Eu ainda estava lá, esperando o Rafael para ir à casa dele. Alguns minutos depois ele aparece segurando meu celular.
— Bela foto de bloqueio, vou adorar ver todo dia quando eu levar ele para os lugares que vou. — Diz Rafael.
— Eu vou pegar umas coisas em casa, me acompanha? — digo.
— É claro, quero ver como que é o quarto da burguesinha.
— Nada demais, agora vamos que eu quero dormir logo e amanhã ainda tenho aula.
— Está achando que é quem para mandar em mim?
— Sua amiguinha do coração que ajudou a bolar um plano melhor que o seu, não está claro?
— Mas você, hein...
[...]
Chegando na "minha casa" eu entro e finjo mentir explicando o que está o que acontecendo para Evando e Carla.
— Tios, eu vou para a casa do Rafael, combinamos de sair esta semana junto com mais alguns amigos. — digo.
— Está bem, divirta-se, querida. — Diz Carla.
— E juízo. — Diz Evando.
— Vocês vão me deixar ir mesmo?
— É claro, quando eu e seu tio éramos adolescentes, sempre aproveitávamos mais a vida do que ter responsabilidades, aproveite sua vida enquanto jovem. — Diz Carla, abraçando Evando e colocando sua cabeça no ombro dele.
— Obrigada.
Que encenação ótima! Rafael parecia acreditar, logo entramos no meu quarto e eu fui pegando uniformes, roupas, acessórios e dois livros da saga, ele ficava mexendo nas coisas do meu quarto.
— Dá pra parar de mexer nas coisas do meu quarto? — digo.
— Eu faço o que eu quiser, quem manda aqui sou eu. — Diz ele enquanto ia abrir a gaveta onde estava minha arma e meu canivete e parei antes que ele abrisse.
— EI, QUE FALTA DE RESPEITO, QUER VER MINHAS CALCINHAS? — digo.
— Talvez.
— Ainda bem que você me lembrou, agora vira, não quero que você veja.
— Então tá, senhorita. — Ele vira.
Eu peguei somente o canivete, eu não iria pegar a arma porque sei que não usaria, o barulho dela é alto. Aproveitei e peguei minhas calcinhas e sutiãs na gaveta de baixo e enrolei no canivete.
— você é tão arrumadinha. — Diz ele observando a mesa onde estavam alguns bloquinhos de post-it, um potinho com canetas, lápis e outras coisas.
— Sim, aproveita e pega para mim essa bolsa que está na cadeira, é a da escola.
Ele pegou, minha mala estava pronta, peguei as coisas da escola e coloquei na bolsa. Quando estava tudo pronto, saímos e fomos para a casa dele. Sua por fora era assim como as outras, mas por dentro era linda, nem parecia que era da favela.
— A onde eu vou dormir?
— Você pode preferir dormir no meu quarto comigo, no quarto do meu irmão ou na sala, mas talvez meu irmão chegue de noite com uma mina e vá para o sofá e você já sabe depois.
— Que opções...
— Não sabia que iria dormir aqui, quer que eu faça o quê?
— Acho melhor dormir contigo, mas não toque em mim.
— Você não faz meu tipo.
— Da última vez que disse isso, queria me trazer para cá e... — Coro olhando para o chão.
— Está com vergonha de dizer transar?
Afirmei com a cabeça.
— AI MEU DEUS HAHAHAHA.
— Não ri, eu sou uma menina pura... Vou me trocar, onde é seu quarto?
— Aquela porta ali. — Ele apontou para uma porta e eu fui lá me trocar.
Coloquei meu baby-doll, depois ele entrou no quarto e ficou me olhando.
— Que foi? Nunca viu antes?
— Não, só as que são bonitas.
— Aí! — pego um travesseiro e ataco nele. — Eu esqueci de pegar pijama de calça, aí achei ele no fundo da bolsa de quando eu vim para cá.
— Eu gostei de te ver assim, não parece tanto patricinha.
— Bom, eu vou dormir agora, se não se importa, ou durma, ou saia.
— Vou ficar na sala assistindo algum filme.
— Deixa eu ver se acerto o gênero... Pornô?
— Talvez...
Ele saiu do quarto e eu me deitei.
Rafael On:
Mais tarde, quase 02:30h senti algo tocar no meu bolso, era o celular da Helena. Estavam ligando para ela um tal número desconhecido e eu atendi.
— Por que não me atendeu sua vagabunda? Me deixou te ligar durante uma semana. — Diz um homem.
— Quem é você, seu verme? — digo.
—... Sou o dono dela e você? Quem é para me chamar de verme e por que está com o celular dela?
— Dono?
— Sim, ela é minha propriedade até me fazer o que me prometeu.
— Me fala isso aí.
— Essa vagabunda fugiu do morro da rocinha, ela pode ter cara de santa, mas prometeu me dar em troca de eu não matar o "queridinho" dela. Mas ela saiu, sem me falar para onde foi, nem me deu, agora fala cadê ela.
— Olha só, deixa ela se não eu vou enfiar uma arma na sua boa e atirar, nunca mais ligue para este número.
— PASSA PARA ELA AGORA, SE EU ENCONTRAR VOCÊ, VOCÊ MORRE.
— Amigão, aqui é o ROF, sou dono de morro, traficante e assassino, se eu te rastrear você que vai morrer.
Ele desligou, eu fui para o meu quarto para ela esclarecer essa história, mas ela estava dormindo, pensei bem e me deitei com ela.
[...]
Amanheceu e eu a escutei chorando.
— O que foi? — pergunto.
— ...Vão matar meu irmão... Eu não consigo dormir desde quando cheguei aqui pensando nele.
Helena ON:
— Eu resolvi isso.
— Do que você está falando?
— Você disse que daria para o canalha para ele não matar seu irmão, ele me ligou de noite e eu já ameacei ele para ele parar.
— Obrigada... — Abraço ele.
— Não precisa agradecer, caso alguém mexa com você, me fala que eu vou na casa dele, até se for na casa do caralho e atiro nele.
Oh dó, ele caiu no meu plano, deveria ser Edgar que me ligou em outro número, viu que Rafael já está começando a se preocupar. Eu estou pensando se continuo me fazendo de vítima que se envolveu com o crime para ele me proteger, ou se eu já mato ele em sua própria casa. Desculpa Rafael, mas seus dias estão contados.
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Encomenda Traiçoeira
Novela JuvenilRafael - conhecido também como ROF - é o dono do morro. Um cara imaturo, porém inteligente que faz as coisas por diversão, mas seu destino foi comprometido ao mexer com a facção rival. Helena entrará infiltrada no morro adversário para acabar com a...