Plano Perfeito | Capítulo 1

116 7 0
                                    



Helena On:

— O QUÊ? — grita Edgar com o seu vapor. — COMO VOCÊS DEIXARAM ISSO ACONTECER?

— Chefe, foi em fração de segundos, o morro foi invadido pela quadrilha rival... Eles levaram tudo, as drogas, as nossas melhores armas, mataram uma boa parte das pessoas aqui do morro... Isso foi algo impressionante. — diz o vapor.

— Eles mexeram com as pessoas erradas... — diz Edgar.

A quadrilha rival era impressionante, o dono principalmente, era imaturo, ele tem só 19 anos para ser dono de morro, mas fazia planos perfeitos para invadir outros morros, segundo relatos de infiltrados nas outras facções, todos foram atacados por eles, nunca foi por faltar algo, por vingança ou outra coisa, mas sim por diversão. Porém Edgar não era homem com quem se mexesse, se eu o conheço bem, ele fará de tudo para se vingar.

Seria a hora perfeita para eu bolar um plano e deixá-lo orgulhoso novamente, eu sou como sua assistente pessoal, a filha que ele sente orgulho, eu sempre ajudo ele e seu filho - sub-dono do morro - em suas vinganças ou coisas do tipo, sou boa nisso.

Edgar sempre foi como um pai para mim, seu filho, meu irmão. Após a morte dos meus pais, ele me ensinou a atirar, me defender, ser fria, ser quem sou hoje. No morro eu sou muito respeitada, mas também ninguém vai tentar mexer com alguém que tem a mesma moral que eu com o dono e sub-dono do morro. Sim, eu tenho muito orgulho disso.

— Edgar, se o senhor me permite, tenho um plano para nos vingarmos deles. — digo.

— Prossiga.

— Infiltração, encenação e sequestro. Pense bem, Evando e a mulher dele estão infiltrados lá. Proponho ir como sobrinha deles, irei morar lá, pois "minha mãe me expulsou de casa". Sobre os moradores, vapores e outros que moram lá... Tentarei encantá-los, cada vez mais me aproximando dos donos, não será difícil, após isso, sequestramos o dono do morro, matamos e você terá mais um território.

— Você não é uma boa atriz. — diz o Bruno, filho de Edgar.

— Eu não diria o mesmo, quem foi a sua falsa namorada para não te deixar sozinho no seu primeiro baile funk?

— Você...

— Quem te salvou da primeira vez que você puxou briga com o garoto mais barra pesada da escola, todos viram que foi VOCÊ que começou e ainda fiz você sair como inocente da história?

— Você.

— Quem te separou da sua primeira namorada só porque não ia com a cara dela?

— Voc... ESPERA, FOI VOCÊ? SUA...

— Bruno, olha como fala com ela. Está bem, me convenceu, sei que fará um bom trabalho, vou avisar ao Evando do plano, melhor preparar suas malas desde já, não sei quando você poderá ir, ou se poderá. Vou pedir à ele para falar com o verme daquele dono sobre você se mudar para lá e para fazer sua matrícula para que quando acabe as férias, já esteja estudando. — Diz Edgar.

Eu abro um enorme sorriso no rosto, nem acredito que será minha primeira missão fora do morro. Corri para minha casa e fazer minhas malas, um tempo depois chegou Bruno, batendo na porta do quarto que estava aberta.

— Posso entrar? — diz ele. — Você quer mesmo sair do morro para fazer isso?

— Você está dizendo que sentirá minha falta? — Paro instantaneamente o que faço e vou na direção dele. — Ei, por mais que não iremos nos ver nesse tempo, eu sempre vou conversar contigo.

—  Não é questão de sentir falta, mas se o plano for por água a baixo, você morrerá. Tome cuidado

Ele me entregou uma sacola.

— Queria te entregar em mãos no seu aniversário, mas como você não estará aqui... Espero que goste.

Eu abri para ver o que era... Eram os sete livros da saga "Lovers", eu queria há muito tempo, mas não tinha em nenhuma livraria daqui.

— MENTIRA, VOCÊ É O MELHOR QUE EXISTE, OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA... — digo, pulando para abraçar ele.

— Não precisa agradecer, quero que leia e lembre de mim quando estiver lá.

— VOCÊ AINDA TEM DÚVIDAS? É CLARO QUE VOU.

[...]

Depois de duas semanas era o grande dia. Eu tinha me despedido de todos os meus amigos do morro, inclusive a Maria Eduarda - minha melhor amiga - que ia me levar de carro para o outro morro.

— Tente não vacilar. — diz Edgar, me entregando uma caixa com um papel de presente bem bonito.

— Por acaso alguma vez eu já vacil... O que é isso? — Pego a caixa e abro.

Era um Iphone 8.

— Seu presente de aniversário, não leve seu outro telefone, podem ler algo ou ver sobre aqui, caso peguem. Os números dos seus amigos, do Bruno e o meu estão gravados já no telefone. — diz ele enquanto sai. — Tem um canivete e uma arma no fundo da sua mala, caso precise.

— Vamos logo, não vou passar o dia inteiro aqui. — diz Maria. Ela já estava dentro do carro.

[...]

Chegando lá, Maria me ajudou a pegar as coisas, nos despedimos e ela foi.

— Espera aí, já falou com o chefe para liberar a entrada? — pergunta um dos vapores.


Encomenda TraiçoeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora