Old school friends

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As comemorações de Carnaval aconteceram exatamente do jeito que planejamos. Assim como no sábado, também no domingo, na segunda e na terça feira, Juliana e eu fomos em blocos de rua durante a tarde e, a noite, nos blocos em lugares fechados. Os amigos do meu irmão nos acompanharam na maioria deles e, consequentemente, a Ju ficou com o Tampa todos os dias. Apesar disso, ela diz que não quer nada sério com ele e, por incrível que pareça, eu acredito, ou já teria aceitado um dos muitos convites que ele fez para ela ir dormir na casa dele.

Marcamos um churrasco aqui em casa hoje com os garotos do nosso grupo de amigos do colégio e acordamos relativamente cedo para preparar tudo.

A Juliana e eu estudamos juntas desde os dois anos de idade, no mesmo colégio que nossas mães estudaram. Em todos esses anos, nunca conseguimos manter amizades duradouras com outras garotas... entre outros motivos, eu, por detestar frescuras e fofocas, e a Ju, por ser pegadora assumida. Por isso, desde o 9º ano, nosso grupo de amigos é composto apenas por garotos (o que a principio gerou muito ciúmes por parte do meu irmão e desconfianças dos pais da Ju) e somos muito próximos até hoje.

Fomos até o mercado a pé mesmo, onde compramos os ingredientes para eu fazer minha super mousse de chocolate com Nutella e vodka e frutas para nossas caipirinhas. O carvão, as carnes e a cerveja ficaram por conta dos garotos. No caminho de volta, meu celular vibra avisando o recebimento de uma mensagem:

Gabriel Vasquez

Terminando de colocar as malas no carro. E por aí, tudo pronto para o churrasco?

Carol

Tudo! Estamos voltando com as compras, vou fazer a sobremesa! Boa viagem, cuidado na estrada e me avisa quando chegar em São Paulo.

Sorri enquanto bloqueva o celular e o guardei novamente no bolso do shorts jeans que vestia. Gabriel e eu trocamos mensagens o feriado todo, era até estranho pensar no quanto estávamos próximos, ele sabia mais do meu Carnaval do que a própria Mel ou a Gabi.

- Biel, né? – Perguntou Juliana com um sorriso malicioso nos lábios.

- É... – falei acelerando o passo e olhando para o chão, evitando encarar minha melhor amiga, pois eu estava com aquela sensação do coração batendo mais rápido e ela com certeza perceberia isso.

(...)

Enquanto eu preparava o doce, a Ju cortou as frutas em cubinhos e a Dalva se ofereceu para fazer salada de maionese. Deixamos tudo pronto e fomos para a parte de fora da casa, onde ligamos o som na playlist favorita da Juliana e ficamos conversando até ouvir a gritaria que os garotos faziam ao descarregar o carro, já no quintal da frente.

- Finalmente! – gritei e revirei os olhos assim que abri a porta e avistei os cinco garotos que me aturaram nos últimos quatro anos.

- Estou morta de fome! – Ju chegou logo atrás de mim.

- Virou paulista, mas não perdeu a marra carioca. – Leandro disse vindo em minha direção e me abraçando forte.

- Como eu senti falta desse abraço de urso! – Me aconcheguei em seu peito. Le é o mais carinhoso do grupo, quando meu irmão foi estudar fora e meu melhor amigo embarcou para uma missão no Iraque, foi ele quem cuidou de mim (junto com minha família e a Ju, claro!), mantendo minha sanidade mental, me ajudando a focar nos estudos e secando minhas lágrimas de saudade.

- Será que dá para parar com essa melação toda e ajudar a gente a entrar com as coisas? – resmungou Rafael enquanto passava por nós segurando algumas sacolas.

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