Habilidades | Capítulo 4

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Helena On:

O dia estava lindo, domingo. Eu tinha só mais um dia para começarem as aulas, aproveitei e peguei o primeiro livro que Bruno me deu de aniversário para ler na praça, ao chegar lá, me sento em um banco.

— E aí, Patricinha, o que faz de bom? — Diz o Rafael, ele senta do meu lado, as meninas do morro já me olham com raiva.

— Oi, Rafael. Estou lendo um livro, Lovers.

— Rafael?

— Sim, sinto que não tenho intimidade para te chamar logo de cara de ROF.

— Não vem com essa, patricinha.

— Vou sim, R a f a e l.

— Hum, e esse livro é sobre o que?

— Sobre amantes, tinha um homem, chega uma mulher e se senta ao seu lado, conversam e ela vai embora, isso se repete umas 6 vezes. Com o tempo ele descobriu que ela era casada só que em um relacionamento aberto, o marido dela tinha uma amante e... Ele virou amante dela, até que ele a pediu em casamento, dando um anel para ela, o marido dela descobriu e então separou os dois, alguns anos depois eles se encontram, ele com sua família e ela com seu marido, ela tira a mão da frente da outra, dando a visão da sua mão com o anel, aí ele vê que por mais de tantos anos, ela ainda amava ele, mesmo que fosse como um antigo amante.

— Se fosse eu, já matava quando ele virou amante dela, fiel minha não tem que ter amante tendo eu como marido.

— Mas você acharia certo ter uma amante e sua mulher não poder?

— Tanto faz, isso é chato, eu vou te mostrar o que é diversão de verdade.

Ele me puxou pelo braço, fomos até um meio que galpão, lá dentro tinha armas, proteções e outras coisas, tinha várias sacolas grandes em um canto, devem ser as nossas armas roubadas.

— Ah, isto? Babinha. — digo.

— Quero ver então.

Pego uma AK- 47.

— AK-47, rifle automático, pesa por volta de 4,3 quilos quando carregada, produzida na União Soviética, alcança em até 300 metros, sua saída se não me engano é de... 715 metros por segundo.

— Sabe bastante para uma burguesinha, e essa, sabe? — Ele pegou uma MP5.

— MP5, submetralhadora, pode atirar de 15 a 30 vezes, aqui no Brasil já foi considerada a arma mais eficiente contra terrorismo.

Ele me deu um revólver.

— Agora quero ver você na pratica, atire nos três alvos, quero ver sua mira.

Peguei o revólver da mão dele, eu senti uns riscos e analisei na onde segura, tinha rabiscado "Bruno e Helena", eu lembro nesse dia, eu tinha 7 anos e o Bruno 9, Edgar tinha dito que éramos as pessoas mais importante para ele, depois com um canivete marcou nossos nomes nessa arma, naquele tempo, ele não largava desta arma. 

— Por que roubou as armas deles? 

— O quê?!

Eu mostrei a parte dos nossos nomes.

—  O que importa agora? Você não disse que vocês terminaram? — Diz ele, se aproximando de mim, até que fica atrás de mim, colocando a mão no meu ombro e fica à milímetros do meu ouvido. — Ele te deixou, nada mais importa... Agora, me mostra do que você é capaz.

Ele quer me colocar contra Bruno, entendi, vou jogar o jogo dele, atirei no centro dos três alvos, muito mais que uma vez.

— Você é mesmo impressionante. — Diz Rafael.

Eu ia sair dali e voltar para a praça, se eu continuasse, iria matar ele, eu sentia o ódio das famílias que perderam seus parentes nas minhas veias daquele dia.

— Espera aí, você me disse que fazia aulas relacionadas à luta. Me mostre.

— Coloque um colete, vai ser melhor para você, pode machucar na região da sua caixa torácica. — digo grossa.

— Não preciso de colete para me defender de uma garota como você.

Ele me prende por trás.

— Te peguei.

Eu joguei meu tronco para frente, fazendo seus braços estarem com uma distância razoável para mim sair, logo levantei os braços, rapidamente peguei o pulso dele, coloquei por trás das costas, passei o pé pela canela dele, fazendo perder o equilíbrio, ele caiu no chão e eu ainda estava prendendo ele, depois ajoelhei ficando próxima de suas costas e cheguei no ouvido dele.

—  Satisfeito?

Eu saí de cima do Rafael.

— Isso é chato, não tenho alguém do meu nível, vou continuar lendo meu livro. — digo e saio.

Rafael On:

Como isto aconteceu? Como ela me colocou no chão e eu nem percebi direito o que ela fez? Bruno não seria capaz de ensinar isso para ela e ela não aprenderia isso em pouco tempo, parece que foram anos. Ela é estranha e misteriosa, eu gosto disso.

Helena On:

Eu voltei para a praça e continuei a ler meu livro, ainda brava, até que vejo uns meninos chutando uma criança e vou até eles.

— Ei, parem com isso! Vem garoto. — digo.

— Quem você acha que é? Estamos nos divertindo batendo nele e não será você que vai acabar com a diversão. — Diz um dos meninos.

Não dei atenção, peguei na mão do pequeno e saí com ele dali, um menino ia chutar minha perna, mas senti seu reflexo, puxei sua perna e coloquei meu cotovelo do outro braço na perna dele.

— Não quer ir para o hospital, não é? Tenha cuidado, existe a lei do retorno, e se não for eu, será outra pessoa e bem pior, então é melhor mudar suas atitudes. — digo fria.

O menino estava pasmo, assustado, os outros não sabiam o que responder, eu larguei o menino e saí, a vítima me abraçou e logo foi brincar com seus amigos, continuei a ler meu livro.

Um tempo depois que já estava calma, chegou um grupo de adolescentes de aproximadamente 13 a 14, eles trouxeram um rádio e começaram a dançar, logo fui do lado deles.

— E aí, vai dançar ou ficar olhando? — Pergunta uma menina.

— Vocês não sabem dançar. — digo.

— Dança aí então, quero ver como você dança.

Eu comecei a dançar.

— Isso não é dançar, vamos mostrar como dançar. — Diz a mesma.

Nós dançamos até ficarmos exaustos.

JP On:

Eu estava indo subir para casa e vi a mesma menina de ontem, ela estava dançando com os jovens da praça, eu não sei se é por conta que eu estava chapado ou por conta da luz, mas vejo que ela é muito mais bonita do que eu pensava, ela estava dançando que nem ontem.

Ela não é a melhor dançarina que existe, mas quando ela dança, ela consegue sensualizar sem ao menos empinar a bunda como as outras, mas só o fato dela estar sorrindo, é uma coisa de outro mundo. Que mina incrível, consegue ser melhor que muitas sem fazer nada.

Encomenda TraiçoeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora