Harry despertou cinco minutos antes do despertador. Ele não poderia estar mais ansioso para essa viagem, apesar de também estar nervoso. Tinha tantas coisas na cabeça para organizar que se esqueceu brevemente que Louis poderia se juntar a ele e, quando recordou, ficou mais nervoso ainda.
Anne se levantou quando Harry já estava tomando banho e foi fazer um café da manhã realmente reforçado. Waffles, ovos mexidos, bacon, iogurte, cereais, leite, pão, presunto, queijo, creme e frutas. Ah, e suco também, ela se recordou depois.
O sol já estava nascendo quando Harry terminou o café. Tanta coisa para comer, e tanto a mãe insistia, que acabou saindo um pouco do horário. Ele terminou de se arrumar, revisou novamente toda a papelada em sua mochila e teve ajuda da mãe para levar a mala para o porta-malas do carro.
Com o olhar meio decepcionado, Harry olhou de um lado para o outro na rua. Nenhum sinal de Louis. Talvez ele só estivesse brincando com ele mesmo, afinal de contas, mas enrolou a mãe por mais alguns minutos mesmo assim. No entanto, quando já eram seis e vinte, Anne não quis mais saber. Ela colocou o filho dentro do carro, depois de tanto abraça-lo, e o desejou boa sorte.
Com um suspiro, Harry ligou o carro dando um último adeus à mãe. Começou a fazer a manobra para sair e se assustou quando algo abruptamente bateu em seu carro. Era Louis. Ele estava falando sério, afinal.
"Você ia mesmo embora sem mim?" perguntou indignado quando Harry abaixou o vidro do carro.
"Já viu que horas são? Você está atrasado!"
"Tive um... imprevisto".
"Às seis da manhã? Uau!" Harry riu em desdém.
"Pode abrir a porta, por favor?" Louis disse impaciente. Bufando, Harry destrancou as portas e Louis abriu a porta de trás primeiro, para jogar suas coisas lá atrás, e então se sentou no banco de carona.
"Sorte que você mora no outro prédio", disse Harry assim que voltou a manobrar.
Harry e Louis sempre moraram nesse complexo de pequenos prédios chamado Harrison Gardens. Eles se conheceram próximo à entrada, em um gazebo que há ali. Louis sempre ficava lá, brincando com suas miniaturas e suas cartas, e sempre que Anne passava com o filho, Louis gritava: "oi, Harry!"
Harry olhava e até acenava para Louis, mas não dizia nada, pois afinal não o conhecia. Não tinha nem ideia de como ele sabia seu nome. Certa vez, lá estavam Anne e Harry passando por ali de novo e, quando Louis gritou "oi, Harry", Anne apertou a mão do filho, forçando-o a responder.
"Oi", disse apenas, afinal não sabia o nome de Louis. Nesse dia, quando retornaram de seus afazeres, viram que Louis ainda estava brincando no gazebo. Ele sorriu quando Harry passou e Anne perguntou ao filho: "você quer ficar aqui e brincar com seu amiguinho?"
"Ele não é meu amiguinho", Harry queria responder, mas apenas assentiu e, timidamente, juntou-se a Louis, que logo o incluiu na brincadeira. Aquele gazebo virou o local predileto deles para brincadeiras de tabuleiro, cartas e afins.
Em silêncio, pegaram a avenida principal e a seguiram até realizar uma curva no parque que dava para a mesma rodovia que eles caminharam anos atrás em busca de aventura. Em poucos minutos, estavam atravessando a ponte azul onde, um dia, fizeram pedidos que não chegaram a se cumprir.
Louis ficou corado, então olhou para o lado tentando suprir as lembranças. Harry fechou a cara, pois ele sempre se sentia um pouco emocionado quando via aquela ponte, especialmente agora que Louis estava com ele. No cercado, haviam colocado placas para não se pescar. Várias coisas haviam mudado, mas se Harry parasse o carro e fosse até a lateral da ponte, ele ainda poderia ver o que estava marcado lá.
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Crossing (Larry AU)
FanfictionLouis e Harry costumavam ser amigos na infância, mas acabaram se afastando ao amadurecer. Agora, eles devem fazer uma viagem juntos, o que acaba racendendo antigos sentimentos e trazendo à tona vários segredos. Fanfic original + 18 | Contém nudez, s...