peter estivesse ali para ajudá-lo.

- Harry, é complicado, mas me diz, por que você perguntou isso? Te incomodaria se eu fosse?

Harry encarou ele, os olhos muito grandes.

- Não, claro que não, é só que você é tipo um herói, o senhor Rasputin disse que você é muito legal, e eu fiquei pensando, que você podia namorar o Peter, ele também é legal, quer dizer às vezes ele é chato. Mas em geral é legal.

Quando Faltam as PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora