~~~~ Gabriel ~~~~
Me recostei em uma árvore próxima e fiquei observando Carol se balançar. Parecia uma criança, a felicidade estava estampada em seu rosto e, se seus olhos estivessem abertos, com certeza estariam brilhando.
Agradeci mentalmente por ela ter dado a chance de eu me explicar e principalmente por ter acreditado em mim. Sei que terei que recuperar sua confiança, mas só de ainda tê-la em minha vida, já fico aliviado.
De repente, seus olhos se abriram e, como eu previa, estavam cintilando. Ela me encarava com uma expressão serena e o balanço aos poucos foi perdendo velocidade, até que parou. Carol desceu do mesmo, caminhou em minha direção sorrindo e espalmou meu rosto com um toque delicado, me fazendo sentir o perfume doce que emanava de sua pele.
Sem aviso prévio, ela colou seus lábios nos meus, me pegando totalmente de surpresa. A princípio, fiquei confuso, mas logo retribui o gesto, engatando em um beijo calmo, mas cheio de saudade.
- Isso foi inesperado. - Eu disse quando nos separamos e ela enterrou seu rosto em meu peito, provavelmente com vergonha.
- Inesperado bom ou ruim? - Sua voz estava abafada.
- Bom, muito bom! Tão bom que estou afim de repetir, pode ser? - Ela deu uma risada gostosa assentindo e voltamos a nos beijar.
Ficamos na praça por algumas horas, sentados na grama embaixo de uma das grandes árvores do local. Carol apoiava seu corpo ao meu, o que me permitiu segurar e acariciar sua mão durante nossa estada lá. Conversamos muito, principalmente sobre a faculdade e como é puxado estudar em um curso integral, ter trabalhos para entregar, provas e ainda as responsabilidades de fazer parte de um time.
Começamos então a observar os casais que passavam por nós e criar uma história para cada um deles. Carol é realmente boa nisso, consegue ler bem as pessoas... Ou apenas tem a imaginação muito fértil, ainda não estou certo sobre isso.
- Aqueles ali. - Apontou com o queixo para um rapaz acompanhado de uma menina. Ele vestia regata e shorts, falava alto e mexia os braços com a intenção de mostrar os músculos. - Com certeza estão saindo pela primeira vez. - Ela disse séria. - Olha como o cara se exibe para a garota e a cara de boba que ela faz como se admirasse tudo nele.
- Quer dizer que no primeiro encontro as meninas fingem estar impressionadas? - Perguntei ofendido.
- Não necessariamente, mas faz parte da arte da conquista. - Riu sem tirar os olhos do tal casal.
- Você fez isso quando saiu comigo?
Ela nem sequer pensou para responder: - Não! - Respirei aliviado. - Nós nunca tivemos um encontro! – Continuou.
- Como não?! - Me remexi inquieto no lugar em que estava sentado.
- Ué, alguma vez você me chamou para um date? - Seus olhos cor de mel estavam esverdeados, mas não me encaravam, verificavam atentos às pessoas a nosso redor, provavelmente procurando novas vítimas para suas teorias.
Eu não tinha uma boa resposta para tal pergunta. Recapitulando tudo o que houve entre a gente, percebi que realmente nunca tivemos um momento planejado só para nós, já que em todas as vezes que saímos, as coisas foram acontecendo naturalmente. Fui tirado de meus devaneios pela garota sentada ao meu lado:
- Olha o Felipe alí! - Virei na direção em que ela apontou e vi o Mendes correndo. Ela o chamou alto e acenou, mas o mesmo passou reto por nós. - Nossa, me ignorou!
- Talvez ele não tenha te escutado, estava usando fones de ouvido.
- Pode ser...
(...)
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New Life
RomanceFilha de um rico empresário, Carol, que acabou de completar 18 anos, não se encaixa na vida de alta sociedade que vive com a família no Rio de Janeiro. Por esse motivo, está mais do que animada para um recomeço em São Paulo, onde vai morar sozinha p...